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Terra na Copa

Concacaf bate recorde e ajuda América a repetir supremacia sobre Europa

26 jun 2014 - 20h21
(atualizado às 21h35)
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A última edição da Copa do Mundo foi decidida por duas seleções europeias, mas, apesar do bom desempenho de Espanha e Holanda, a competição disputada na África do Sul indicou que o Velho Continente havia perdido sua supremacia no futebol mundial. Na ocasião, dos 13 times federados à Uefa que chegaram ao Mundial, apenas seis avançaram às oitavas de final. Pela primeira vez, desde que este sistema de disputa foi implantado, as Américas tiveram mais representantes após a fase de grupos. Em 2014, a história se repete.

Para manter esta supremacia sobre os europeus, a América contou com um ótimo desempenho dos times da Concacaf. Enquanto a Conmebol seguiu com cinco representantes nas oitavas de final (Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia), esta será a primeira vez que América do Norte e Central terão três seleções classificadas na fase de grupos. México e Estados Unidos, que já figuravam em partidas decisivas nas Copas anteriores, fizeram a lição de casa. A grande surpresa foi a Costa Rica, que dominou o temido "grupo da morte".

Por concentrar um grande número de países e cinco campeões mundiais, a Europa tem direito a 13 vagas em cada Copa do Mundo. Desta forma, quando a competição é disputada no Velho Continente, a Uefa passa a ter 14 representantes. Desde 1990, a Fifa passou a implantar as oitavas de final em sua competição mais importante, o que serviu para confirmar a supremacia dos europeus até 2010. O que foi observado nas últimas duas edições, no entanto, é uma transformação deste cenário.

Nas Copas realizadas na Itália (90), na França (98) e na Alemanha (06), 14 seleções europeias começaram a disputa, e dez delas passaram da primeira fase. O desempenho significa 71% de aproveitamento. Em edições fora do continente, a história não era diferente. Nos Estados Unidos (94), 77% das seleções associadas à Uefa chegaram às oitavas de final. O número só caiu alterado no torneio disputado no Oriente, em 2002, quando 69% dos europeus participantes passaram da primeira fase. Na última edição, a queda foi abrupta: apenas seis das 13 equipes se classificaram em seus grupos.A novidade foi fruto do bom desempenho dos americanos. Cinco equipes da América do Sul avançaram às oitavas de final, enquanto outras duas da Concacaf também conquistaram o feito. A vitória, por 7 a 6, fez reacender a discussão sobre o número de representantes de cada confederação na Copa do Mundo. Para alguns, sem o mesmo sucesso de edições anteriores, a Europa talvez não merecesse as 13 vagas destinadas. A primeira fase do Mundial no Brasil reforça esse discurso.

"Longe de casa", a Uefa viu suas seleções mais uma vez apresentarem desempenho muito abaixo do esperado. A distribuição dos grupos, o desgaste por causa do clima e as longas viagens entre um jogo e outro foram apontados como possíveis fatores para que a Copa do Mundo no Brasil se transformasse na "Copa das Américas". Se em 2010 a derrota nas oitavas foi apenas por uma seleção, quatro anos mais tarde o revés é ainda pior. Oito times americanos passaram da primeira fase, enquanto apenas seis europeus não ficaram pelo caminho.

No Grupo A, apontada como uma das favoritas ao lado do Brasil, a Croácia deixou a desejar, perdendo o primeiro "confronto direto" para o México na última e decisiva rodada. No grupo vizinho, a atual campeã Espanha foi uma das maiores provas de que a supremacia europeia no futebol mundial ficou para trás, e viu o Chile se classificar em seu lugar. Como consolo para a Uefa, a Holanda ao menos não decepcionou e segue firme para representar o continente.Pelo Grupo C, a Colômbia confirmou o seu favoritismo e colocou mais um americano nas oitavas, mas ao menos o representante europeu da chave também se classificou. Em um jogo emocionante, a Grécia garantiu a vaga depois de um pênalti marcado no último minuto da partida contra a Costa do Marfim. Na chave D, no entanto, a derrota dos times da Uefa foi cruel. As campeãs mundiais Inglaterra e Itália chegaram ao Brasil como candidatas ao título, mas foram surpreendidas já na primeira fase, sendo desbancadas pelos americanos Uruguai e Costa Rica.

Para evitar uma "catástrofe europeia" e manter pelo menos seis representantes nas oitavas de final, França e Suíça cumpriram seus objetivos e avançaram no Grupo E. Já na chave F, liderada pela Argentina, a Bósnia e Herzegovina decepcionou, perdendo vaga para Nigéria. No Grupo G, Portugal chegou ao Brasil com o melhor jogador do mundo em sua delegação, mas também deixou a desejar: após ser goleado na estreia e empatar com os Estados Unidos, viu os rivais americanos passarem de fase.

Na última chave, a Bélgica manteve 100% de aproveitamento, mas a Rússia decepcionou. Somado ao empate com a Coreia do Sul, a derrota para os belgas colocou os comandados de Fabio Capello em xeque. Eles fizeram decisão contra a Argélia por uma vaga e até saíram na frente, mas cederam empate no segundo tempo. O fracasso engrossa a lista de europeus que assistirão ao mata-mata da Copa do Mundo do sofá de casa.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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