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Terra na Copa

Blatter admite "erro" da Fifa por Mundial de 2022 no verão do Catar

9 set 2013 - 13h11
(atualizado às 15h24)
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A escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 é alvo constante de polêmica. O país foi acusado pela revista France Football de ter comprado votos para ser escolhido; além disso, as temperaturas locais entre junho e julho, meses previstos para a disputa, poderão chegar até a 50 ºC.

O segundo fator, pelo menos, é reconhecido pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, como preocupante. Em entrevista à revista Inside World Football, o suíço admitiu que a entidade máxima do futebol pode ter cometido um erro ao escolher os árabes como responsáveis pelo Mundial de 2022.

"Após muitas discussões, deliberações e revisões críticas de todos, cheguei à conclusão de que realizar a Copa do Mundo no auge do verão do Catar não foi uma coisa muito responsável. Por isso, fui a público e sugeri que a Fifa revisse o período de realização do evento", explicou.

<p>Apesar de climatização oferecida por país-sede, dirigente admite possibilidade de mudar data da Copa do Mundo para o começo do ano</p>
Apesar de climatização oferecida por país-sede, dirigente admite possibilidade de mudar data da Copa do Mundo para o começo do ano
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Blatter pede para que a competição mundial seja compreendida entre o inverno, mesmo sabendo que o Catar poderá inovar em um serviço de climatização dos estádios - no entanto, os torcedores não teriam a mesma facilidade durante a estadia no próprio país fora dos palcos.

A ideia, porém, não foi muito bem aceita por todos, já que a troca inédita causaria alguns problemas no ajuste dos calendários nacionais, além de outros entraves com publicidade e divulgação.

"Me perguntaram porque demorei tanto para abordar isso, mas se esqueceram de uma coisa", lembrou Blatter. Segundo ele, o regulamento da Fifa não exige que a Copa seja realizada entre junho e julho. "Os documentos só expressam a vontade da entidade de fazer o torneio nos meses de junho e julho", reforçou, antes de basear todo os prós da eventual mudança na questão do "preconceito".

Um Mundial em dezembro e janeiro, por exemplo, poderia romper as barreiras europeias e mostrar ao mundo que o futebol é um esporte unificado, totalmente distante da já arcaica dominação europeia. "Discriminamos automaticamente os países que têm estações diferentes das da Europa", acrescentou.

Blatter afirmou que o Comitê Executivo da Fifa fará, como primeiro passo, uma reunião para discutir quais serão os efeitos da possível mudança. "Teremos que consultar todas as partes envolvidas pra ver se concordam comigo. E aí depois poderemos dar os próximos passos", finalizou o suíço.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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