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Brasileiro Série D

Bom Senso: Dilma está "estarrecida" com atrasos nos salários

26 mai 2014 - 18h17
(atualizado às 19h12)
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A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira representantes do Bom Senso FC, movimento que afirma buscar melhoria nas condições do futebol brasileiro. Dos jogadores, a presidente ouviu um panorama do contexto nacional de calendário de jogos e o tratamento dentro dos clubes. Segundo relatos do próprio Bom Senso, Dilma ficou "estarrecida" com a questão dos salários atrasados recorrentes no futebol profissional brasileiro.

Dilma Rousseff se reuniu com líderes do movimento Bom Senso FC
Dilma Rousseff se reuniu com líderes do movimento Bom Senso FC
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

"A reunião foi muito mais proveitosa do que imaginávamos e a presidente disse estar estarrecida com a falta de compromisso dos clubes em relação aos salários", relatou o lateral Ruy Cabeção, hoje sem clube. Ele afirma que dos últimos nove meses trabalhados, recebeu por apenas três.

Ruy conseguiu espaço na reunião do Bom Senso com Dilma após o desabafo na eliminação do Mixto-MT para o Santos, pela Copa do Brasil. "O calendário é uma covardia. Eles (dirigentes da CBF) não sabem que 500 mil atletas vão trabalhar de quê? Vão viver de quê? Estão todos desempregados, mas o juiz não. Na CBF não vai faltar pão no café da manhã. Não conseguem um calendário digno em um País como esse. Agora o time do Mixto está desempregado", lamentou na época.

"O pessoal discute muito dinheiro com a União, os clubes, as federações. A CBF foge um pouco porque tem situação melhor que clubes e federações. Ela (Dilma) se mostrou estarrecida com o que ouviu. De repente não tinha esse conhecimento sobre como as coisas funcionavam, principalmente em relação à Justiça do Trabalho", afirmou o meio-campista Alex, do Coritiba.

Ruy "Cabeção" admite medo de jogadores do Bom Senso FC:

"Quando jogadores recorrem a Justiça do Trabalho e demoram muito tempo para ter os valores recebidos. A situação ficou muito clara, ela entendeu bem, e se mostrou bem sensibilizada. Espero que a coisa daqui para frente possa acontecer", acrescentou o jogador.

Do governo, os jogadores receberam a promessa de empenho em três frentes: o fortalecimento da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte; a regulamentação sobre a participação de atletas nas assembleias gerais das entidades; e a criação de um grupo de trabalho para a criação no Plano Nacional de Desenvolvimento do Futebol.

Dentre as principais demandas do Bom Senso FC estão a questão do calendário de jogos, que desfavorecem os jogadores de clubes de menor expressão e o que eles chamam de fair-play financeiro, que seria um sistema de controle das finanças que obriga os clubes a gastarem apenas o que arrecadam. De acordo com o grupo, o objetivo é garantir a sustentabilidade da instituição esportiva e o desenvolvimento saudável do mercado.

Alex volta a criticar violência nos estádios de futebol:

Apesar de faltarem 17 dias para a Copa do Mundo, os representantes do Bom Senso negaram que o Mundial tenha sido tema da conversa. "Nosso papo girou em torno do futebol brasileiro. Seleção e Copa do Mundo não foram tocados em nenhum momento", disse Alex.

Os jogadores e o governo evitaram fazer comentários sobre declarações recentes do ex-jogador e empresário Ronaldo Nazário, que afirmou se sentir "envergonhado" diante da organização do Mundial no Brasil. O secretário nacional do futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, disse que o governo já se manifestou a respeito.

"Quando o Ronaldo ou qualquer outra personalidade do nosso País faz um comentário, assume uma responsabilidade", disse Gilberto Silva, hoje sem time. "Do nosso lado (Bom Senso FC), não estamos por dentro de todos os detalhes para definir uma posição do movimento em relação à declaração do Ronaldo".

Fonte: Terra
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