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Terra na Copa

Brasil tem novos protestos e Dilma propõe pacto nacional

21 jun 2013 - 22h07
(atualizado às 22h31)
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O Brasil viveu nesta sexta-feira mais um dia de manifestações históricas marcadas por atos de violência, que incluíram Rio, São Paulo e outras trinta cidades do país, enquanto a presidente Dilma Rousseff propunha um pacto nacional para melhorar os serviços públicos.

Na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, grupos de jovens com os rostos cobertos destruíram uma concessionária de veículos e saquearam uma loja de eletrodomésticos.

A polícia enviou reforços para a região e realizou várias detenções, enquanto a Avenida das Américas e a Linha Amarela eram fechadas para o tráfego.

Diante da perspectiva de protesto na Barra da Tijuca, o comércio fechou suas portas mais cedo e os shoppings colocaram tapumes de proteção antecipando a onda de saques.

No Leblon, manifestantes realizaram um protesto pacífico diante da casa do governador Sérgio Cabral.

Em discurso à Nação, a presidente Dilma Rousseff propôs um grande pacto nacional para melhorar os serviços públicos, e admitiu que há muito o que fazer para combater a corrupção no Brasil, em sua primeira mensagem à Nação após a onda de protestos.

"Vou conversar com os chefes de outros poderes e vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos".

No mesmo discurso, Dilma afirmou que o Brasil "merece e fará uma grande Copa" do Mundo em 2014, respondendo às críticas aos enormes gastos com o evento, uma das bandeiras dos protestos.

Dilma afirmou que os bilhões de reais gastos para construir os estádios da Copa do Mundo são produto de financiamento e serão recuperados.

Em São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL), detonador dos protestos, anunciou que não convocará novos protestos diante da decisão das autoridades de reduzir os preços das passagens dos transportes públicos.

Os líderes do MPL lamentaram a participação de pessoas que 'defendem causas conservadoras' e os atos de violência, que o movimento rejeita.

No centro da capital paulista, membros do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) protestaram pacificamente contra a aprovação do projeto de lei que prevê tratamento psicológico para a "cura" da homossexualidade.

Outras manifestações ocorreram em Guarulhos, na zona do Aeroporto Internacional, e em Santo André.

Em Ribeirão Preto, no interior do Estado, um grupo se reuniu no local onde na quinta-feira um jovem manifestante de 18 anos morreu atropelado durante um protesto.

Em Curitiba, a terceira manifestação da semana foi organizada para pedir maior transparência nos investimentos nos transportes.

Em Fortaleza, o protesto foi contra a construção de um aquário destinado a atrair turistas, considerado algo supérfluo pelos cidadãos.

Na quinta-feira, mais de um milhão de manifestantes ocuparam as ruas de 80 cidades do Brasil para protestar contra a corrupção e os gastos astronômicos com a Copa do Mundo, e exigir melhores serviços públicos.

Os protestos de quinta-feira terminaram em atos de vandalismo e violência policial em diversas cidades, especialmente no Rio de Janeiro.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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