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Terra na Copa

Antes de interlocutor, Rebelo foca em votação da Lei Geral da Copa

20 mar 2012 - 12h54
(atualizado às 14h11)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP), declarou na manhã desta terça-feira em São Paulo que a prioridade do Governo é aprovar a Lei Geral da Copa e só depois voltar a discutir outras questões como a do interlocutor do País com a Fifa. Segundo Aldo, todos os compromissos anteriores do Governo brasileiro com a entidade serão mantidos, inclusive a suspensão do item que veda a venda de bebidas alcoólicas em estádios durante a vigência do torneio.

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"Conversamos com os líderes e devemos chegar a um termo nesta semana", disse Rebelo durante palestra na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo.

Um novo interlocutor é um pedido de Aldo Rebelo após Jérôme Valcke declarar que o "Brasil precisa de um chute no traseiro" para acabar com os atrasos das obras necessárias para a infra-estrutura à Copa do Mundo de 2014. Porém, em nota divulgada na noite de segunda-feira, o presidente da Fifa Joseph Blatter afirmou que o secretário-geral da entidade, Valcke continuará integrando a organização do Mundial no País.

Na última semana Blatter esteve em Brasília para conversar com a presidente Dilma Rousseff questões sobre a Lei Geral da Copa, estádios brasileiros e a continuidade de Valcke como interlocutor da Fifa com o Governo brasileiro.

Entenda a polêmica

Em entrevista concedida na sexta-feira (02/03), o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que os organizadores do Mundial de 2014 precisavam de um "pontapé na bunda" para as obras da Copa do Mundo andarem no País, e afirmou que os preparativos brasileiros estão em "estado crítico".

As palavras não foram bem recebidas pelo governo brasileiro, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou no sábado (03/03) que não quer mais Valcke como interlocutor da Fifa para os assuntos relacionados à Copa de 2014. "As declarações são inaceitáveis, inadequadas para o governo brasileiro", disse Rebelo.

Não é de hoje que Valcke enfrenta rusgas com as autoridades brasileiras. Em comunicado publicado no site da Fifa, o secretário pediu rapidez com a aprovação da Lei Geral da Copa: "o texto deveria ter sido aprovado em 2007 e já estamos em 2012", declarou.

No meio do fogo cruzado, o presidente do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, manteve discurso neutro e apenas ressaltou que tudo sairá como o planejado. "Em todo processo democrático as discussões devem ser amplas e sempre levar em conta os interesses do povo", disse Teixeira na nota.

Na segunda-feira (05/03), Aldo Rebelo enviou à Suíça uma carta solicitando um novo interlocutor entre o governo brasileiro e a entidade máxima do futebol mundial. De acordo com o ministro do Esporte, "a forma e o conteúdo das declarações escapam aos padrões aceitáveis de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária como a Fifa".

No mesmo dia, Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também atacou as palavras de Valcke, chamando o secretário-geral da Fifa de "deselegante". "Foi uma declaração que merece na verdade é que a gente dê um chute daqui para lá de volta e que se repudie qualquer declaração desse nível", opinou Maia.

Posteriormente, Valcke publicou carta em que se desculpava pelo incidente que classificou como um mal entendido. Segundo o dirigente da Fifa, o que houve não passou de um erro de tradução, e o Brasil segue seguro como "única opção para sediar a Copa do Mundo".

Aldo Rebelo aceitou o pedido de desculpas, mas disse que "este tipo de episódio não pode se repetir". Ficou ainda acertada uma renião de Blatter com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ocorrida na sexta-feira dia 16 de março. Nela, as diferenças foram discutidas e o mandatário da Fifa pediu tempo para resolver o problema Valcke.

Ministro do Esporte prefere dar preferência a votação da lei antes de discutir a questão do interlocutor da Fifa com o Governo
Ministro do Esporte prefere dar preferência a votação da lei antes de discutir a questão do interlocutor da Fifa com o Governo
Foto: Hermano Freitas / Terra
Fonte: Terra
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