Agressão a jogador escancara clima turbulento no Palmeiras
12 out2011 - 07h19
(atualizado às 12h27)
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A agressão ao volante João Vitor reacendeu a polêmica relação entre os jogadores do Palmeiras e a torcida do clube. Protestos e casos de violência já foram responsáveis pela saída de outros profissionais do Palestra Itália.
Confira imagens do momento da agressão a jogador do Palmeiras:
Em novembro de 2008, o técnico Vanderlei Luxemburgo se desentendeu com membros da principal torcida organizada do clube, durante embarque da delegação alviverde no aeroporto de Congonhas. Por coincidência, o episódio também aconteceu antes de um jogo contra o Flamengo, que terminou com vitória rubro-negra por 5 a 2.
Já em 2009, foi a vez de Vagner Love ser envolvido em uma confusão. O atacante brigou com torcedores em uma agência bancária e, pouco tempo depois, deixou o Palmeiras para atuar pelo Flamengo.
O meia Diego Souza também se desligou do clube em função da pressão das arquibancadas. O jogador chegou a fazer gesto obsceno aos torcedores na saída do gramado em partida contra o Atlético-GO, mas não entrou em confronto com os palmeirenses. Nesta temporada, o volante Marcos Assunção discutiu com torcedores duas vezes, sendo uma delas no aeroporto de Porto Alegre e outra na Academia de Futebol. O meio-campista entrou no atrito ao defender o atacante Luan das críticas.
Neste período de queda de rendimento da equipe no Brasileirão, o atacante Kleber também virou alvo dos protestos, tendo seu nome pichado nos muros do Palestra Itália. Um grupo ainda teria se manifestado em frente ao prédio do jogador.
Sem violência, o técnico Luiz Felipe Scolari é mais um que não escapa das críticas e, ao perder a paciência, fez gesto obsceno aos palmeirenses, após partida contra o Avaí, em Florianópolis.
Já o caso do volante João Vitor aconteceu no fim da tarde de terça-feira, quando o jogador se dirigia à loja oficial do clube. Segundo informações da Polícia Militar, o jogador acabou agredido por um grupo entre 15 e 20 pessoas. O meio-campista não estava relacionado para o jogo desta quarta, contra o Flamengo, porque se recupera de lesão no joelho esquerdo.
Valdivia não sai do departamento médico e Kleber não marca pelo Brasileiro há mais de três meses. A única vitória nos últimos sete jogos foi contra o Ceará, por 1 a 0 e com gol contra. Os cofres estão vazios, Felipão é uma pilha de nervos e, se já não bastasse, o Palmeiras permitiu o empate a um adversário com nove jogadores em campo. É crise: confira os principais vilões
Foto: Fernando Borges/Aloísio Maurício / Terra
Luiz Gonzaga Belluzzo - Presidente em 2009/10, o dirigente contratou os melhores técnicos do Brasil (Felipão, Luxemburgo e Muricy) e terminou sem a conquista de um título de expressão nacional. Além disso, é criticado pela contratação de jogadores caros como Valdívia e Lincoln. As finanças também são alvos de críticas. Em 2009, segundo a Crowe Howath RCS, o clube fechou com déficit de R$ 41 mi. Por sua vez, em 2010, o prejuízo foi de R$ 25 mi, segundo balanços do clube
Foto: Fernando Borges / Terra
Roberto Frizzo - Principal articulador da eleição de Arnaldo Tirone, Frizzo ficou responsável por comandar o departamento futebol e, além de não conseguir reforços de qualidade, entrou publicamente em rota de colisão com Kleber e Felipão
Foto: Fernando Borges / Terra
Arnaldo Tirone - Alheio às questões do futebol, Arnaldo Tirone se mantém distante demais de jogadores e comissão técnica e, embora tenha se livrado da ligação umbilical com Mustafá Contursi, parece preocupado apenas em cortar gastos
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Política - A existência de diversos grupos, como os dos ex-presidentes Mustafá Contursi e Salvador Hugo Palaia, torna o ambiente político do Palmeiras uma central de boatos e disputas que interferem diretamente no trabalho de Felipão. A saída do treinador, aliás, já foi veiculada equivocadamente algumas vezes e até um suposto acerto com Paulo César Carpegiani foi lançado por oposicionistas
Foto: Raphael Falavigna/Ricardo Matsukawa / Terra
Torcida - O próprio Felipão admite que a pressão excessiva de torcedores prejudica o time. O treinador, aliás, reclamou o fato de a direção ter permitido a presença de membros de facções organizadas em treinamentos
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Luiz Felipe Scolari - Felipão já não consegue fazer sua defesa tão segura quanto em outros tempos e o ataque continua pouco produtivo, com a equipe refém das jogadas em bola aérea. Das categorias de base, que vivem boa fase, o treinador também não consegue tirar soluções, e jogadores como Kleber, Maikon Leite e Valdivia não jogam bem sob seu comando
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Kleber - Capitão e tido como o melhor jogador do time, ele marcou três gols em todo o Campeonato Brasileiro. As declarações, como a de que "faz três meses que não recebo um passe como o que dei ao Maikon Leite" ou as que criticam o sistema defensivo, tumultuam o ambiente. Kleber, aliás, não retornou com a delegação do time após o último vexame, o empate contra um Atlético-GO com dois jogadores a menos
Foto: Aloísio Maurício / Terra
Valdivia - O chileno, que custou mais de R$ 10 milhões ao clube, continua com sua sina de viver problemas físicos e, quando está em campo, pouco contribui ofensivamente. A quitação do empréstimo feito para pagar Valdivia é a maior dor de cabeça da atual direção, que precisa resolver o problema até o fim do ano
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Maikon Leite - Esperança de que o time do Palmeiras tivesse mais poder de fogo, o atacante foi contratado para o Campeonato Brasileiro com salário alto e contrato de cinco temporadas. Na última partida, ficou na reserva de Tinga e o bom futebol de sua chegada parece algo distante
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Reforços bom e baratos - Com Felipão no comando e Tirone exigindo o corte de gastos, o Palmeiras voltou a investir em reforços de pouco nome. A lista é extensa: Leandro Amaro, João Vítor (foto), Rivaldo, Dinei, Adriano Michael Jackson, Max Pardalzinho (foto), Gerley, Fernandão, Ricardo Bueno e Pedro Carmona. O único a vingar de verdade foi Cicinho. Pelo criticado Luan, o clube pagou cerca de 3 milhões de euros