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Brasileiro Série D

Corinthians irritado e rigidez: STJD mantém rotina de vilão

1 ago 2014 - 11h53
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Diretor de futebol do Corinthians, Ronaldo Ximenes, reagiu com indignação a denúncia do STJD
Diretor de futebol do Corinthians, Ronaldo Ximenes, reagiu com indignação a denúncia do STJD
Foto: Fernando Dantas / Gazeta Press

As manchetes do futebol brasileiro voltaram a ser dominadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta semana. Protagonista indesejada do final do último Campeonato Brasileiro, no caso que culminou com o rebaixamento da Portuguesa à Série B, a entidade retornou ao centro das atenções: irritou o Corinthians com a denúncia pelas cadeiras quebradas do estádio alvinegro no clássico com o Palmeiras, e também deve tirar o Novo Hamburgo da terceira fase da Copa do Brasil pela escalação de um atleta irregular.

Os dois casos são apenas os mais recentes na série de polêmicas envolvendo o tribunal ao longo do último ano. Em declaração ao jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, o novo presidente do STJD, Caio César Rocha, afirmou que a diretriz para a entidade é "ser mais discreta" e se manter fora dos holofotes o máximo possível. Porém, a lista de imbróglios em 2014 mostra que a meta ainda está longe de ser atingida.

Relembre polêmicas do STJD em 2014

O caso Portuguesa

Em novela que começou no fim do ano passado e se estendeu até o início da Série B de 2014, a Portuguesa foi rebaixada depois de escalar irregularmente o meia Héverton na última rodada, perdendo quatro pontos e mantendo o Fluminense na primeira divisão. O STJD foi inflexível na aplicação da punição, negando todos os recursos da equipe paulista na esfera desportiva. As tentativas lusitanas na Justiça comum também não deram em nada, e o time se resignou a jogar a Série B.

Porém, na primeira rodada contra o Joinville, em 18 de abril, a Portuguesa deixou o gramado depois de apenas 17 minutos jogados, em virtude de uma decisão judicial que revertia, naquele momento, a perda de pontos decretada pelo STJD. O tribunal desportivo voltou a punir o time rubro-verde, desta vez com a perda dos pontos em disputa no jogo contra os catarinenses, mais multas para o presidente Ilídio Lico e o dirigente Marcos Rogério Lico. Foi o último episódio da saga envolvendo o polêmico rebaixamento da Portuguesa.

Betim na Série D, Crac na Série C

O descenso da Portuguesa não foi o único em que o STJD esteve envolvido de forma polêmica. Em 17 de fevereiro, a CBF acatou decisão do tribunal e rebaixou o Betim à Série D, por ter entrado na Justiça comum contra uma punição da Fifa a respeito do não pagamento de dívidas referentes a 2006, quando o clube ainda tinha sede em Ipatinga. A queda do time mineiro abriu outra disputa: quem ficaria na Série C em seu lugar? A resposta veio em 18 de abril, quando o Crac foi mantido na terceira divisão, vencendo a concorrência de Tiradentes (5º colocado da Série D), Metropolitano (melhor campanha da quartas de final) e Brasiliense (melhor campanha entre os rebaixados).

A "maratona" do Sport

Em 25 de fevereiro, o STJD negou a liminar solicitada pela Federação Pernambucana de Futebol para mudar a data do clássico entre Sport e Náutico, pelo Campeonato Pernambucano. O Sport disputaria apenas dois dias antes um jogo decisivo pela  Copa do Nordeste, contra o CSA, e o intervalo entre as partidas era inferior ao mínimo de 66 horas estipulado pela CBF. Porém, o tribunal afirmou que o intervalo não se aplica a competições organizadas por entidades diferentes – caso da Copa do Nordeste e do Pernambucano.  O Sport perdeu os dois jogos, mas no fim foi campeão dos dois torneios.

Exclusivo: entenda o imbróglio pelo título da Copa Verde:
Título do Brasília cassado na Copa Verde

Em 21 de abril, o Brasília foi campeão da Copa Verde ao vencer o Paysandu, e conquistou uma vaga inédita para a Copa Sul-Americana. Porém, uma denúncia da procuradoria do STJD fez com que o clube fosse julgado pela escalação de quatro jogadores irregulares, e em decisão do dia 28 de julho, o título acabou cassado. A taça e a vaga na Sul-Americana foram para as mãos do Paysandu. O Brasília contesta a decisão e afirma que, apesar de não constarem no Boletim Informativo Diário (BID), os atletas tinham condição de jogo pelo DURT-e (Documento Único de Registro de Transferência eletrônico), como prevê o regulamento da Copa Verde. O caso ainda não está encerrado e deve ainda ser julgado pelo Pleno do STJD.

Criciúma perde pontos no Brasileiro

O STJD tirou três pontos do Criciúma em 10 de junho pela escalação irregular do atacante Cristiano, em partida da segunda rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Goiás. O atleta não teria cumprido os cinco jogos de suspensão em competições nacionais decorrentes de uma punição de 2013, quando defendia o Naviraiense e foi expulso em uma partida da Copa do Brasil. O Pleno do STJD vai julgar o recurso do time catarinense na próxima quinta-feira.

<p>STJD denunciou Corinthians e Palmeiras por 258 cadeiras quebradas no estádio alvinegro no clássico</p>
STJD denunciou Corinthians e Palmeiras por 258 cadeiras quebradas no estádio alvinegro no clássico
Foto: Marcelo Ferrelli / Gazeta Press
Cadeiras quebradas na Arena Corinthians

Na última quinta-feira, Palmeiras e Corinthians foram denunciados pelo STJD pelas 258 cadeiras quebradas no estádio alvinegro durante o clássico disputado no fim de semana anterior, pelo Campeonato Brasileiro. Os clubes podem pagar multas de até R$ 100 mil e perder até dez mandos de campo cada um. O Corinthians reagiu à denúncia com indignação, e o diretor de futebol Ronaldo Ximenes chegou a afirmar que o STJD "adora aparecer". Já o Palmeiras disse que não é possível controlar a "ação individual de torcedores". Todos os assentos danificados ficavam no setor ocupado pelos torcedores alviverdes.

Novo Hamburgo em risco na Copa do Brasil

O mais recente caso em que o STJD pode alterar resultados de campo veio à tona na última quinta-feira. O Novo Hamburgo teria escalado irregularmente o meia Preto diante do ABC na Copa do Brasil, e é provável que perca a vaga obtida nas oitavas de final da competição. O atleta havia sido punido com dois jogos de suspensão após uma expulsão, e cumpriu o primeiro contra o J. Malucelli, na segunda fase. Já no jogo de ida contra o ABC, na terceira fase, ele também ficou de fora, mas estava sem contrato com o Novo Hamburgo – o vínculo só foi renovado depois do jogo. Por isso, a segunda partida de suspensão deveria ter sido cumprida na volta contra o ABC.

Fonte: Terra
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