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É mais difícil ser presidente do Palmeiras do que ministro, diz Belluzzo

16 jun 2009 - 17h42
(atualizado às 18h53)
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A vitória em cima da oposição foi apertada - apenas 22 votos sobre Roberto Frizzo -, mas quem imaginou que o atual presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, tentaria a reeleição está enganado. Belluzzo completará cinco meses à frente do clube alviverde no próximo dia 26 de junho, mas já disse que não será candidato nas eleições que devem ser realizadas em 2011.

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Nada comum se comparado aos dois últimos presidentes do Palmeiras. Mustafá Contursi ficou à frente do clube por 12 anos, de 1993 a 2005. Já Affonso Della Monica, antecessor de Belluzzo, foi presidente do Palmeiras por quatro anos. Mas o ex-ministro da Economia foi categórico ao dizer: "não quero tentar a reeleição".

"Minha vida mudou de cabeça para baixo. Era para eu estar aposentado. Tenho minhas atividades. Não posso mais ir ao fechamento da Carta Capital (revista em que é consultor editorial). Hoje tenho que ir aos jogos. Antigamente poderia assistir pela TV, mas agora não posso. Espero que seja só por dois anos", disse Belluzzo, em entrevista ao Terra. Uma resposta estranha para quem assumiu o clube há menos de cinco meses.

Diferente dos outros presidentes, Belluzzo já descarta a reeleição, mas explica seus motivos, que não são poucos. "Eu tenho em mente deixar para meu sucessor, deixar o clube em uma situação estável financeiramente, modernizado. Não tenho essa ambição de reeleição. Na verdade eu não quero reeleição. Acho que é um obstáculo para fazer certas coisas, porque você começa a assumir coisas que são de interesse do clube. Às vezes existe uma confusão. As pessoas não se dão conta que elegeram a pessoa que vai concordar com certas coisas, mas com outras não. Não quero submeter a isso".

Além de presidente do Palmeiras, função que consome boa parte de seu dia, Belluzzo tem muitos outros trabalhos. Vamos à lista: é membro do Conselho Diretor da mantenedora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, professor titular de economia da Unicamp, fundador da Facamp (Faculdades de Campinas), presidente do Conselho Deliberativo do IPSO (Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos), membro do Conselho de Administração da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), presidente do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - que opera a TV Brasil, pública -, presidente institucional do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, além de ser consultor pessoal de economia do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O Palmeiras dá trabalho. O clube hoje é uma coisa muito complexa. Tem que ser entregue a um executivo e o presidente ser uma espécie de Chefe de Estado. Eu ainda tenho tempo disponível para me dedicar ao Palmeiras, mas a maioria das pessoas do clube não tem essa disponibilidade. Tem um conjunto de problemas que você tem que enfrentar", afirmou o maior mandatário palmeirense, antes de completar. "Para vida pessoal não é nada confortável. Não tenho rotina. Isso foi o que mais mudou. É uma coisa inesperada atrás da outra".

Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda durante o governo de José Sarney, entre 1985 e 1987, Belluzzo não pensou duas vezes ao ser questionado qual era o cargo mais complicado: presidente do Palmeiras ou ministro da Economia?

"Eu acho que mais difícil do ponto de vista de fazer com que sua decisão tenha efeito e pelos interesses que você tem que administrar, pelo ambiente, é muito mais difícil ser presidente de um time de futebol, porque é mais delicado. Ministro você tem uma capacidade de exercer sua autoridade mais que no clube de futebol. Mas a forma de administrar tem que ser outra. Você tem que semanalmente torcer para os resultados serem bons, porque pode viver uma crise. E mesmo os resultados sendo bons, você tem que enfrentar crises pequenas, como contratações, essas coisas. Tem muita gente que me trata como salvador da pátria, mas tenho graves defeito. Essas coisas são a favor e contra e causam um certo desequilíbrio".

Nesta quarta-feira, o Terra publica a segunda parte da entrevista com o presidente do Palmeiras Luiz Gonzaga Belluzzo.

"Palmeiras dá trabalho", afirma Belluzzo:
Fonte: Terra
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