Catar investiga abusos após morte de 44 operários das obras da Copa
As autoridades do Catar estão investigando as acusações publicadas pelo jornal The Guardian de que imigrantes do Nepal trabalhariam em regime de escravidão e que 44 funcionários morreram nas últimas semanas no país em obras de estruturas para a Copa do Mundo de 2022.
Segundo a reportagem do The Guardian publicada na quarta, milhares de trabalhadores nepaleses enfrentam condições abusivas de trabalho no país do Oriente Médio, que se prepara para sediar a Copa do Mundo de 2022. O Comitê Supremo Catar 2022 afirmou por meio de comunicado ter sido informado de que o governo está investigando as acusações.
"Como todo mundo que viu vídeo e fotos, e que leu os textos que os acompanhavam, nós estamos chocados com as descobertas relatadas na reportagem do The Guardian", disse o comitê, que prometeu "saúde, segurança, bem-estar e dignidade de todo trabalhador que contribui para a realização da Copa do Mundo da Fifa 2022".
Há três anos o Catar foi escolhido para realizar a Copa, em uma decisão surpreendente. O pequeno país do Golfo Pérsico está agora em uma corrida contra o tempo para completar uma grande quantidade de obras de infraestrutura.
A Fifa informou estar preocupada com os relatos da mídia sobre violações de direitos dos trabalhadores e as condições em que vivem nos projetos no canteiro de obras da cidade de Lusail. "A Fifa vai novamente entrar em contato com as autoridades do Catar e a questão também será discutida na reunião do comitê-executivo sobre a Copa de 2022, em 3 e 4 de outubro de 2013, em Zurique", informa o texto.
O comitê Catar 2022 afirmou estar trabalhando com as entidades Human Rights Watch e Anistia Internacional, bem como vários ministros, para resolver questões sobre o trabalho dos imigrantes.