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Terra na Copa

Brasil joga "decisão" para ganhar fôlego na era Mano e aliviar cobranças

28 set 2011 - 07h44
(atualizado às 14h56)
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Fábio de Mello Castanho
Direto de Belém (PA)

Reinventada com o novo nome de Superclássico das Américas, a antiga Copa Roca deu a Mano Menezes a chance de conquistar o primeiro título pela Seleção Brasileira, nesta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), no Estádio Mangueirão, em Belém. Será um troféu pouco lembrado no futuro, com grau de importância mínimo se comparada à Copa América perdida em julho, mas que significará para o treinador fôlego em um trabalho que até o momento não apresenta resultados convincentes.

A simples presença da Argentina do outro lado do campo, mesmo com as seleções formada apenas por jogadores que atuam dentro dos países, já garante ao técnico brasileiro a chance de acabar com a sina que mais o incomoda neste um ano e dois meses no cargo: a falta de uma vitória contra um grande do futebol mundial. Argentinos, franceses e alemães venceram a Seleção de Mano. Os holandeses empataram e as vitórias vieram contra adversários do segundo escalão mundial.

Mano ainda lida com o trauma recente do fracasso no único troféu que disputou com a Seleção. O quinto lugar na Copa América levou pressão para o treinador e um ar de imprevisibilidade de como será a recepção ao seu nome em um estádio lotado de brasileiros. Apesar de o jogo ser em uma cidade em que a raridade de receber um jogo de alto nível provoca uma empolgação maior, um vice-campeonato diante da maior rival provocará manifestações contra o treinador. Não à toa, o técnico fala em decisão. "Ganhar é ótimo. Existem coisas muito boas, mas só similares a ganhar. É ótimo que possamos conviver com esse sentimento".

Até o clima gelado para um Brasil x Argentina, sem polêmicas ou jogo de palavras, foi quebrado na véspera do duelo. Mano Menezes irritou-se com a liberação para que os argentinos utilizassem jogadores atuando no Brasil ¿ o regulamento era dúbio ¿ e disse que os rivais levaram vantagem com a alteração. Alejandro Sabella ressaltou a boa relação com o rival, concordou que a Argentina saiu favorecida, mas disse que Mano faria o mesmo se tivesse oportunidade. E cutucou: "por outro lado, a data da partida não nos beneficiou".

De fato, as convocações de Montillo, Guiñazú e Bolatti - D'Alessandro foi cortado por lesão - aumentam o poder de fogo de uma Argentina que se mostrou pouco efetiva no jogo de Córdoba. O Brasil enfrentará um adversário longe de ser brilhante em suas individualidades, mas competitivo e com a presença de jogadores acostumados ao futebol brasileiro. "A Argentina sempre é um adversário difícil de ser batido, ainda mais agora com esses jogadores do Brasil", disse o goleiro Jefferson.

Testes

Enquanto em Córdoba optou por jogadores mais experientes e primou por uma formação cautelosa, em Belém Mano escalará uma equipe jovem e voltada para o ataque. São quatro mudanças, começando pela entrada do botafoguense Bruno Cortês no lugar do veterano Kleber. O vascaíno Rômulo entra no lugar do contundido Paulinho para dar maior poder de marcação na cabeça-de-área e permitir a utilização de um quarteto com Lucas (no lugar de Renato Abreu), Ronaldinho, Neymar e Borges.

O centroavante santista recebe a titularidade logo em sua primeira convocação mesmo com a presença do experiente Fred. Mano quer observar o jogador que marcou 19 gols no Campeonato Brasileiro e, diferentemente do camisa nove do Fluminense, está fora dos amistosos contra Costa Rica e México. "Gostaria de aproveitar essa oportunidade de vê-lo com a camisa do Brasil", justificou o treinador.

Pelo lado argentino, a base será a mesma do 0 a 0 em Córdoba, mas provavelmente com as presenças de Guiñazú e Montillo no meio-de-campo. No ataque, Gigliotti e Viatri disputam uma única vaga. Promessa de um time cauteloso, que vai tentar levar em banho-maria o jogo à espera de uma chance de surpreender.

Pênaltis e histórico

Em caso de nova igualdade, o jogo irá para a disputa de pênaltis e colocará o Brasil novamente na situação que provocou a eliminação da Copa América de forma vexatória, com quatro erros em quatro tentativas. Dos vilões do duelo contra Paraguai, apenas Fred está em Belém. Na véspera do duelo, apenas Ronaldinho e Neymar treinaram cobranças.

O Brasil busca o oitavo título do confronto antes chamado de Copa Roca. Os brasileiros ficaram com o troféu em sete ocasiões (1914, 1922, 1945, 1957, 1960, 1963 e 1976), enquanto a Argentina levou a melhor em três oportunidades (1923, 1939 e 1940).

FICHA TÉCNICABRASIL x ARGENTINA

Local: Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), em Belém (PA)

Data: 28 de setembro de 2011, quarta-feira

Horário: 21h50 (de Brasília)

Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)

Assistentes: Pablo Fandiño e Mauricio Espinosa (ambos do Uruguai)

BRASIL: Jefferson; Danilo, Dedé, Réver e Bruno Cortês; Ralf, Rômulo e Ronaldinho; Lucas, Borges e Neymar

Técnico: Mano Menezes

ARGENTINA: Orión; Cellay, Domínguez e Desábato; Pillud, Fernández, Cantero, Guiñazú, Montillo e Papa; Viatri (Gigliotti)

Técnico: Alejandro Sabella

Mano vê Argentina em vantagem com "brasileiros":
Fonte: Terra
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