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Saiba mais do "efeito Tite" após três jogos no Corinthians

4 nov 2010 - 09h57
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Dassler Marques
Direto de São Paulo

Em que pese a fragilidade do Avaí, que terminou a partida com nove jogadores, o Corinthians só viu Julio Cesar realizar uma defesa em 90 minutos no duelo entre os dois times, quarta-feira, no Pacaembu. Para uma equipe que matava seus torcedores do coração com tantos erros defensivos nos tempos de Adilson Batista, a reorganização encontrada no trabalho de Tite é um doce remédio.

"Construímos o placar sem expor a defesa e sem ser atabalhoado", disse o treinador corintiano após a vitória, repetindo o que já dissera, de forma semelhante, em outra resposta minutos antes. "A equipe construiu a vitória de forma consciente, sem se expor. Criou situações em razão do volume de jogo e do acerto de passes que teve", afirmara Tite, como um mantra.

De fato, na prática, o trabalho do treinador em suas primeiras semanas no clube parece ser o de recolocar as coisas em seu devido lugar sem realizar mudanças drásticas. Bruno César, por exemplo, reencontrou seu brilho atuando como armador centralizado. Foi dessa região do campo que marcou contra Palmeiras e Avaí, além de oferecer assistência a Ronaldo contra o Flamengo.

Diante dos avaianos, defensivamente, a equipe corintiana até demorou a se ajustar sem Ralf, essencial para a marcação à frente da zaga. Mas Tite chamou Paulinho para uma rápida conversa e passou o recado. "Pedi para se posicionar mais, não sair tanto e só aparecer para dar o passe jogando à frente dos zagueiros".

Nas vezes em que chegou na frente, o Avaí ainda se deparou com a linha de defesa adversária bem postada, o que lhe custou seis impedimentos em 90 minutos. Alessandro e Roberto Carlos, que antigamente deixavam espaços às suas costas, estiveram seguros, característica também comum aos dois outros jogos com Tite.

Outra estratégia de jogo exposta pelo treinador corintiano foi a de desacelerar a partida em momentos adequados. "Esperávamos o Avaí marcando da intermediária para trás e tentando a velocidade. É a característica dos dois meias deles (Robson e Caio) e dos alas (Patric e Pará)", observou.

Assim, trocando muitos passes e quase sempre com segurança, o Corinthians repeliu qualquer tentativa de contra-ataque do combalido Avaí. No total, foram 445 trocas de passes, segundo o Footstats. Isso significa o terceiro maior índice corintiano em 33 jogos pelo Brasileiro.

Bem protegido na defesa, confiante e, principalmente, com superioridade numérica, o Corinthians deu uma goleada de presente a Tite, bastante criticado pela baixa ambição do time contra o Flamengo. Em seus primeiros momentos no clube, o treinador já faz sua presença ser notada. Isso se dá em campo, na maior organização do time em relação aos tempos de Adilson.

No Corinthians, ideias de Tite são vistas como as de Mano Menezes
No Corinthians, ideias de Tite são vistas como as de Mano Menezes
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
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