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Concessão do Maracanã fica ameaçada após Cabral desistir de demolições

2 ago 2013 - 16h22
(atualizado às 20h08)
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<p>Suspensão das demolições entra em conflito com planos de consórcio para área do estádio</p>
Suspensão das demolições entra em conflito com planos de consórcio para área do estádio
Foto: Getty Images

A administração do Maracanã pelo consórcio privado formado por Odebrecht, IMX, do empresário Eike Batista, e a americana AEG está ameaçada depois de mudanças anunciadas nesta semana pelo governo do Rio de Janeiro.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) desistiu de demolir o Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros, que fazem parte do complexo do Maracanã. Com a mudança, o Consórcio Maracanã terá um prazo de 20 dias para analisar a situação e a viabilidade do plano de negócios do complexo esportivo.

"Ficou mais complicado porque se abre uma brecha jurídica importante", disse uma fonte do governo do Estado nesta sexta. Outra fonte do município acrescentou: "esta ameaça (de rompimento) realmente existe".

Pelo edital de licitação, o consórcio vencedor deveria derrubar os dois parques esportivos, mas teria que fazer investimentos para reativá-los em um outro ponto da cidade. No caso do parque aquático, o investimento para novo equipamento estava orçado em cerca de R$ 30 milhões.

No local onde estão o parque aquático e o estádio de atletismo o consórcio vencedor pretendia construir centros comerciais e estacionamento, que fariam parte da arrecadação do grupo. Pela decisão da semana, o governo do Estado assumiria a administração dos dois centros esportivos.

"O consórcio não esperava não contar com essas áreas que estavam destinadas a lojas e estacionamento", disse um porta voz do consórcio.

<p>Maracanã sofre critícas por preço de ingressos; cadeiras centrais ficam vazias em confronto cariocas</p>
Maracanã sofre critícas por preço de ingressos; cadeiras centrais ficam vazias em confronto cariocas
Foto: Daniel Ramalho / Terra

João Borba, responsável pelo Consórcio Maracanã, declarou: "vamos refazer os estudos técnicos e financeiros para avaliar a situação. Precisamos de tempo para dar a resposta."

O consórcio assumiu o compromisso de pagar um total de R$ 181,5 milhões em 33 parcelas pela concessão e teria de realizar obras de quase R$ 600 milhões no complexo.

Sem briga

Em entrevista nesta sexta para anunciar a manutenção do Estádio Célio de Barros, Cabral admitiu que a concessão está ameaçada. "Vou aguardar resposta do consórcio Maracanã. Se não for viável (eles ficarem), não tenho o que fazer. Não posso brigar", disse.

"Recebemos manifestações da Justiça do Estado e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) solicitando a paralisação da demolição do Célio de Barros. Além disso, atletas, federações esportivas e a sociedade civil apelaram pela permanência do equipamento", emendou.

<p>Fontes da prefeitiura e governo dizem que concessão fica bastante ameaçada</p>
Fontes da prefeitiura e governo dizem que concessão fica bastante ameaçada
Foto: Getty Images

Os recuos do governador acontecem em meio a uma crise de impopularidade. Pesquisa CNI/Ibope da semana passada apontou que o governador do Rio tem a menor avaliação positiva (12%) entre 11 governadores que administram os Estados que representam 90% do Produto Interno Bruto industrial do País.

Manifestações populares ocorrem na cidade desde junho e têm Cabral como principal alvo. Vários protestos terminaram na porta da residência particular do governador, no bairro do Leblon, e frequentemente há grupos acampados no local.

A licitação do Maracanã foi alvo de protestos de movimentos contra a concessão e ações do Ministério Público. A desapropriação do Museu do Índio, ao lado do Maracanã, também foi confusa e marcada por confrontos entre manifestantes e policiais.

Confira a nota oficial da concessionária do Maracanã:

A concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A, após a decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o poder concedente, de manter o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, já está analisando o novo cenário.

Conforme acordado com o poder concedente, em vinte dias, apresentará alternativa para viabilização e continuidade da concessionária, assegurando que os equipamentos do Complexo Maracanã possam ter garantidos os investimentos para a manutenção e modernização permanente. A concessionária mantém ainda o compromisso de aprimorar sua operação para oferecer segurança e conforto aos torcedores e visitantes desses importantes patrimônios públicos do Rio de Janeiro.

A concessionária aproveita a oportunidade para esclarecer à imprensa é à sociedade brasileira que o Complexo Maracanã não foi privatizado, mas sim concessionado a uma empresa privada pelo período de 35 anos.

Veja a festa nos estádios pelo Brasil em 2013:

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