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Acerto com Petkovic causa racha no comando do Fla

21 mai 2009 - 08h53
(atualizado às 09h14)
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A negociação do retorno de Petkovic, 36 anos, abriu uma ferida no Flamengo. Contratado diretamente pela presidência do clube, o jogador terá que contornar um grande índice de rejeição no departamento de futebol e na comissão técnica - na última quarta-feira, o vice de futebol Kleber Leite nem quis o acerto com o sérvio, de tão irritado que estava.

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O dirigente não foi consultado em momento algum da negociação. Estiveram presentes na reunião que tratou da volta de Petkovic apenas o presidente em exercício Delair Dumbrosck, Adalberto Ribeiro, vice-presidente jurídico, e José Carlos Dias, ex-vice-presidente financeiro do clube. "Só falo de futebol. Não quero falar sobre esse assunto hoje. Só vou me pronunciar sobre isso amanhã", prometeu Kleber Leite, ainda irritado ao telefone.

Dumbrosck, que assumiu o cargo há cerca de dois meses, negou que tenha criado um problema entre as forças do clube. Ele afirmou que dirigentes e comissão técnica estavam sabendo da negociação.

"O Kleber Leite está sabendo disso desde o início que comecei a negociar. O departamento do futebol vai receber o jogador e colocá-lo em condições físicas para entrar em campo", disse Dumbrosck. "As pessoas têm de entender que é uma negociação que vai aliviar as finanças do clube. Será vantajoso para a gente".

Dumbrosck confirmou que o contrato do sérvio vai até maio do ano que vem, com possibilidades de estendê-lo por mais seis meses. A volta de Petkovic ao time foi uma alternativa para que o clube aliviasse as dívidas trabalhistas com o jogador. O meia cobrava cerca de R$ 18 milhões, mas o Flamengo contestava.

Na negociação, o clube não divulgou os valores do acordo. Dumbrosck diz apenas que o valor final foi abaixado consideravelmente (estima-se que seja algo em torno de R$ 8 milhões, ou seja, menos da metade do que vinha sendo cobrado). Os salários do sérvio (algo em torno de R$ 70 mil) ficaram fora das contas do acordo e serão pagos juntamente com todos os demais jogadores da equipe.

Petkovic será apresentado oficialmente na segunda ou terça-feira. Com sua contratação, o clube deixa de ter 15% das rendas das partidas penhoradas. Além da negociação com o jogador, o clube também chegou a um acordo com uma empresa de segurança, que penhorava 35% da renda.

Ex-rubro-negros apóiam Petkovic

Apesar da polêmica de sua contratação, Petkovic ainda é visto com bons olhos por antigos companheiros. Tricampeões cariocas ao lado do meia em 2001, o técnico Zagallo e o ex-volante Leandro Ávila ainda acreditam que o sérvio tem qualidades para mostrar na Gávea.Com fama de temperamental, o meia passou boa parte de sua passagem no clube às turras com o atacante Edilson. Mas há quem garanta que ele não é de criar confusão.

"Tirando a rixa dele com o Edílson, o Petkovic se dava muito bem com resto da equipe. E ele não deixava que o problema dele com o Edílson atrapalhasse o rendimento em campo. Além disso, não se escondia e tinha uma técnica muito apurada. Às vezes, ele não tinha um bom relacionamento com a imprensa porque não gostavas de críticas", explicou Leandro Ávila, que estranhou a condução da negociação. "Não sei se esse é um bom caminho. Se todo mundo que tiver uma dívida exigir sua volta, não vai ter espaço no Flamengo".

O ex-jogador e comentarista Júnior também estranha a negociação, mas ainda acredita que o meia possa render no seu último ano de carreira profissional. "Tudo vai passar pela questão física. Técnica ele tem. Mas me parece que o caso envolve outras coisas. Só o próprio Petkovic pode responder", afirmou.

Se a parte física preocupa, Zagallo atesta que Petkovic está fino. "Nos encontramos há pouco tempo e deu para ver que ele estava inteiro. O Petkovic tem uma empatia grande com o clube. Uma vez, ele me disse que foi o melhor em que trabalhou em toda sua carreira", garantiu. "Só tenho coisas boas para falar do Pet. Vou torcer. Ele me deu muitas alegrias em 2001".

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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