Belluzzo já admite efetivação de Jorginho

11 jul 2009 - 23h27

(atualizado às 23h47)

No momento em que se encerrou a goleada por 4 a 1 do Palmeiras sobre o Náutico, quem estava nas arquibancadas do Palestra Itália começou a cantar "Ô Muricy, vai se f... o meu Palmeiras não precisa de você" e logo depois passaram a gritar pela permanência de Jorginho. A cada abraço ou saudação que recebia, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo ouvia pedidos pela permanência do interino. E o mandatário parece estar cedendo.

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Poucos minutos após acenar com um positivo para a torcida dizendo "Vamos ver", o mandatário demorou, mas admitiu que pode aceitar os pedidos até do elenco para que o ex-meia seja oficializado como substituto de Vanderlei Luxemburgo. "A permanência dele já é avaliada sim. Mas vamos tocando o barco, sem pressa. Jorginho já declarou que não estava à vontade para ser efetivado, então vou deixando ele à vontade", declarou.

Pelo menos com seus comandados, o chefe do time B já está adaptado. Diego Souza foi bem claro ao manifestar que quer a manutenção do atual comandante. "Se depender de mim e da maior parte do grupo, fica o Jorginho. Ele não tem tanta experiência como técnico, mas foi jogador, sabe lidar com esta situação. Tem tudo para se tornar um grande treinador trabalhando aqui com a gente", previu o meia.

E a opinião do plantel conta muito na avaliação da diretoria. Belluzzo se tornou figura quase permanente nos treinamentos e até almoçou com o grupo neste sábado, antes da partida contra o Náutico. Inicialmente, a ideia era saber o perfil do treinador ideal para que os jogadores rendam o que podem. Agora, admite-se que o nome seja Jorginho. Depois do jogo, diretores elogiavam o trabalho do interino com o gerente de futebol Toninho Cecílio. "Vou te colocar um terno para você ser um grande técnico", falou o diretor de futebol Genaro Marino ao técnico.

"A diretoria do Palmeiras coloca como prioridade o melhor ajustamento possível do elenco ao treinador. E estou vendo isso, tenho ido frequentemente ao CT para observar a reação dos jogadores, acompanhá-los. Aliás, amanhã (domingo) vou ver o time B, no qual o desempenho do Jorginho é muito bom", elogiou Belluzzo, preocupado em não pressionar o ex-meia.

"Não temos nenhuma pretensão de pressioná-lo nem de entregar este fardo a ele. Devagar também é pressa, como dizia uma caipira de uma cidade em que morei. Tem que dar continuidade. Jogador tem que jogar e técnico tem que treinar", comparou o presidente.

Minutos depois da confiança, o ainda interino agradeceu. "O presidente é muito gente boa", disse, antes de aceitar o recado. "Se tivesse uma derrota, talvez o apelo não seria o mesmo. Mas a diretoria do Palmeiras é muito competente. Eles são apaixonados pelo clube e vão querer o melhor, vão fazer a escolha de coração. O torcedor pode ter certeza disso", completou Jorginho.

E é sem pressa que tudo será definido no Palestra Itália. "É nesta toada que vamos levar a contratação do técnico. Esta ideia de imediatismo não se mostra fecunda e não é saudável para ninguém. Temos que reduzir a ansiedade e a mistificação no futebol. Estamos caminhando na direção de observar, sem ansiedade ou precipitações", comentou Belluzzo.