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Terra na Copa

Brasil-Alemanha terá duelo Dante-Müller e batalha no meio de campo

7 jul 2014 - 09h38
(atualizado às 09h43)
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Mesmo sem Neymar, a semifinal entre Brasil e Alemanha, terça-feira no Mineirão, promete ser espetacular, com duelos acirrados em posições importantes, principalmente nas laterais e no meio de campo.

A partida também marcará o reencontro de jogadores que atuam ou já atuaram juntos nos seus clubes, como Dante e seus companheiros do Bayern de Munique.

Companheiros de clube no Bayern, os dois se conhecem perfeitamente. No time bávaro, Dante joga outros cinco atletas da 'Mannschaft' (Neuer, Boateng, Schweinsteiger, Kroos e Götze), mas seu duelo particular com Müller promete ser explosivo.

No domingo, Schweinsteiger avisou, em tom de brincadeira, que o atacante era totalmente imprevisível, até mesmo para quem convive com ele no dia a dia.

"Conhecemos ele perfeitamente, conhecemos suas forças e fraquezas, ele conhece as nossas. Menos as de Thomas Müller... Nem a gente sabe como lidar com ele", avisou o volante.

Dante começou o Mundial como reserva, mas deve ganhar a vaga de titular no lugar de Thiago Silva, que está suspenso.

"Nada melhor que um jogador que conhece muito bem o futebol alemão, então parece que nada acontece por acaso", tranquilizou o goleiro Júlio César depois da vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia.

Müller, de 24 anos, começou a Copa de forma arrasadora, com três gols na vitória por 4 a 0 sobre Portugal, anotou mais um contra os Estados Unidos (1-0), mas desde então passou em branco. Não deixa, contudo, de ser o jogador mais perigoso da Alemanha, por se movimentar de forma atípica, com ótima visão de jogo e certa dose de malandragem. Deve dar bastante trabalho a Dante, que formará ao lado de David Luiz uma dupla de zaga de cabeludos.

Lahm-Marcelo e Howedes-Maicon: quem levar a melhor nos duelos terá uma das chaves da partida. Nas primeiras partidas, os dois laterais brasileiros deixaram verdadeiras 'avenidas' aos adversários cada vez que apoiavam o ataque, mas parte do problema foi solucionada com a entrada de Maicon no lugar de Daniel Alves na direita. Contra a Colômbia, o jogador da Roma, que era titular no último Mundial, em 2010 na África do Sul, mostrou-se mais sóbrio e mais eficiente na marcação que o lateral do Barcelona.

Já Lahm e Howedes também gostam de apoiar, o que pode deixar espaços para contra-ataques brasileiros.

Escalado como volante por Pep Guardiola no Bayern, Lahm deve jogar na lateral direita, posição que ocupou durante praticamente toda a carreira, e sempre contribui com eficiência ao jogo ofensivo da equipe. Na esquerda, Howedes não é tão eficiente quanto o companheiro no ataque e mostrou dificuldades cada vez que o jogo começava a acelerar pelo seu lado. Um ponto fraco a ser explorado por Hulk, que deve infernizar sua vida.

Löw começou a Copa com Lahm e Kroos no meio, com Schweinsteiger e Khedira disputando a terceira vaga. Contra a França, o treinador voltou a escalar Lahm como lateral e apostou na dupla de volantes "Basti-Sami" (Schweinsteiger e Khedira), muito usada no passado. Os dois sofreram lesões antes da Copa e Schweini pareceu com problemas fisicos.

O único que deu inteira satisfação foi Kroos, autor de três assistências na competição e que mostrou-se muito eficiente na criação do jogo e nas bolas paradas.

Do lado brasileiro, Felipão tem um verdadeiro quebra-cabeça. Luiz Gustavo foi um dos melhores da equipe nos quatro primeiros jogos, mas estava suspenso contra a Colômbia. Na sua ausência, Paulinho e Fernandinho foram muito bem.

A única solução para manter os três juntos seria mudar o esquema de jogo de 4-3-2-1 para um 4-3-3 com três volantes, o que pode ser útil para conter o poder de fogo alemão. Luiz Gustavo terá um papel importante por conhecer muito bem o futebol alemão, onde jogou nas últimas cinco temporadas (dois anos no Hoffenheim, dois no Bayern e um no Wolfsburg).

Se o técnico quiser manter o esquema original, terá que tirar um dos três (provavelmente Paulinho) e escalar Willian ou Bernard no lugar de Neymar.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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