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Terra na Copa

Blatter "ignora" denúncias a Teixeira e marca reunião com Dilma por 2014

17 dez 2011 - 03h51
(atualizado às 06h19)
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As recentes denúncias sobre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, acabaram "ignoradas" por Josep Blatter, em Tóquio, no Japão. Neste sábado, na última entrevista deste ano, o principal dirigente do futebol mundial voltou a afirmar que o dossiê sobre a ISL será aberto normalmente. Entretanto, ao ser questionado diretamente sobre as críticas ao mandatário da entidade brasileira, o suíço não se alongou e disse "veremos".

"Eu tenho uma visão simples sobre isso. O Teixeira pediu uma licença até o final de janeiro e não estará ativo no Comitê Executivo da Fifa até lá. Aí depois falaremos sobre isso", afirmou o presidente da Fifa, se esquivando de qualquer responsabilidade sobre as denúncias ao dirigente da Confederação Brasileira de Futebol.

Blatter alegou "obstáculos jurídicos" para não entrar em detalhes sobre a denúncia contra o caso ISL (empresa de marketing possível acusada de pagar propina a alguns membros da Fifa). O próprio presidente havia anunciado no último dia 6 de que não apresentaria neste dia 17 os documentos que poderiam envolver Ricardo Teixeira diretamente. Segundo acusações, o dirigente da CBF recebera dinheiro da empresa de marketing durante os anos 1990.

Apesar de se esquivar de qualquer julgamento, Blatter afirmou que o dossiê sobre a investigação criminal que envolve a falência da empresa de marketing esportivo, episódio que supostamente envolve Ricardo Teixeira, será aberto em janeiro, data na qual, enfim, o presidente deverá tomar uma posição sobre as denúncias contra o mandatário da CBF.

"O Comitê Executivo decidiu que esse dossiê será aberto. É um documento complexo e que envolve muitas pessoas fora da Fifa, e dessas não poderemos falar. Buscaremos a transparência. O comitê realizará investigações para buscar a ordem", completou o principal dirigente do futebol mundial.

O presidente da Fifa procurou defender os membros do Comitê Executivo durante a entrevista deste sábado. Nomes como o do Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol, foram ressaltados por Blatter, que assegurou a continuidade do dirigente dentro da entidade máxima do futebol.

Blatter marca reunião com Dilma

O presidente da Fifa também aproveitou a reunião deste sábado para assumir um papel de liderança na organização da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. No Japão, Josep Blatter admitiu a preocupação com fatores externos, não somente as obras em estádios em infraestrutura.

"Sim, o Comitê Executivo está preocupado, e não apenas com as obras. Em todas as Copas falam isso e no final sempre estão prontas, agora vou assumir em alta esfera. Em janeiro ou fevereiro encontraremos com a presidente para resolver algumas questões", agendou o presidente da organização.

Apesar da "chamada" apresentada por Blatter neste sábado, Jérome Valcke acabou sendo o responsável por responder o questionamento sobre a organização da Copa de 2014. O secretário-geral da Fifa admitiu que a entidade ainda não recebeu, dentro do projeto da Lei Geral da Copa, algumas garantias cobradas para a realização do Mundial em solo brasileiro.

"Ainda estamos preocupados de não ter recebido, mas uma comissão disse que esse projeto será preparado nos próximos meses. Porém, nós estamos discutindo isso desde 2007", afirmou Valcke, antes de mostrar novamente preocupação com a infraestrutura brasileira. "Está bem avançada (preparação). Mas ainda o transporte público, estradas e aeroportos ainda não estão avançando muito", completou.

Mais uma vez, Blatter adiou os comentários sobre as denúncias contra Ricardo Teixeira
Mais uma vez, Blatter adiou os comentários sobre as denúncias contra Ricardo Teixeira
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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