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Brasileiro Série D

Bom Senso rebate candidato da CBF: conheça nossas propostas

3 abr 2014 - 17h58
(atualizado às 18h26)
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<p>Francisco Novelletto criticou as propostas do movimento</p>
Francisco Novelletto criticou as propostas do movimento
Foto: Marcelo Campos / Gazeta Press

Nesta quinta-feira, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol e candidato à presidência da CBF, Francisco Novelletto, se tornou novo alvo de críticas do Bom Senso FC, que voltou a publicar uma carta aberta em página no Facebook. Novamente, o movimento argumentou que o cartola desdenhou das reivindicações do grupo por puro desconhecimento.

A principal reclamação do movimento dos atletas tem como motivação a afirmação de que "uns têm que jogar e outros têm que organizar", realizada recentemente por Novelletto, candidato de oposição ao controle da CBF, que atacou a proposta de calendário do Bom Senso. "É uma proposta sem fundamento essa do Bom Senso", disse o cartola.

A carta rebate imediatamente esta declaração argumentando que como os jogadores produzem o espetáculo eles têm direito de opinar na organização dos torneios que disputarão. Na sequência, o movimento justificou que a proposta da Série E do Campeonato Brasileiro é rentável, ao contrário do que Novelletto afirmou, pois os diversos grupos que dividirão os mais de 400 clubes envolvidos serão regionais e microrregionais, o que reduz os custos de transporte das equipes - principal dúvida do candidato à presidência da CBF.

Para embasar a tese, o Bom Senso lembrou confrontos que podem acontecer entre clubes pequenos de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os quais não demandariam um investimento significativo em "passagem aérea e hospedagem".

Além disso, o grupo de atletas afirmou que, segundo a proposta apresentada por eles, 91% das partidas das Séries C, D e E teriam viagens de ônibus como meio de transporte, em oposição ao atual modelo das Séries C e D, o qual têm 78% dos deslocamentos feitos via avião.

O Bom Senso FC finalizou o argumento apontando para a relação custo-benefício entre a proposta de calendário e o modelo existente da CBF. Enquanto o atual custa R$ 40 milhões para bancar 410 jogos, o sugerido custará R$ 93 milhões para custear mais de 9,3 mil partidas que permitirão quase dez meses de atividade para praticamente todos os clubes brasileiros.

Confira a íntegra da carta abaixo:

:: Carta Aberta ao Presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Sr. Francisco Noveletto ::

Sr. Presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto:

Nós, do Bom Senso Futebol Clube, temos acompanhado, com pesar, sua má vontade com nosso movimento. Notícias recentes demonstram sua postura de desapreço por nossas proposta para o calendário do futebol brasileiro, tais como:

"Cada um na sua. Uns têm que jogar e outros têm que organizar. Não dá para uma pessoa fazer as duas coisas. Não tem fundamento nenhum o que estão pedindo. Não estou defendo a CBF, sou oposição (...) mas é uma proposta sem fundamento essa do Bom Senso"

“Francisco Noveletto, líder da oposição na CBF, não vai usar as ideias do Bom Senso F.C. para fortalecer sua candidatura à presidência da confederação. O cartola gaúcho discorda de propostas apresentadas pelo movimento de jogadores, que se opõe ao modelo da atual gestão da CBF. O oposicionista, por exemplo, diz ser "inviável" a proposta de calendário do Bom Senso. "Como que vai se pagar? Quem vai bancar todas as passagens aéreas dos times, as estadias?", afirma Noveletto. O cartola se refere à proposta de criação da Série E do Brasileiro, com 432 times”.

Então, sr, Noveletto, gostaríamos de ponderar alguns elementos de suas colocações, que nos parecem impróprias:

· O sr. diz que lugar de jogador de futebol é no campo, e não na organização. Então, nós, jogadores, que produzimos o espetáculo, não temos direito de opinar? Sr. Noveletto, vamos travar um debate de alto nível, discutindo ideias, sem desqualificações.

· Nossa Série E, que o sr. critica, não tem custos exorbitantes de passagens aéreas, muito menos de estadias, conforme o sr. alega. Os grupos de 12 ou 13 clubes da Série E são regionais e, mais do que isso, microrregionais. Ou seja, os clubes estão geograficamente próximos e, assim, as passagens – que não são aéreas, mas sim terrestres – são bastante baratas. E, com os clubes do mesmo grupo sendo vizinhos, não é necessário haver hospedagens, logo o custo de estadia é nulo. Apenas em poucos estados, mais ao norte do país, onde os clubes são geograficamente mais distantes, há esses custos. São situações absolutamente pontais, que são perfeitamente gerenciáveis.

· Para seu governo, primeiro exemplo: em São Paulo, pelos dados de 2.013, há 105 clubes em atividade; se, por hipótese, 21 deles estiverem nas séries A, B, C e D, sobram 84; esses 84 clubes podem constituir sete grupos de 12 clubes, de acordo com a proximidade geográfica. Qual é o custo de passagem aérea e de hospedagem que existe em um jogo Linense x Marília?

· Para seu governo, segundo exemplo: no Rio de Janeiro, pelos dados de 2.013, há 73 clubes em atividade; se, por hipótese, 13 deles estiverem nas séries A, B, C e D, sobram 60; esses 60 clubes podem constituir cinco grupos de 12 clubes, de acordo com a proximidade geográfica. Qual é o custo de passagem aérea e de hospedagem que existe em um jogo Bonsucesso x Olaria?

· Para seu governo, terceiro exemplo: no Rio Grande do Sul, seu estado, pelos dados de 2.013, há 46 clubes em atividade; se, por hipótese, sete deles estiverem nas séries A, B, C e D, sobram 39; esses 39 clubes podem constituir três grupos de 13 clubes, de acordo com a proximidade geográfica. Qual é o custo de passagem aérea e de hospedagem que existe em um jogo Associação Garibaldi de Esportes x Grêmio Atlético Farroupilha?

· Segundo dados levantados por nós, do Bom Senso Futebol Clube, 91 % dos jogos das série C, D e E que propomos têm viagens de ônibus e apenas 9 % têm viagens de avião, com algo parecido acontecendo nas hospedagens. Já nos certames Série C e Série D atualmente realizados pela Confederação Brasileira de Futebol, 78 % das deslocações são de avião, e apenas 22 % das deslocações são de ônibus. Ou seja: nosso modelo incorre em um custo por jogo muitíssimo menor que o modelo atual, pelo fatos dos grupos serem regionalizados e, no mais das vezes, microrregionalizados.

· É relevante constatar, também, que, no modelo atual, a Confederação Brasileira de Futebol gasta 40 milhões de reais para financiar 410 jogos, ao passo que o nosso modelo tem custo de 93 milhões de reais para se financiar 9.312 jogos. Qual dos dois modelos tem a melhor relação custo/ benefício? Qual dos dois modelos permite que todos os clubes estejam em atividade por quase dez meses da temporada? Não parece ser difícil responder...

Presidente Novelletto, lhe convidamos a nos procurar e conhecer nossas propostas. Se, como diz reiteradas vezes, o sr. discorda da maneira que a Confederação Brasileira de Futebol tem sido gerida, o Bom Senso Futebol Clube tem muito a lhe dizer.

Bom Senso Futebol Clube

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Fonte: Terra
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