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Fenômeno de acessos, Barueri estréia "sem dinheiro público"

9 mai 2009 - 11h04
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Dizem que primeira vez nunca se esquece. Debutante na Série A, o caçula Barueri "sonha com a estréia" na elite desde que conquistou o acesso, algo que acontecerá neste sábado com a partida contra o Sport, na Ilha do Retiro. Fenômeno de acessos estaduais e nacionais em sete anos de vida, a equipe começa o Brasileiro de olho na fuga do rebaixamento.

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"Estamos segurando 80% do elenco do Paulista para atingirmos nossa primeira meta, que não é cair. A segunda meta é a zona da Sul-Americana, já que a distância entre quem não cai e quem classifica é de cinco pontos, normalmente. Temos esse sonho, de enfrentar as melhores equipes do Brasil. Comi o pão que o diabo amassou e hoje compartilhamos o filé mignon", diz Pedro Alcazar Neto, diretor de futebol do Barueri.

Para atingir o sonho de sair da extinta Série B-3 em 2002 e chegar até a primeira divisão do Brasil em seis anos, o dirigente admite os auxílios que vieram da Prefeitura da cidade. Mas, segundo ele, hoje em dia a instituição é auto-sustentável, não depende do município e segue o modelo de clube-empresa, ainda que a moderna Arena Barueri tenha sido construída com recursos da cidade.

A receita do Barueri

Pelo uso do estádio, o Barueri paga cerca de R$ 5 a R$ 7 mil por jogo como aluguel à Prefeitura. Um valor irrisório perto do que, por exemplo, se paga para mandar uma partida no Pacaembu: no mínimo, R$ 22 mil. O centro de treinamento utilizado pelos jogadores, em que há vaga para o prefeito da cidade no estacionamento, também surgiu dos cofres públicos, o que abriu os olhos do Ministério Público.

Se utilizando dos investimentos de empresários de Barueri, também conseguidos com o apoio da prefeitura, o clube se caracterizou por oferecer melhores condições financeiras e estruturais que os concorrentes nas divisões menores, na medida em que foi acumulando acessos e se aproximando da primeira divisão. "Nosso segredo foi planejamento e competência. Salários em dia, ótimas condições e traçar metas e cobrá-las. É uma gestão sistemática", explica Pedro, seis anos de clube.

Parte desse sistema aconteceu porque os parceiros da prefeitura compravam ingressos e repassavam gratuitamente aos torcedores, assegurando uma fonte de receita indispensável e a casa cheia para incentivar o time. "A mídia cobrou e deu muito bafafá, porque tinha gente dizendo que o prefeito desviava verbas, mas ele não participa de mais nada", explica Pedro Alcazar.

Meta para o Brasileiro

Essa sistemática garante um balanço financeiro saudável ao Barueri, apesar dos baixos recursos a partir de negociações de atletas. Em toda sua curta história, o clube só fez duas vendas razoáveis: Éverton para o Heracles e Caio para o Eintracht Frankfurt. Nem isso faz do clube, que também reclama do baixo número de recursos repassados pela CBF, um grande devedor.

"Nossa cota é R$ 3 milhões e outros ganham bem mais. Mas sempre fechamos no positivo e gastamos um pouco menos do que arrecadamos. Nossos patrocínios são pequenos, então temos que tentar formar uma equipe que tenha conjunto e consiga enfrentar os times de talento", explica Pedro, que critica clubes grandes em crise. "Quem está caindo fora deve ter muitas falhas de planejamento, de estrutura e de pagamento. Tem que subir quem trabalha", diz.

Oitavo colocado do Campeonato Paulista, em que também foi vice no Torneio do Interior, o Barueri contratou mais quatro reforços para a disputa do Brasileiro. Os zagueiros André Luís, ex-Botafogo, e Xandão, ex-Guarani e Fluminense, o lateral Éder, ex-São Paulo, e o meia Lenílson, ex-Atlético de Ibirama.

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Foto: Ricardo Matsukawa / Futura Press
Fonte: Terra
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