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Brasileiro Série C

Forró e funerária põem "furacão" da Série C entre os 40 do Brasil

11 nov 2010 - 17h02
(atualizado às 17h17)
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Dassler Marques

A cada vez que o Salgueiro entra em campo, fica nítida a ligação da equipe com a banda de forró Limão com Mel, uma das mais populares neste gênero musical. As cores do grupo estão pelo uniforme, que também tem o patrocínio da Limão. Essa relação vai ainda mais longe e está bastante presente no dia a dia salgueirense.

Empurrado por uma administração personificada em empresários locais, o Salgueiro é um dos clubes que conseguiram o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro neste ano. Com uma história absolutamente recente, já que conheceu o profissionalismo apenas em 2005, a equipe pernambucana tem seu sucesso em contraste com a decadência do Santa Cruz, o mais tradicional do Estado e que passará 2011, pela terceira temporada seguida, na quarta divisão.

"Cada cidade tem uma realidade. O Santa tem a dele na capital, temos a nossa em Salgueiro. Não conhecemos a realidade deles, mas é uma grande equipe, tem uma grande torcida e espero que tenha sucesso", conta o presidente José Guilherme em entrevista ao Terra.

Ao lado de ABC e Criciúma, que tiveram suas histórias contadas na última terça e quarta-feira, o Salgueiro estará entre os 40 maiores clubes do Brasil em 2011. Na sexta-feira, a sequência se encerra com o Ituiutaba-MG, finalista da Série C que medirá forças com os alvinegros abcdistas.

O forró, a funerária e o presidente que não manda

Fundado apenas para o amadorismo em 1972, o Salgueiro virou definitivamente um clube de futebol em 2005. Dois empresários da cidade pernambucana, Airton Souza e Clebel Cordeiro, se uniram pelo desejo que surgiu durante uma partida de futebol realizada entre músicos. É aí que a funerária e o forró entram em cena.

Com salários pagos em dia e boas condições de trabalho, o Salgueiro logo destoou de seus concorrentes. A fonte dos recursos vem de um tripé: Banda Limão com Mel, de Airton, Funerária SAF, de Clebel, e Prefeitura de Salgueiro, ligada aos dois empresários que fundaram o profissionalismo daquele que se tornou um furacão na Série C. E isso apesar da folha salarial modesta de R$ 85 mil mensais - o Criciúma, dentro de outra realidade, gasta quase o triplo.

"O grupo de empresários queria levar o nome da cidade. O clube é administrado por poucas pessoas, então se formou uma união entre os dirigentes", conta José Guilherme, que só virou presidente neste ano. Clebel, o antigo dono do cargo, também colocava dinheiro de seus negócios no clube. Resolveu indicar o amigo Guilherme. "Como todos não podem assinar, eu assino. Mas o poder de decisão não é meu. É de todos", diz o mandatário.

Assim, na base da amizade, o Salgueiro surgiu, despontou e atingiu o grupo de 40 maiores do Brasil. Na hora do hino do clube para comemorar, outro sinal da ligação com o forró. A canção foi composta por Zezinho Doceiro, compositor de vários dos sucessos da Banda Limão com Mel.

Salgueiro celebra acesso à Série C: vaga foi conquistada sobre o Paysandu
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Foto: Claudio Pinheiro / Futura Press
Fonte: Redação Terra
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