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Brasileiro Série D

Com "futuro na marca da cal", Bom Senso pede veto de Dilma

18 jan 2015 - 21h02
(atualizado em 19/1/2015 às 21h35)
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<p>Presidente tem como data-limite segunda-feira  para vetgar MP</p>
Presidente tem como data-limite segunda-feira para vetgar MP
Foto: Joedson Alves / Reuters

O Bom Senso FC voltou a se manifestar na noite deste domingo, citando diretamente a presidente Dilma Rousseff como capaz de alterar o futuro do futebol brasileiro. A organização de atletas lembrou que esta segunda-feira é a última chance da política vetar a Medida Provisória 656.

"Amanhã, dia 19/01/2015, é a data da decisão. Essa é a data limite para o veto presidencial à MP 656, lei que carrega o contrabando legislativo liderado pela bancada da bola e que representa um verdadeiro retrocesso ao futebol", argumentou o Bom Senso FC em seu texto.

A MP em questão é a que estabelece o refinanciamento das dívidas dos clubes brasileiros, que aumentaram expressivamente nos últimos anos e resultaram em situações como a do Santos, que lida com processos de quatro atletas por salários atrasados.

O Bom Senso FC também criticou o novo regulamento geral da CBF, o qual "apenas sinaliza que regras referentes ao fair play financeiro serão estabelecidas em futuros regulamentos específicos de cada competição ou por resolução da Presidência" na visão da organização.

Confira a nota na íntegra:

O futuro do futebol na marca da cal

O veto que pode impedir o retrocesso

“Em futebol, o pior cego é aquele que só vê a bola.”

Nelson Rodrigues

O futuro do futebol está sob a responsabilidade da Presidência da República.

Amanhã, dia 19/01/2015, é a data da decisão.

Essa é a data limite para o veto presidencial à MP 656, lei que carrega o contrabando legislativo liderado pela bancada da bola e que representa um verdadeiro retrocesso ao futebol.

O art. 141 da MP 656 estabelece o refinanciamento das dívidas dos clubes sem qualquer contrapartida. Mais uma vez ataca-se o sintoma e não a causa. O mesmo erro já foi cometido no passado, com o REFIS I, REFIS II, TIMEMANIA I e TIMEMANIA II e o resultado está no presente com a totalidade dos clubes endividados e muitos à beira da falência.

Nem mesmo os recentes comunicados da CBF são suficientes para amenizar as consequências futuras da aprovação da MP 656. Apesar de representar uma sinalização para o caminho da mudança, os novos regulamentos da CBF ainda são genéricos e distantes de tudo o que se discutiu acerca do fair play financeiro ao longo de 2014.

Não basta dizer que os clubes serão punidos.

É preciso dizer:

quais são os critérios de aplicação das punições;

qual será o órgão responsável pela fiscalização, acompanhamento e aplicação das sanções;

como será composto tal órgão (quem fará parte e qual será o seu sistema de governança);

qual será a frequência de fiscalização sobre os clubes;

Sem esse esqueleto básico, não dá para chamar de fair play financeiro. Não se trata de aprovar um regulamento; mas sim de implementar um sistema que funcione, que seja claro e transparente em sua execução e que possa reformar a gestão do futebol brasileiro.

O novo regulamento geral da CBF, elaborado sem a participação de atletas e treinadores, apenas sinaliza que regras referentes ao fair play financeiro serão estabelecidas em futuros regulamentos específicos de cada competição ou por resolução da Presidência. Ou seja, depois de um ano de exaustivas discussões entre dirigentes, atletas, Governo e parlamentares, seria um tiro no escuro acreditar que as regras de um fair play financeiro eficiente sejam estabelecidas desta forma.

Defendemos o refinanciamento das dívidas dos clubes, mas com contrapartidas rígidas de fair play financeiro e responsabilização de dirigentes. Somos favoráveis à retomada do diálogo sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE) para que as regras do fair play financeiro sejam incluídas com a força da lei nos termos amplamente discutidos por mais de uma ano com todos os setores do futebol.

Em suma, o Bom Senso FC defende o veto presidencial ao art. 141 da MP 656. Entendemos ser essa a única forma de enxergarmos o futebol no futuro próximo.

Fonte: Terra
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