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Terra na Copa

Agora nome de confiança, Luiz Gustavo já ofereceu serviços à Alemanha

Contra a Suíça em amistoso na quarta, volante deve ser titular da Seleção dois anos depois de sua estreia. Antes, porém, ele quase mudou de lado

13 ago 2013 - 09h53
(atualizado às 10h45)
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Chamada de reportagem no jornal Bild em 2011: "Gostaria de me tornar alemão", disse Luiz Gustavo
Chamada de reportagem no jornal Bild em 2011: "Gostaria de me tornar alemão", disse Luiz Gustavo
Foto: Reprodução

"Jogo e penso como um alemão". Essa foi a definição de Luiz Gustavo, à imprensa germânica, quando perguntado sobre a possibilidade de seguir Paulo Rink e Cacau, e defender a seleção daquele país há pouco mais de dois anos. O assunto hoje parece surreal: no Brasil que enfrenta a Suíça em Basileia na próxima quarta-feira, Luiz virou homem de confiança e titular quase indiscutível. Nem sempre foi assim.

Com carreira no futebol alagoano e de passagens no máximo pela Série B, Luiz Gustavo, paulista de Pindamonhangaba, impressionava no início de sua trajetória pelo Hoffenheim-ALE, ainda em meados de 2007. Diante da falta de perspectivas em atuar pelo Brasil, chegou a se manifestar positivamente pela possibilidade de defender a Alemanha.

"Se o Brasil não me convocar, existe essa possibilidade. Gostaria de jogar pela Alemanha", disse ele na ocasião. Para meios alemães, também era uma forma de pressionar a CBF, atrair mais atenção. "Sou brasileiro, mas devo separar as coisas. Quero sim a cidadania alemã e não importa o tempo que possa levar. Jogo e penso tão rápido quanto um alemão", definiu.

Ouvido pelo jornal Bild à época, o diretor de seleções da Alemanha, Oliver Bierhoff, se manifestou com prudência. Segundo ele, Luiz Gustavo precisaria obter a cidadania para que a Federação se reunisse com o Bayern de Munique para uma convocação. Bierhoff ainda ponderou se havia identificação com o país, de fato, ou se Luiz apenas queria defender uma seleção de ponta.

Legalmente, são necessários oito anos de residência no país para que se obtenha a cidadania alemã. Entretanto, à época, a advogada Jetta Kasper considerou que Luiz Gustavo teria direito de convocação até 2012 se houvesse "interesse público" e uma intervenção da Federação para acelerar o processo. É provável que a repercussão da época na imprensa germânica tenha chamado a atenção de Mano Menezes.

A primeira chance no Brasil foi contra a própria Alemanha

<p>Luiz Gustavo passa por cima de Xavi na marcação: volante virou realidade entre titulares da Seleção</p>
Luiz Gustavo passa por cima de Xavi na marcação: volante virou realidade entre titulares da Seleção
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Em julho de 2011, Luiz Gustavo foi chamado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. Ironicamente, para amistoso contra a Alemanha. Naquele dia, jogou quatro minutos apenas. Só voltou a campo com Mano mais uma vez e atuou durante toda a partida contra a Costa Rica, em outubro de 2011. Ao todo, foram quatro convocações, até a surpreendente nova chance com Felipão.

Quando convocado por Luiz Felipe Scolari para a Copa das Confederações, o volante tinha três minutos em campo – em amistoso com a Itália – sob o comando do novo treinador. Havia se tornado reserva do Bayern de Munique. Durante a preparação, porém, encantou o treinador pela marcação firme, força nas bolas aéreas e boa saída pelo lado esquerdo. Desbancou o então titular Fernando e terminou a final contra a Espanha como um dos melhores em campo.

As características que seduziram Felipão, curiosamente, são as que desagradam Pep Guardiola. Luiz Gustavo foi colocado na lista de transferências pelo Bayern e seu destino mais comentado é o Arsenal. Deve deixar o futebol alemão depois de seis temporadas. Mas como volante da Seleção Brasileira.

Fonte: Terra
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