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Conheça a história de Alfredo di Stéfano, presidente de honra do Real Madrid

7 jul 2014 - 15h53
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Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, o argentino Alfredo di Stéfano faleceu nesta segunda-feira, em Madri, aos 88 anos, dois dias após sofrer uma parada cardíaca e ser internado.

Nascido em 4 de julho de 1925, em Buenos Aires, Di Stéfano passou sua infância em bairros humildes. Trabalhou no negócio agrícola e de gado da família, antes de sua estreia, em 1944, no elenco do River Plate, clube ao qual retornou em 1947 para ser campeão nacional, após ser emprestado ao Huracán.

Naquele mesmo ano, ele disputou seus seis únicos jogos com a seleção argentina. Foi campeão da Copa América, em Guayaquil (Equador), marcando seis gols.

Após a greve dos jogadores argentinos em 1948, no ano seguinte foi jogar no Milionarios, que defendeu até 1952. Venceu três títulos do campeonato colombiano (1949, 1951 e 1952), antes de retornar ao River Plate.

Em viagem pela Espanha com o clube colombiano, dirigentes do Barcelona e do Real Madrid se encantaram pelo futebol do argentino e decidiram contratá-lo. A disputa pelo jogador ainda gera discussões. Em maio de 1953, ele chegou à Espanha e disputou amistosos com a camisa do Barcelona, apesar de também ter compromisso com o Real Madrid.

A Fifa intermediou o conflito e determinou que a "Flecha Loira", apelido dado ao atleta em função das suas arrancadas e da cor de seu cabelo, jogasse uma temporada com cada equipe. Após decisão polêmica, o craque passou a defender somente a equipe de Madri. A opção de Di Stéfano ajudou a acirrar a rivalidade entre os dois clubes.

Naturalizado espanhol em 1956, em janeiro do ano seguinte estreou com a seleção espanhola contra a Holanda, em um jogo no qual marcou três dos cinco gols de sua seleção. Ele disputou 31 jogos e marcou 23 gols em sua trajetória com a Espanha. Seu último jogo pela 'Fúria' foi em dezembro de 1961.

Eleito presidente de Honra do Real Madrid em 2000, Di Stéfano disputou 510 jogos e marcou 418 gols pelos merengues. O último duelo da "Flecha Loira" com a equipe foi a final da Copa da Europa contra a Inter de Milão, no dia 27 de maio de 1964, vencida pelos italianos.

Bola de Ouro em 1957 e 1959, ele foi artilheiro em cinco campeonatos espanhóis. Foi um dos protagonistas da fase dourada do Real Madrid. Venceu cinco Copas dos Campeões da Europa, atual Champions League, consecutivas (entre 1956 e 1960), sendo o artilheiro da competição quatro vezes. Além disso, faturou a Copa Intercontinental (atual Mundial de Clubes) em 1960, e oito títulos do Campeonato Espanhol (1953-54, 1954-55, 1956-57, 1957-58, 1960-61, 1961-62, 1962-63 e 1963-64).

Em 25 de agosto de 1963, Di Stéfano foi sequestrado durante dois dias em Caracas por membros das Forças Armadas da Libertação Nacional Venezuelana (FALN), que queriam derrubar o presidente Rómulo Betancourt. No ano de 1964, o craque seguiu para o Espanyol, clube em que encerrou sua carreira profissional, em 1966.

Um ano depois, em junho de 1967, o Real Madrid fez uma homenagem ao atleta, com um amistoso contra o Celtic, de Glasgow, quando ofereceu ao craque a Medalha de Ouro de Mérito Desportivo.

Após o sucesso dentro de campo, ele seguiu no futebol como treinador. Seu primeiro clube nesta função foi o Elche (1967-1968). Na sequência, comandou o Boca Juniors (1968-1970), clube com o qual foi campeão argentino, em 1970. De volta à Espanha, dirigiu o Valencia (1970-1974), e venceu o título espanhol da temporada 1970-71. Ainda treinou o Sporting (1974-1975), de Portugal, o Rayo Vallecano (1976-1977) e o Castellón (1977-1978).

Em 1978, ele voltou ao Valencia e conquistou a Recopa da Europa, em 1980. Entre 1981 e 1982, treinou o River Plate, e venceu o título argentino de 81.

Em maio de 1982, ocorreu seu retorno ao Santiago Bernabéu. Desta vez, como técnico. Porém, a "Flecha Loira" perdeu o campeonato espanhol de 1983-84 no último jogo. Em 1985, retornou ao Boca Juniors e, no ano seguinte, comandou novamente o Valencia na campanha de acesso à primeira divisão. Ele dirigiu o clube até março de 1988.

Di Stéfano retornou ao banco do Real Madrid entre novembro de 1990 e março de 1991, naquela que foi sua última passagem como treinador. Depois, continuou ligado à entidade como assessor esportivo, delegado e presidente da Associação de Veteranos do clube (desde 1993). Com a chegada de Florentino Pérez à presidência dos merengues, em julho de 2000, ele foi nomeado presidente de honra do clube.

Diversas organizações internacionais do futebol reconheceram a trajetória do craque. A Fifa o considerou um dos oito jogadores mais importantes da história (1997). Ele foi um dos primeiros a ingressar no 'Hall da Fama' da entidade e recebeu a Ordem do Mérito da Fifa (1994).

A Federação Internacional de História e Estatística de Futebol (IFFHS) o elegeu como o terceiro "Melhor jogador europeu do século XX", já que era argentino naturalizado espanhol. Além disso, ele ganhou o Grande Colar Extraordinário da Confederação Sul-Americana de Futebol (2003), e o Prêmio Presidente Uefa (2009). Em 1989, recebeu a 'Super Bola de Ouro' da revista 'France Football', como melhor jogador de todos os tempos.

EFE   
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