PUBLICIDADE

Terra na Copa

Acabou a freguesia: Com gol relâmpago e sofrimento, EUA batem Gana em Natal

16 jun 2014 - 21h17
(atualizado às 21h21)
Compartilhar

Derrotada por Gana em um confronto direto pela classificação na fase de grupos da Copa do Mundo de 2006 e nas oitavas de final em 2010, a seleção dos Estados Unidos conseguiu a revanche contra os 'Estrelas Negras' nesta segunda-feira, com uma vitória por 2 a 1 na Arena das Dunas, em Natal, na estreia das duas seleções no Mundial do Brasil.

Os americanos precisaram de apenas 28 segundos para abrir o placar. O gol marcado por Clint Dempsey foi o quinto mais rápido da história das Copas, 16 segundos mais demorado que o líder da lista, o de Hakan Sukur, pela Turquia, na disputa pelo terceiro lugar contra a Coreia do Sul em 2002.

O gol marcado tão rapidamente mostrou a tônica do jogo, bastante movimentado, principalmente por parte dos ganeses. A equipe africana passou a dominar o confronto ainda na etapa inicial, criou grandes chances e, apesar de ter pecado nas finalizações, obteve o empate nos instantes finais com Andre Ayew, irmão e companheiro de seleção de Jordan (ambos filhos do ídolo Abedi Pelé). Pouco depois, porém, Brooks desempatou e calou a torcida do time do técnico Kwesi Appiah, que era maioria.

O resultado foi uma vingança dos EUA. Em 2006, na Alemanha, os americanos perderam para o adversário de hoje por 2 a 1 e caiu ainda na fase de grupos do Mundial. Quatro anos depois, o algoz foi o mesmo, desta vez nas oitavas, também por 2 a 1, na prorrogação.

Com a vitória, os comandados do alemão Jürgen Klinsmann poderão se classificar já no próximo sábado. Para isso, terão que bater Portugal, que hoje foi goleado pela Alemanha por 4 a 0, em Manaus, e torcer para os africanos não venceram a tricampeã mundial um dia antes, em Fortaleza.

No time de Gana, Appiah surpreendeu ao deixar o volante Michael Essien e o meia-atacante Kevin-Prince Boateng no banco de reservas. Os EUA até entraram com a equipe considerada principal, mas perderam o atacante Jozy Altidore, com uma lesão muscular, na metade do primeiro tempo.

Logo na saída de bola, os Estados Unidos pressionaram os ganeses, que tinham dado o pontapé inicial, e conseguiram um arremesso lateral no campo adversário. Beasley cobrou para Dempsey, que devolveu para o lateral. O ex-jogador do PSV tocou para Jones, que de primeira serviu Beasley à frente. Sem tocar na bola, o capitão da seleção americana trocou de pé com categoria, invadiu a área em diagonal, cortou Boye e bateu cruzado, no canto esquerdo de Kwarasey. O goleiro abriu o compasso, mas não conseguiu defender, e a bola morreu no fundo do gol com apenas 28 segundos de partida.

Os primeiros instantes de jogo foram de domínio americano, que "acampava" no campo adversário. Contudo, depois do gol, o time teve dificuldades para levar perigo. Aos sete minutos, Johnson lançou Altidore, que arrematou mal.

Aos poucos, Gana foi aparecendo no ataque, mas quem levou perigo mais uma vez foi os EUA, na última jogada de Altidore antes da lesão. Aos 19, o camisa 17 recebeu de Bedoya na área, girou e teve o chute bloqueado na pequena área.

A partir daí, a equipe africana passou a ter maior posse de bola e enfim assustou aos 29 minutos. Andre Ayew desceu pela esquerda e cruzou para Atsu, que pegou de primeira e tirou tinta da trave.

O melhor lance de Gana antes do intervalo aconteceu três minutos depois, com Gyan, jogador marcado pelo pênalti perdido na prorrogação em jogo de quartas de final da última Copa diante do Uruguai. Ele levou da esquerda para o meio e bateu firme para boa intervenção de Howard.

O jogo era agitado, um pouco pela velocidade dos dois times, mas também pela rispidez de algumas divididas, como a de Jones e Muntari, aos 47, que fez os dois se estranharem. Como de praxe nesta Copa, o árbitro preferiu levar na conversa.

Jordan Ayew ainda teve grande oportunidade para levar Gana para o vestiário com um empate, mas vacilou aos 49 minutos. Atsu desceu pela direita, foi ao fundo e rolou para o atacante, que concluiu sem força.

Os 'Estrelas Negras' voltaram do vestiário incomodando com dois chutes de longe, aos sete e aos dez minutos. No primeiro, Atsu mandou por cima; depois, foi a vez de Muntari arriscar e mandar rente à trave direita.

A sequência de ataques se tornou um sufoco para a defesa americana com duas cabeçadas de Gyan, aos 11 e aos 12 minutos. A primeira encobriu o travessão, e a segunda, com leve toque de Howard, triscou o posto esquerdo.

Referência no ataque ganês, Gyan tentava de todas as maneiras. Aos 18, Boateng, que entrou no lugar de Jordan Ayew, acelerou pela esquerda e cruzou por baixo. O centroavante dominou dentro da área e bateu firme. Howard segurou mais uma.

Depois de respirar um pouco, os EUA voltaram a ser pressionados aos 30, em linda jogada individual de Asamoah. Ele driblou dois na ponta esquerda e cruzou forte. Antes da chegada de Gyan, a zaga afastou como pôde.

O esforço dos ganeses foi enfim recompensado aos 37 minutos, em mais um ótimo lance individual de Asamoah. Ele carregou para o meio e adiantou até Andre Ayew, que bateu firme e superou Howard.

Entretanto, a festa de Gana durou apenas cinco minutos, tempo necessário para que os americanos desempatassem. Após cobrança de escanteio da direita, Brooks subiu sem marcação e fez de cabeça.

Gana teve então que voltar para o abafa e se esforçou o quanto pôde, tanto com lançamentos longos quanto com troca de passes, mas o novo empate não veio.

Ficha técnica:.

Gana: Kwarasey; Opare, Inkoom, Mensah e Asamoah; Rabiu (Essien), Muntari e Jordan Ayew (Boateng); Atsu (Adomah), Andre Ayew e Gyan. Técnico: Kwesi Appiah.

Estados Unidos: Howard; Beasley, Cameron, Besler (Brooks) e Johnson; Jones, Bradley, Beckerman e Bedoya (Zusi); Dempsey e Altidore (Johansson). Técnico: Jürgen Klinsmann.

Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia), auxiliado pelos compatriotas Mathias Klasenius e Daniel Warnmark.

Cartões amarelos: Rabiu e Muntari (Gana).

Gols: Andre Ayew (Gana); Dempsey e Brooks (Estados Unidos).

Estádio: Arena das Dunas, em Natal.

EFE   
Compartilhar
Publicidade