PUBLICIDADE

Futebol Internacional

Candidato à Fifa, Zico critica silêncio sobre escândalos

10 jun 2015 - 18h50
Compartilhar
Exibir comentários

Ele foi um dos jogadores mais talentosos do futebol mundial. Como técnico, trabalhou no Japão,  Iraque, Turquia, Rússia, Grécia, Uzbequistão, Catar e atualmente está na Índia. Agora, Zico quer dar um salto maior. É pre-candidato à presidência da Fifa. Aos 62 anos, ele disse que só vai se manter na disputa se as regras atuais forem modificadas. A Fifa, envolvida em escândalos de corrupção, determina hoje que uma candidatura, para ser lançada,  precisa do apoio mínimo de cinco federações nacionais.

"Não sou a favor disso. Não deve haver essa imposição. Uma pessoa que reconhecidamente tenha sua trajetória no futebol poderia se candidatar sem essa exigência", declarou Zico, em entrevista esta tarde no seu centro de treinamento, o CFZ, no Rio. "Esse modelo vigente na Fifa estimula a corrupção, compra de votos, troca de favores." Há duas semanas, Joseph Blatter anunciou que vai renunciar à presidência da entidade, provavelmente até dezembro, e assim passará a encaminhar o novo processo eleitoral.

Ex-jogador Zico concedeu entrevista coletiva para anunciar sua intenção de concorrer à presidência da Fifa
Ex-jogador Zico concedeu entrevista coletiva para anunciar sua intenção de concorrer à presidência da Fifa
Foto: Pilar Olivares / Reuters

O ídolo do Flamengo contou que falou sobre sua intenção com Michel Platini, da Uefa, e outros ex-atletas de peso e que recebeu o incentivo de muitos deles. Para ele, se for comprovada irregularidades na escolha das próximas sedes, as Copas de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, devem ser revistas. Durante a entrevista, Zico, por várias vezes, também se voltou contra denúncias que atingem a CBF.

Ele se mostrou muito incomodado com o silêncio de pessoas de peso no esporte nacional, com relação a episódios que envolvem a confederação. Não citou nomes. "Há um silêncio constrangedor.  E esse silêncio é muito nocivo ao futebol." Até agora, o número 1 do mundo, o tricampeão mundial Pelé, não se manifestou publicamente sobre casos de corrupção que apontam para a a CBF.

Zico reiterou que recebeu um convite de Romário para um encontro possivelmente até o final de junho. "O Romário quer juntar Pelé, Ronaldo, eu, Cafu, Raí, Leonardo. Quer um movimento voltado para a moralização do futebol nacional. Isso é muito positivo."

Depois de dizer não acreditar que o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não soubesse dos desvios que levaram à cadeia o vice da entidade, José Maria Marin, Zico explicou por que preferiu a Fifa e não a CBF. "Pelo que se vê, hoje é muito mais complicado entrar nessa briga na CBF. Ali, quem manda são as federações." Ele criticou ainda o colégio eleitoral da CBF.  Fazem parte dele as 27 federações estaduais e os 20 clubes da Primeira Divisão. "Em vez de 47, deveriam ser pelo menos 150 eleitores, com a inclusão de clubes das Séries B, C e D, entre outros."

Foto: AFP
Fonte: Especial para Terra
Fonte: Silvio Alves Barsetti
Compartilhar
Publicidade
Publicidade