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Terra na Copa

De Kaká a Castán, Felipão testou 48 jogadores; veja quais

7 mai 2014 - 07h39
(atualizado às 10h09)
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<p>Felipão vai anunciar nesta quarta-feira, às 11h30 (de Brasília), os 23 convocados para a Copa de 2014</p>
Felipão vai anunciar nesta quarta-feira, às 11h30 (de Brasília), os 23 convocados para a Copa de 2014
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Quando, em 28 de novembro de 2012, era anunciado como o novo treinador da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari sabia que, naquele momento, estava aceitando um duro desafio: montar, em pouco menos de um ano e meio, uma equipe capaz de brigar pelo título da Copa do Mundo de 2014. Passados treze amistosos, uma Copa das Confederações e exatas oito convocações – contando apenas para partidas de datas Fifa -, Felipão irá revelar, nesta quarta-feira, às 11h30 (de Brasília), o nome dos 23 eleitos para vestir a camisa verde e amarela no torneio a ser disputado a partir de 12 de junho.

Ajude Felipão a convocar os 23 jogadores para a Copa do Mundo de 2014

Até chegar a este momento, no entanto, o comandante brasileiro teve que fazer alguns testes. De Arouca a Leandro Castán, ou de Luís Fabiano a Alexandre Pato, passando por Diego Costa, Osvaldo, Kaká e Ronaldinho, o técnico chamou 48 atletas (em partidas de datas Fifa) até fechar a sua lista final. Além do pouco tempo disponível – menos da metade do ciclo entre duas Copas -, outros agravantes marcaram e influenciaram o período de preparação de Scolari para a derradeira convocação. Vale lembrar que Felipão já antecipou oito nomes, ainda sem contar Neymar, que também é presença certa.

Logo de cara, o comandante teve que lidar com a falta de bons resultados diante das campeãs mundiais. Além disto, com exceção da Copa das Confederações, não teve partidas de caráter competitivo, já que o Brasil, por ser país-sede do Mundial, ausentou-se das Eliminatórias. Para finalizar, assumiu um time que, apesar dos dois anos sob o comando de Mano Menezes, apenas começava a ter uma base bem definida. Isto valoriza ainda mais o trabalho de escolha do treinador. Dentre todos os testados, apenas Daniel Alves, Dante, David Luiz, Paulinho, Oscar, Hulk e Neymar estiveram em todas as listas.

Relembre, posição por posição, os jogadores convocados por Scolari:

Goleiros

Somente cinco nomes foram lembrados por Felipão durante todo o período. Júlio César, preterido por Mano, foi o mais chamado, com sete convocações. Ficou de fora apenas dos amistosos contra Coreia do Sul e Zâmbia, por causa de uma lesão na mão esquerda. Atual reserva imediato de Júlio, Jefferson foi convocado pela primeira vez na Copa das Confederações e, de lá para cá, esteve sempre presente.

Diego Cavalieri, por sua vez, foi o terceiro goleiro no torneio da Fifa, mas perdeu espaço e acabou chamado novamente apenas para as partidas contra os asiáticos e africanos. Victor, por outro lado, foi lembrado nas últimas quatro convocações. O outro arqueiro chamado por Felipão durante preparação para o Mundial foi Diego Alves. Titular com Mano, o goleiro do Valencia, da Espanha, foi convocado apenas uma vez, exatamente na estreia de Scolari, contra a Inglaterra, e nunca mais.

Foto: Mowa Press / Divulgação

Laterais

Sete atletas diferentes tiveram seus nomes nas listas. Daniel Alves foi o único onipresente. Marcelo também seria, mas uma lesão sofrida ainda na época de Mano o tirou do jogo diante da Inglaterra, abrindo espaço para Adriano. O lateral do Barcelona, aliás, só acabou chamado para esta partida. A briga maior é pelas duas reservas. Na esquerda, Filipe Luis esteve nas três primeiras convocações – incluindo a da Copa das Confederações -, mas, logo em seguida, perdeu espaço para Maxwell, chamado para sete dos oito compromissos subsequentes ao torneio.

Destino parecido tiveram os jogadores da direita. A diferença foi que o volante de origem Jean ainda participou do amistoso contra a Suíça, primeiro após o título conquistado no Maracanã, antes de ser preterido por Maicon. O experiente atleta da Roma agradou diante de Austrália e Portugal, e só não foi chamado para pegar a África do Sul, quando Rafinha, do Bayern de Munique, foi testado. Além deles, Marcos Rocha, do Atlético-MG, soma uma convocação (Austrália e Portugal), após corte de Daniel Alves.

Foto: Mowa Press / Divulgação

Zagueiros

Felipão surpreendeu logo de cara ao chamar o pouco conhecido – no Brasil – Dante para a sua estreia, contra a Inglaterra, mas sempre deixou suas preferências muito explícitas. Além do defensor do Bayern de Munique, David Luiz esteve em todas as convocações. Não fossem algumas contusões, Thiago Silva também estaria. Assim, seis atletas, ao todo, foram testados apenas para ver quem ocuparia a quarta e última vaga.

Miranda e Leandro Castán saíram na frente, com lembranças para o duelo diante dos ingleses, mas depois acabaram completamente esquecidos. Réver foi convocado somente para a Copa das Confederações, e Dedé e até Henrique, capitão do campeão da Série B, Palmeiras, ganharam chances. Já Marquinhos, defensor do Paris Saint-Germain, da França, foi chamado pela primeira vez somente na última lista de 2013, para as partidas contra Honduras e Chile.

Zagueiro:
Zagueiro:
Foto: Getty Images

Volantes

Na cabeça de área, o único que pode se considerar o dono da posição desde o início é Paulinho. O jogador do Tottenham Hotspur esteve em todas as convocações de Scolari. Agora titular absoluto, Luiz Gustavo foi lembrado pela primeira vez para os amistosos contra Itália e Rússia, mas cavou seu espaço no time titular apenas na Copa das Confederações, dias depois de faturar o título europeu com o Bayern de Munique. Antes dele, Fernando, ex-Grêmio, parecia gozar da confiança do treinador. Ela, entretanto, foi diminuindo gradativamente: de titular ao lado de Paulinho, o volante foi reserva na Copa das Confederações e acabou esquecido após as partidas contra Austrália e Portugal, quando já havia se transferido ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.

Por sua vez, Ramires teve situação oposta. Foi chamado para o primeiro jogo de Felipão, contra a Inglaterra, e para os duelos contra Itália e Rússia. A titularidade parecia questão de tempo, mas o jogador do Chelsea feriu a confiança do treinador: pediu dispensa alegando lesão na coxa esquerda, mas, no mesmo dia, foi visto em um jantar comemorando o aniversário da sua mulher. O fato lhe custou a convocação à Copa das Confederações, e ele só voltou a vestir a amarelinha contra Portugal e Austrália. De lá para cá, porém, agradou e foi sempre lembrado.

Neste meio tempo, Hernanes foi conquistando espaço. Apesar de reserva, proporcionava variação tática ao esquema de Scolari, que sempre elogiou o comprometimento do jogador com a Seleção. Em todo o período pré-Mundial, ele só não foi convocado para o duelo diante dos sul-africanos, quando, por outro lado, Fernandinho acabou chamado pela primeira vez. Titular do poderoso Manchester City, ele jogou bem e fez até gol.

Além destes, outros dois volantes foram testados: Lucas Leiva e Arouca. O jogador do Liverpool viajou para pegar Coreia do Sul, Zâmbia, Chile e Honduras, mas uma lesão no clube inglês o fez perder espaço. Por outro lado, o atleta do Santos jogou só contra a Inglaterra, mas não foi bem e, após falhar no lance que originou o gol da vitória dos europeus por 2 a 1, acabou esquecido.

Treinamento da Seleção Brasileira São Paulo Superclássico das Américas
Treinamento da Seleção Brasileira São Paulo Superclássico das Américas
Foto: Mowa Press / Divulgação

Meias

Entre os meio-campistas, três jogadores sempre foram nomes certos na lista final: Oscar, Hulk e Bernard. Apesar de jovem, o atleta do Chelsea conquistou Felipão por sua qualidade e maturidade no comando da armação brasileira. O canhoto do Zenit, da Rússia, por sua vez, é o homem de confiança do treinador pelo lado esquerdo e superou até as vaias da torcida durante a Copa das Confederações. Já o jovem ex-Atlético-MG nunca foi titular, mas, graças a sua “alegria nas pernas”, tornou-se uma espécie de 12º jogador do time nacional. Algo que estava reservado, mas não foi agarrado por Lucas.

De talento indiscutível, o meia-atacante do Paris Saint-Germain teve todas as chances possíveis de brilhar pela Seleção, mas não conseguiu. Foi lembrado nas seis primeiras convocações de Felipão – incluindo a da Copa das Confederações -, porém, mostrou apatia e perdeu a confiança do treinador, que nunca mais o chamou. Situação oposta teve Willian, titular do Chelsea. Se não era lembrado de início, o meia foi convocado para os três últimos amistosos antes da lista final, e foi melhor do que jogadores que, inclusive, já conquistaram o mundo.

Ronaldinho e Kaká acumularam uma convocação cada, mas não agradaram. O atleta do Atlético-MG foi titular contra a Inglaterra, mas teve atuação desastrosa e desperdiçou um pênalti. O camisa 22 do Milan, por sua vez, jogou diante de Itália e Rússia, e também não convenceu. Apesar de muita pressão por parte da imprensa e da torcida, ambos nunca mais foram lembrados e sequer jogaram a Copa das Confederações.

Algo que pode ser ostentado por Jadson. A presença do meia - então no São Paulo - no torneio da Fifa surpreendeu, mas ele só atuou nos minutos finais da decisão contra a Espanha e nunca mais viu seu nome em nenhuma lista. Quem também soma uma lembrança é Osvaldo. O velocista do São Paulo - então em boa fase - foi convocado para substituir o lesionado Lucas contra Itália e Rússia, no ano passado, mas sequer entrou em campo. Perdeu o encanto e, atualmente, é reserva indiscutível do time do Morumbi.

<b>Copa das Confederações de 2005<br>Brasil 0 x 1 México</b><br>A edição de 2005 foi uma das mais movimentadas Copa das Confederações já disputadas. Parreira montou o elenco da Seleção sem medalhões como Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos, o que deu espaço a jogadores como Adriano, Cicinho e Robinho. A primeira fase, entretanto, foi irregular. Depois de vencer a Grécia por 3 a 0, a Seleção acabou derrotada pela "pedra no sapato" México. Por fim, empate em 2 a 2 com o Japão garantiu a classificação à semifinal por conta do saldo de gols
Copa das Confederações de 2005Brasil 0 x 1 MéxicoA edição de 2005 foi uma das mais movimentadas Copa das Confederações já disputadas. Parreira montou o elenco da Seleção sem medalhões como Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos, o que deu espaço a jogadores como Adriano, Cicinho e Robinho. A primeira fase, entretanto, foi irregular. Depois de vencer a Grécia por 3 a 0, a Seleção acabou derrotada pela "pedra no sapato" México. Por fim, empate em 2 a 2 com o Japão garantiu a classificação à semifinal por conta do saldo de gols
Foto: AFP

Atacantes

O ataque foi a última dor de cabeça de Luiz Felipe Scolari na preparação para o Mundial. Neymar, como já era imaginado, esteve em todas as convocações de Felipão, que inflou sua confiança ao lhe dar a camisa 10. O astro foi o craque da Copa das Confederações e confirmou o status de grande jogador da Seleção Brasileira. Agora titular absoluto, Fred começou a ganhar a sua vaga com um gol logo na estreia de Scolari, diante da Inglaterra. Naquele jogo, aliás, quem começou entre os onze foi Luís Fabiano. Ele só atuou no primeiro tempo, mas não foi bem e perdeu sua chance.

De lá para cá, por outro lado, o atacante do Fluminense assumiu a camisa 9 com personalidade, brilhou na parte final da Copa das Confederações e se tornou um dos homens de confiança de Felipão. Os únicos obstáculos foram as lesões, que o tiraram dos últimos quatro amistosos de 2013. Assim, neste período, a titularidade passou para , que foi chamado às pressas após o corte de Leandro Damião na Copa das Confederações e, quando testado, reagiu muito bem. Uma opção ao atleticano, porém, é que não foi conquistada.

O questionado Alexandre Pato - então no Corinthians - foi testado contra Coreia do Sul e Zâmbia, e não agradou. Robinho, por sua vez, apesar de reserva no Milan, jogou bem, fez gol nos amistosos contra Chile e Honduras, mas acabou visto apenas como uma boa opção caso Fred voltasse a se contundir. O fato de ser bom para o vestiário, entretanto, pode lhe dar a última vaga do ataque. Tudo isto, porém, seria facilmente contornado caso Diego Costa optasse por defender as cores verde e amarela. Astro do Alético de Madrid, ele foi chamado por Felipão para pegar Itália e Rússia, ainda em março de 2013, mas só atuou por 35 minutos, e, depois de oito meses, uma convocação rejeitada e muita polêmica, escolheu por jogar na seleção espanhola.

Neymar comemora gol contra a África do Sul em amistoso no Soccer City, em Johannesburgo, na África do Sul, nesta quarta-feira. 05/03/2014
Neymar comemora gol contra a África do Sul em amistoso no Soccer City, em Johannesburgo, na África do Sul, nesta quarta-feira. 05/03/2014
Foto: Siphiwe Sibeko / Reuters

Fonte: Terra
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