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"Van Damme do Cerrado" brilha e tem 0,7 gol por jogo

17 mai 2009 - 11h24
(atualizado às 11h39)
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Ele não vem da Bélgica, não tem uma fortaleza de músculos e muito menos habilidades para a luta como o astro hollywoodiano Jean-Claude Van Damme. Ainda assim, o camisa 11 do Goiás, Felipe, sósia do ator de filmes como Dragão Branco e Soldado Universal, também é implacável com seus adversários: em 24 jogos, tem 17 gols em 2009 (média de 0,7) e foi artilheiro, melhor jogador e autor do gol do título no Campeonato Goiano. Na abertura do Brasileiro, conferiu mais dois.

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Pequeno e forte como Van Damme, Felipe, que corta seu cabelo com um formato mais ou menos quadrado, do jeitão do ator belga, logo virou motivo das brincadeiras dos companheiros de clube. Perguntado sobre o apelido, ele ri, introvertido, e responde ao Terra, em entrevista exclusiva: "são eles que acham, eu não sei".

A verdade é que não é apenas o apelido que faz Felipe sorrir. Com 31 anos, ele vive o melhor momento da carreira no Serra Dourada. Adquirido junto ao Náutico no início do ano, o gaúcho de Ernestina aumentou ainda mais sua fama de goleador, tendo assinado o melhor contrato de sua vida: por um vínculo de dois anos, ganha perto de R$ 80 mil mensais e pôde oferecer mais conforto aos familiares que até hoje residem no interior do Rio Grande do Sul.

Passo Fundo, palco de recomeços

No tempo em que meninos como Neymar despontam para o futebol ainda na adolescência, Felipe pode se dizer um vencedor por estourar com três décadas de vida. Cria das categorias de base do Passo Fundo, ele custou a emplacar no futebol. Em 2000, com 22 anos, foi artilheiro do Campeonato Gaúcho. No primeiro grande título da carreira do técnico Tite, o Caxias, campeão estadual, só foi batido uma vez no torneio - graças ao jovem matador Felipe.

A partir desse grande torneio, o Barney - esse é até hoje o apelido do atacante em Passo Fundo - passaria a viver uma situação que emperraria sua carreira: se destacava no Estadual, era emprestado e não ia bem, voltando para o interior gaúcho. "Faltavam oportunidades de jogar. Saía e não tinha seqüência, jogava o Estadual e atuava fora por dois ou três meses. Pelo menos estava trabalhando", fala, com simplicidade.

Dessa forma, Felipe se tornou refém do calendário do futebol brasileiro, que deixa os clubes menores sem atividade profissional quando acabam os estaduais. Vitória, Ituano, Figueirense, Caxias, América de Rio Preto, Joinville, RS Futebol e Ulbra foram alguns dos que tiveram o Barney por empréstimo ao longo de alguns meses nos últimos anos.

Gustavo Vargas, antigo assessor de imprensa do Passo Fundo, conta ainda que Felipe tinha muitos problemas musculares que impediam uma continuidade maior de jogos. Além disso, o jogador teve um filho de maneira inesperada, quando tinha 22 anos, e enfrentou um ou outro problema pessoal. Em seu segundo casamento, hoje o atacante tem tranqüilidade e mora com o menino Gabriel. "A vida pessoal dele está uma beleza", assegura Gustavo.

Entre lesões que atrapalhavam e os empréstimos, Felipe salvava o Passo Fundo de rebaixamentos no Rio Grande do Sul, sempre fazendo muitos gols. Em 2005, voltou a ser artilheiro do estadual mas, no ano seguinte, não impediu a queda de seu clube. Era a senha para o Barney, definitivamente, buscar novos ares: a Série B com o Náutico significou o início de uma virada em sua vida.

O salto na carreira

Emprestado para a equipe pernambucana, Felipe se encontrou e foi um dos destaques na campanha que trouxe o Náutico para a primeira divisão após 12 anos de amargor. Um acordo com o Passo Fundo, então, fez com que o Barney se transformasse, em definitivo, em jogador do clube alvirrubro, e fosse financeiramente reconhecido por seus gols.

Depois de jogar a Copa João Havelange com o Vitória em 2000, Felipe teve, sete anos depois, a chance de atuar na elite do futebol brasileiro. Ao lado de Acosta, vice-artilheiro daquela Série A, o gaúcho de Ernestina deixou sua marca com nove gols. No ano seguinte, sem um grande parceiro, confirmou o talento anotando outros 13.

Apesar de ser ídolo no Recife, Felipe entendeu que era a hora de buscar novos ares, desafios fora das fronteiras de Pernambuco. Por respeito ao Náutico, disse não a uma proposta oficial do Sport para disputar a Copa Libertadores. Também foi procurado pelo Grêmio e seria a chance de voltar ao Rio Grande do Sul, com mais uma oferta tentadora de jogar o torneio sul-americano.

Pelos dois anos de contrato e um bom salário, Felipe assinou com o Goiás e, de Barney, virou Van Damme. Iarley, que jogava só no ataque da equipe em 2008, ganhou um parceiro de peso e que monopolizou os gols para si. Depois dos 30, o gaúcho de Ernestina encontrou a paz no Cerrado do Centro-Oeste. Em tempo de se tornar um dos mais letais atacantes do País na atualidade.

Em boa fase, Felipe é considerado o "Van Damme do Cerrado"
Em boa fase, Felipe é considerado o "Van Damme do Cerrado"
Foto: Gazeta Press
Fonte: Terra
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