Del Nero diz que nada muda na CBF; política, Felipão...

Pode parecer estranho ser eleito um ano antes de tomar posse. Foi o que aconteceu com Marco Polo Del Nero, que recebeu 44 dos 46 votos possíveis e, mesmo sem data para começar (pode ser de janeiro até o final de abril de 2015), é o novo e futuro presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

"Mudanças vão ser poucas. Apenas no estilo", adiantou, para deixar claro que o futebol brasileiro vai seguir sendo gerenciado da mesma forma, em um modelo que começou em 1989 com a chegada de Ricardo Teixeira ao poder, escalado pelo então sogro João Havelange.

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O nome da chapa já deixava clara a intenção de Del Nero e Marin: "chapa continuidade". Tudo segue igual. Bem, na verdade, em 2015 os dois invertem posição. Del Nero passa a ser o chefe e Marin o vice. "O importante é a lealdade. Aqui não tem vaidade", disse Marin em um recado claro aos dissidentes.

E quem seriam esses dissidentes? Os dois que votaram em branco? "Com 44 votos eu vou me preocupar com dois?, Nao quero nem saber quem foram", afirmou Del Nero.

Mas há rumores de que Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha, possa ser um deles. Oposição declarada à atual gestão, chegou a cogitar ser candidato de oposição. "Se eles quiserem fazer oposição, não há problema. Será sempre tratado como um filho e filho a gente sempre trata da mesma forma", completou.

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Del Nero quer seguir administração "exemplar" de Marin na CBF:

Se um voto em branco não foi de Noveletto, também não foi de Rubens Lopes, presidente da Federação do Rio. "Votei com consciência. Se Marin está fazendo um bom trabalho e Del Nero se identifica como essa continuidade, tem meu voto," disse Rubinho, que negou que tivesse pleiteado algum cargo. "Para fazer algo pelo futebol brasileiro não é preciso ter cargo. Tem gente que tem e faz pouco", alfinetou.

Del Nero promete ouvir a todos quando assumir o cargo na nova sede da CBF que será inaugurada no próximo dia 4 de Junho. Até mesmo o movimento Bom Senso FC, cujo nome evitou citar em sua resposta. Del Nero não muda a importância da Copa Nordeste, que seguirá dando vaga na Sul-Americana (A Copa Verde também deve entrar nessa lista), não muda a relação com os clubes e nem o apoio aos times das séries C e D. Nem mesmo o cargo de técnico da Seleção deve mudar. "Quero o Felipão ainda por muito anos", disse. Só muda uma coisa: ele se muda para o Rio para ficar mais perto do trabalho.

Na vida de Marin, a eleição do seu vice-presidente não vai deixá-lo mais próximo do Comitê Local da Copa e mais afastado do comando da Seleção. "Vou continuar no mesmo ritmo, dividido entre as duas entidades. Aos 82 anos me sinto cada vez mais rejuvenescido", disse o atual presidente da CBF.

Mas há coisas que não mudam. Os tapas nas costas e beijos de felicitação seguem os mesmos ao final de cada reunião. "Mas o restaurante que eles escolhem agora para as reuniões tem uma comida bem mais ou menos. Ricardo pelo menos levava a gente para uma churrascaria", reclama um presidente de federação. "Quero carne, feijão e arroz", dizia.

Um hábito ruim que pôde ser notado é o de levar uma lembrancinha da reunião. O Terra flagrou um presidente de federação levando para casa o paninho que cobria a cadeira onde estava sentado na reunião, e onde constava o nome de sua federação. Descolou o paninho da cadeira, olhou para um lado, para outro e como pensou não estar sendo observado, enrolou-o com cuidado e o escondeu embaixo da pastinha com a pauta da reunião e que constava o nome de sua entidade.