PUBLICIDADE

Confira planos e propostas de Vinícius Presidente, candidato do Botafogo

24 nov 2014 - 11h26
Compartilhar

Candidato a presidente do Botafogo pela Chapa Alvinegra, Vinícius Presidente falou ao LANCE!Net sobre os seus planos. Ele falou sobre Engenhão, sedes e muito mais. Aos 52 anos, ele disputa a eleição presidencial pela primeira vez. Os sócios-proprietários do clube vão às urnas na próxima terça-feira e vão escolher entre Carlos Eduardo Pereira, Carlos Thiago Cesário Alvim, Marcelo Guimarães e Vinícius Presidente.

Confira o que Vinícius tem a dizer:

LANCE!Net: Por que ser presidente do Botafogo?

'DEFENDO A PROFISSIONALIZAÇÃO TOTAL DO CLUBE'

VINÍCIUS PRESIDENTE: O Botafogo é minha maior paixão da vida. Sou oriundo da arquibancada. Desde os 14 anos vou ao estádio, fui de organizada, conheço todos os estádios do Brasil. Vi meu time campeão com 27 anos, sem desistir.

E vi o Botafogo se esfacelando a cada ano, perdendo valor de mercado. Vem se apequenando. Ou tem uma guinada na mudança de mentalidade, no modelo, ou vai morrer. Hoje é um doente terminal. Os médicos somos nós, quem está dentro do clube, as forças políticas. E vários deles propõe manter o mesmo remédio que está matando o paciente. Minha esperança é mudar esse remédio com um modelo transparente.

O clube só tem uma saída. Para sobreviver entre os 12 maiores do Brasil, precisa de gestão ética, tem que ser mais transparente. Apresentar algo diferente, até os investidores olharem e pensarem: tem algo diferente no futebol brasileiro. Temos que dar o primeiro passo. Se for na mesmice, vamos nos tornar um clube mediano.

Quero uma gestão ética e profissional. Não podemos admitir dirigentes chegarem às 18h no clube porque tem que tocar a vida dele. No Botafogo precisam ter 25 horas por dia, todos os dirigentes. Mas tem que dar condições. Talvez seja o único candidato a defender isso. A profissionalização total do clube, inclusive da direção. Não tenho problema em fazer esse debate. Essa mudança de mentalidade, acreditar que o Botafogo ainda é viável. Temos torcida apaixonada, só está descrente. Podemos gerar novas receitas, trazer torcida para dentro do clube. Tenho capacidade de fazer essa transformação que o Botafogo tanto precisa.

L!Net: É possível pagar esta dívida estimada em R$ 720 milhões? Como?

'NÃO ADIANTA SÓ PAGAR CONTAS, PRECISAMOS GERAR NOVAS RECEITAS'

V.P: R$ 780 milhões! O Botafogo não corre o risco de fechar as portas porque não é empresa. Tem que ser tratado como tal, como empresa falida. Não vou repetir a fórmula de contratar um gerente executivo para a área financeira. Vamos trazer uma empresa que entenda do riscado, tenha experiência em recuperar grandes marcas como o Botafogo. O primeiro passo é recuperar a marca do Botafogo.

Temos que apresentar um plano de equação da dívida, que deve levar entre dez e 15 anos e que deverá ser aprovado pelo Conselho Deliberativo, que já tem algumas premissas. Como a proibição de antecipação de receitas de uma gestão para outra, sem autorização dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Eles devem ter sua responsabilidade nesse processo. Queremos fortalecer o Deliberativo, que hoje é esvaziado.

Estamos entrando no Refis, tem a Timemania, vamos voltar ao Ato Trabalhista... Isso dá em torno de R$ 2,4 e 2,5 milhões por mês. Esse dinheiro você tem que ter. Quando tiver isso por mês, a primeira obrigação como dirigente é pagar esses impostos. Vamos recuperar as contas e a CND (Certidão Negativa de Débito), que dá direito a buscar projetos incentivados e partir pra construção do CT em Marechal e Vargem Grande.

Aí você pode buscar o patrocínio que antes não podia, com empresas públicas. A Puma parece que está declinando de ficar no Botafogo, então abre uma perspectiva de colocarmos uma nova empresa de material esportivo.

Temos que ter uma equipe competente para buscar novas receitas. Não adianta só pagar contas, precisamos gerar novas receitas. O Engenhão precisa ser mais bem explorado, ter um processo mais atrativo para o torcedor, temos que atrair novos investimentos. Ninguém quer investir num estádio vazio. É todo um processo que precisa ser construído, mas é um clube viável se for administrado de forma correta.

L!Net: Se a Lei da Responsabilidade Fiscal do Esporte não sair, a saída será o Refis da Crise?

'A LEI AJUDARÁ O BOTAFOGO E O FUTEBOL BRASILEIRO'

V.P: O caminho é entrar no Refis e continuar lá. Não sair. Toda vez que você sai do Refis ou do Ato, volta pagando mais. E é isso que vem acontecendo. Na gestão do Bebeto, saiu duas vezes. Vamos voltar pro Ato, mas provavelmente não vai ter porcentagem, vai ser um valor fixo. Pode ser em torno de R$ 1 milhão por mês. Mais do que antes.

A gestão tem que ser austera, profissional e transparente. Acredito que a Lei vai ser aprovada. A presidenta Dilma deu declarações a favor da Lei. Acredito que ainda esse ano saia. Aí você poderá optar: ou continua no Refis ou migra para a Lei de Responsabilidade. Acredito que o melhor é ir para a Lei. Será mais favorável ao Botafogo e acho que ajudará o futebol brasileiro.

No modelo do futebol de hoje, CBF, Federação, empresário, jogador... Todo mundo ganha, só o clube que não. O modelo está errado. A Lei vai ajudar a mudar isso. Com a Lei, quem atrasar é automaticamente rebaixado e tem também o comprometimento de patrimônio de dirigente. Isso muda o patamar. Vamos ter dois ou três clubes que terão condições de manter ou pagar um pouco mais. Cito Internacional e Cruzeiro.

A Lei vai ajudar a baixar o patamar e ajuda o Botafogo nesse sentido. A conta não fecha. Não pode ter jogador ganhando R$ 400 mil, uma folha salarial de R$ 9 milhões por mês. Mais de R$ 100 milhões por ano. Nenhum clube sobrevive assim. Não existe patrocinador, não tem arrecadação suficiente. Fica sempre no vermelho e chega ao ponto em que está o Botafogo, que tem um modelo financeiro com grandes botafoguenses ajudando o clube a sobreviver e, em contrapartida, fatiam jogadores das divisões de base.

L!Net: Quais são os planos da Chapa Alvinegra para o Engenhão?

'QUEREMOS UMA NOVA SETORIZAÇÃO. UM SETOR POPULAR A CINCO REAIS'

V.P: Queremos transformar numa arena multiuso. É um ativo importante para o clube. O Botafogo perdeu em torno de R$ 40 milhões com o fechamento, no total. A negociação que vamos fazer com a Prefeitura, temos dois caminhos: ou entramos na Justiça e pedimos uma recuperação judicial financeira ou renegociamos o prazo. Não quero só a extensão do prazo que ficou fechado. Isso está garantido. Quero discutir um prazo além como multa ou ressarcimento do prejuízo. Isso pode ser uma forma de negociar o Engenhão. Negociar mais cinco anos, fruto dos prejuízos com o fechamento.

A primeira coisa a se fazer é montar um grupo de trabalho. Vamos reunir Prefeitura, Governo do Estado, Supervia, Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), os shoppings Nova América e Norte Shopping. Queremos tornar o acesso ao Engenhão agradável e viável para a torcida. Ele está bem localizado. Uma via expressa (Linha Amarela) passa ali.

Podemos conversar com a Fetranspor. Pensamos em colocar linha diretas de ônibus em dias de jogos. Bota ônibus saindo de Campo Grande, Ilha do Governador, Realengo, Botafogo, Jacarepaguá... Todos diretos para o Engenhão, sem parar. E na volta a mesma coisa. Ponta a ponta.

No trem, podemos negociar facilidades com a Supervia. Colocar trens com horários exclusivos. Isso se começou a fazer no inicio do Engenhão, mas depois se perdeu. Podemos criar bolsões de estacionamentos, com o shopping. Fazemos coisas próximas e damos o transporte chamado complementar.

Temos que repensar o Engenhão com operação interna. Da forma que as catracas estão colocadas, não atendem a um grande fluxo. Todo jogo com mais de 20 mil torcedores dá filas enormes. Podemos criar um fluxo de entrada em outras partes do estádio. Criar outras vias de acesso.

Queremos uma nova setorização, criar um setor popular. Atrás do gol, bota o ingresso a R$ 5. E pode botar via sócio-torcedor. Paga uma faixa mais barata do sócio-torcedor e dá direito ao setor localizado. Paga R$ 20 por mês e tem direito ao Setor Sul. Temos que fazer aumentar a média de público. Para isso temos que criar facilidades.

Vamos ter Olimpíadas. Provisoriamente vamos fazer uma mexida no estádio para dar a cara do Botafogo e a torcida sentir que ali é o nosso estádio. Definitivamente, depois de 2016. Vamos fincar um bandeirão, tipo do Internacional. Da Linha Amarela, verão de quem é aquele estádio.

E porquê não construir um restaurante dentro do Engenhão, para o torcedor chegar mais cedo, almoçar com a família e depois assistir ao jogo? Nos grandes estádios da Europa têm isso. O jogo é às 16h e a família chega lá às 10h.

Além disso, buscamos patrocinadores. Conversamos com grandes empresas para dar nome ao estádio, mas só vamos poder divulgar mais a frente.

L!Net: O que acha da proposta de dar direito a voto aos sócios-torcedores?

'NÃO QUEREMOS TIRAR OS DIREITOS DO SÓCIO-PROPRIETÁRIO'

V.P: Lembro que no debate interno todo mundo falava "o sócio-proprietário não vai concordar, pode ferir os direitos dele". Em momento algum queremos tirar direitos. Na hora de montar a chapa, conversamos com cada um dos nossos integrantes no Deliberativo. Quem concordava estava inscrito na chapa. Se for eleito, terei maioria no Deliberativo, por isso tenho certeza que vamos conseguir isso. Só se minha chapa me trair. E tem parte do corpo permanente que concorda com isso. Vou dialogar o tempo todo com eles. Isso é uma característica minha. Por isso registramos em cartório a promessa.

Não vejo a recuperação do Botafogo sem a torcida. O clube olha torcida com distância. O próprio programa de sócio-torcedor tem características para deixar a torcida longe. Se torcida não vier para dentro do clube, o Botafogo não vai sair do lugar. O clube precisa confiar na torcida e vice-versa. O medo de alguns é perder o controle político. Não tenho medo da torcida. A torcida tem que ser dona. Esse modelo está falindo o Botafogo e queremos mudar. Sou presidente para mudar a forma de o Botafogo ser gerido. Se não for, prefiro não ser presidente.

Essa proposta é democrática, para ampliar o universo votante, mudar a fórmula da democracia interna e para trazer jovens ao clube. Sou o mais jovem candidato e o único que nunca assumiu cargo nenhum. Ou remunerado, eleito ou indicado. Nunca assumi cargo nenhum. Cerca de mil pessoas vão escolher o futuro de um clube com mais de quatro milhões de torcedores.

Tem também a questão financeira. Como vou concorrer com Internacional e Cruzeiro? O Inter com 110 mil sócios-torcedores e uma arrecadação em torno de R$ 50 milhões por ano. O Cruzeiro tem menos, mas um preço de ingresso maior e fatura R$ 60 milhões por ano. O Botafogo, hoje, deve ter menos de R$ 300 mil por mês de renda. É menor que a Chapecoense. Isso dá R$ 4 milhões por ano. Como vou concorrer com eles? Precisamos conhecer a característica da torcida, apresentar programas de sócios. E um dos atrativos é o direito de voto. Dois anos de adimplência, dá opção de virar sócio-proprietário. Tenho R$ 140 mil de proprietário. Ridículo. Não paga o que a sede gasta. Pode ser até um tempo menor. A partir do terceiro ano, passa a ter opção de virar proprietário, tendo um desconto de 50%. Dependendo das faixas, pode ter até desconto de 80% para virar sócio-proprietário. Vamos achar uma fórmula. Queremos discutir com o Conselho Deliberativo.

Relacionamento é a palavra-chave. Vamos ligar todos os meses, ver o que o torcedor está achando, colocar uma banca para reclamação em todos os jogos. Então, você acerta os problemas. Tem que ter tratamento diferenciado.

Temos que dar direito ao sócio-proprietário de assistir aos jogos. Hoje, ele paga duas vezes. Vai ter setor exclusivo para poder assistir aos jogos. Será pessoal e intransferível, mas ele vai ter esse direito. Eles não têm isso.

Não basta falar. Agora todo mundo diz que quer fazer isso, mas a chapa toda está contrária. Tem que se indispor com a sua chapa. Sem isso, o Botafogo não tem recuperação. A hora que a torcida perceber que tem algo diferente, vai ajudar. Quem não acredita na torcida não merece estar dentro do clube.

L!Net: O que a Chapa Alvinegra traz de diferente das demais? O que pode fazer de diferente?

'O PRINCIPAL DIFERENCIAL É QUE QUEREMOS ABRIR O CLUBE E OXIGENAR'

V.P: Queremos trazer a torcida para dentro do clube, num processo de democratização. Esse é o principal diferencial, abrir o clube e oxigenar. Não vejo outras chapas falarem disso. Pode ser por oportunismo eleitoral, para não desagradar ninguém dentro do clube. Não vou esconder minhas origens por causa de eleição. Decidi ser candidato depois daquele vexame na Copa do Brasil do ano passado, que a torcida não foi, pois sabia que ia acontecer (A derrota por 4 a 0 para o Flamengo, nas quartas de final). A cada ano uma tragédia dessas acontece. As pessoas têm que baixar um pouco a prepotência e reconhecer que estão fazendo mal ao Botafogo. O clube não é deles. É da torcida.

Tem uma série de pessoas importantes lá dentro e não quero excluir eles. Mas sem a torcida, o Botafogo não é viável. O processo precisa ser feito com rapidez. Quero fazer a reforma estatutária nos primeiros cinco meses de gestão. O Botafogo não aguenta mais isso.

L!Net: Quais são os planos para as categorias de base do Botafogo?

'PENSAMOS EM CRIAR UM FUNDO ESPECÍFICO PARA A CONSTRUÇÃO DO CT DA BASE'

V.P: O Mauricio errou, perdeu a certidão e não conseguiu operar para fazer as obras em Marechal Hermes. Vamos buscar isso, mas estamos com outra alternativa. Pensamos em criar um fundo específico para a construção. Conheço grandes botafoguenses que querem esse CT e estão com desejo de apostar, mas querem a garantia de que esse dinheiro não vai entrar na conta do clube e será usado para outras coisas. Vamos criar algo que será administrado de comum acordo por essas pessoas, algum nome de fora da direção. Essa pessoa que vai gerir esse fundo. Quero o CT pronto. Se for essa a viabilidade, não tem problema nenhum. Eu concordando com a pessoa, ela vai ter autoridade para poder tocar os recursos. A obra será gerida por esse fundo, criado para isto. O dinheiro pode passar por dentro ou por fora do Botafogo.

L!Net: Quais são os planos para as sedes do clube?

'TODAS AS SEDES SÃO VIÁVEIS. TEMOS QUE FAZER UM CENTRO DE CUSTO POR SEDE'

V.P: Acho que o Botafogo tem o maior patrimônio dos clubes cariocas. Temos que fazer um centro de custo por sede. Isso já foi pensado e não foi executado. Todas as sedes são viáveis. O que fica ali custeia a sede. Pego dinheiro de escolinha, vai para o caixa único, gasta no futebol e não adianta nada. Melhor deixar o que é do esporte olímpico com o esporte olímpico.

Tinha um andar no Centro que estava em processo de leilão. Já perdemos um e podemos perder outro. Estamos perdendo patrimônio. Pretendemos levar a parte administrativa para o Centro. É um pensamento que nós temos.

A arrecadação do remo no Sacopã tem que ficar no remo. Basquete a mesma coisa. O Mourisco, disseram em vender pra pagar dívida. Dilapidar patrimônio não vai resolver a situação. Tem que ser visto com carinho, talvez seja a sede mais especial, está bem localizada.

General é um caso à parte. Temos potencial. Queremos criar um museu no casarão e transformar a parte de cima em grande bistrô, para que os sócios possam sentar ali, tomar café, ver o cair do dia. Cobrando entrada do museu, você mantém a manutenção do próprio casarão.

Precisamos ter atrativos para a família. Salão de beleza, academia, quadra de vôlei de praia... Talvez a família frequente mais, a inadimplência vai cair... Isso aumenta arrecadação. Hoje, o clube tem em torno de R$ 400 mil de despesa total e arrecadação de R$ 150 mil. Ficam R$ 250 mil de buraco financeiro. Tenho que buscar novas receitas.

Se construir o CT da divisão de base e o profissional, a sede tem que ser tratada como social. Futebol, na minha visão, tem que sair dali. Vamos ter três sedes para o futebol.

Em Caio Martins temos que fazer um estudo de viabilidade. Se conseguir um projeto que torne aquilo viável, ótimo. Se não tiver, melhor entregar. Devolve ao Governo do Estado. Podemos ter uma parceria com o Governo também. Tem que pensar no que podemos fazer na a sede. Tem que dar lucro.

Vamos contratar um executivo que pense nessa área. Na busca de recursos para os esportes olímpicos e para as sedes. Temos o Carlos Alberto Lancetta (ex-dirigente do próprio Botafogo e atualmente na presidência da Federação de Atletismo do Rio de Janeiro) na nossa chapa. Ele não quer assumir nada, mas quer ajudar. Trabalhou no futebol e não quer trabalhar mais com isso. Quer ajudar no esporte olímpico.

L!Net: Daqui a três anos, quando terminaria o seu mandato, se eleito, como o torcedor pode imaginar o clube?

V.P: O processo de recuperação passa por montar um time competitivo. Não vamos montar um time de ponta em 2015. A torcida tem que saber isso. Quem disser isso vai mentir. Vamos ter dificuldades, mas vamos ter um time competitivo. Se pagar R$ 50 mil vai ganhar todo mês. Não vou fazer contrato e depois não arcar com compromissos. Esse time, com todas as debilidades e dificuldades, tem corrido em campo. E estão jogados. O presidente será presente. Se puder vou a todos os jogos e viagens. Queremos um time brioso, que honre as tradições. Vim da arquibancada e não vou passar aqui sem ser campeão. Quero ganhar Brasileiro e grandes conquistas. Nunca vou estar satisfeito com título. Sempre vou querer mais. O clube se acostumou a conquistas pequenas, Carioca é pouco. Tem que buscar algo maior.

Sem grandes conquistas, não vamos formar uma nova geração de torcedores. Ídolos são importantes, mas são conjugados com títulos. Temos a geração de Túlio, que ganhou títulos. E foi desmontado no ano seguinte. Igual o que foi feito esse ano. Tínhamos time competitivo e para ganhar. O San Lorenzo foi campeão, o que eles tinham demais?

L!Net: O que se pode esperar do futebol do Botafogo em 2015?

'TEMOS QUE MANTER A ESPINHA DORSAL E BUSCAR NO MERCADO COM CRIATIVIDADE'

V.P: Temos que usar a criatividade. Manter uma espinha dorsal e buscar no mercado. Os garotos da base precisam ser tratados com cuidado e vamos ter o Carioca pela frente. Podemos montar um time e dizer que para jogar aqui tem que ter prazer e vontade. Temos que fazer nossa parte. Construir CT, pagar em dia... Tendo as certidões, fazemos projetos incentivados para buscar esses recursos. Não temos local na cidade para fazer um CT que agregue tudo junto. Não vejo como fundamental. Em Marechal a gente consegue fazer um CT maior. Nosso terreno em Vargem Grande é melhor que o do Vasco. É lá que vamos fazer o CT do time profissional.

L!Net: Já é possível projetar a permanência de jogadores para 2015?

'IREI ME ESFORÇAR PARA MANTER JEFFERSON, DANIEL E GABRIEL'

V.P: Dois ou três jogadores vamos nos esforçar para manter, pois depende do jogador querer: Jefferson, Gabriel e Daniel.

Para o Jefferson, queremos apresentar um projeto e falar que ele será o comandante. Com salário fixo e estudando um processo de compartilhamento de receitas. Ele é ídolo. Mas o Botafogo é tão fraco que você vai à loja do clube e não tem uma camisa infantil do Jefferson. Ninguém nunca pensou nisso. Uma camisa dele para a garotada. Isso é falta de visão do ídolo.

Os outros dois, Daniel e Gabriel, são símbolos de uma geração que subiu e queremos apostar. Já escutei gente dizer que cair é bom pra montar um time mais barato. Mas a torcida não merece isso de ter um segundo vexame. A torcida tem que abraçar o time.

O restante vamos conversar, avaliar... Eles têm sido briosos. Vamos esperar. Vamos conversar com todos. Vejo bons jogadores, mas prefiro não citar todos os nomes. Prefiro aguardar, passar mensagem de apoio. O elenco precisa ser reforçado, sem dúvidas. Sem dinheiro, você tem que ter inteligência.

Já o Mancini, depende do debate. Falando como torcedor agora (risos). Ele tem certa teimosia em algumas ocasiões, quer sempre colocar o time para frente (risos). Mas tem qualidade. Levou o Atlético-PR para a Copa Libertadores. Ganhou a Copa do Brasil com o Paulista. Tem capacidade. Vamos conversar, mas não temos definido. Não sou só eu pra decidir, tenho que ver com quem vai dirigir o futebol.

L!Net: Quais são os planos para os esportes amadores?

'MEU VICE É DO POLO AQUÁTICO'

V.P: Meu vice é do polo aquático (Ique, diretor do Polo Aquático). É vitorioso e não tem comprometimento com gestão nenhuma. Fez oposição ao Bebeto e nem o Bebeto tirou ele. O polo sobrevive com a luta deles, técnicos e pais dos alunos. O Ique tira dinheiro do bolso para manter o polo do Botafogo, que não dá um centavo a ele. Isso é errado. Tem que acabar. Polo tem que trazer projeto sustentável.

O Ricardo Braga foi três meses vice-presidente administrativo do Mauricio. Mas para estar na nossa chapa pedimos pra sair. O Ique não exigimos isso, ele transpassa isso. É um vitorioso. Talvez seja dos mais adorados lá dentro do clube. É campeão sempre. Trouxe quatro estrangeiros agora.

L!Net: Qual será o efeito de uma queda para a Série B?

V.P: Será uma tragédia. Se o Botafogo cair, vamos ter que fazer um trabalho mais forte com a torcida. A torcida não merece essa humilhação. Não acho melhor cair. A tragédia não é só esportiva e de humilhação. O clube perde arrecadação. Não perde cota, nem bilheteria, mas o valor para patrocínios de camisa ou material esportivo é menor. Para as placas de publicidade no Engenhão é menor. O Botafogo perde valor de mercado. Mas estamos nos preparando para isso, claramente.

Acho muito bacana a nossa história. Ninguém tem tantos ídolos como o Botafogo. Mas os jovens querem outra história. Querem novos ídolos, novas conquistas. Vamos começar do zero e escrever nova história. O Botafogo vai crescer na nossa gestão, a torcida pode ter certeza disso.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
Compartilhar
Publicidade