Dilma visita Arena Pantanal e é recebida por operários
A presidente Dilma Rousseff fez uma visita relâmpago de menos de meia hora à Arena Pantanal, no início da tarde desta quinta-feira (24), em Cuiabá, e foi recebida por cerca de 470 operários - homens e mulheres - que ainda trabalham na finalização do estádio. No auge da obra, havia 1.800 operários contratados. A Arena Pantanal irá sediar quatro jogos da Copa do Mundo.
Na visita à Arena, a presidente, que ia inaugurá-la oficialmente se não fossem os atrasos na finalização da obra, não falou com a imprensa sobre o que achou do milionário empreendimento. A Arena Pantanal é orçada em R$ 570 milhões. A imprensa foi mantida a mais de 300 metros de distância, exceto fotógrafos e cinegrafistas, que registraram a rápida travessia da comitiva no campo.
Os operários – sendo 300 da Mendes Jr. (construção civil), 87 da Kango (instalação de cadeiras) e 80 da ETE (serviços elétricos) – foram concentrados em uma parte da ala oeste, usando uma camisa amarela, com os dizeres: “Arena Pantanal - Eu ajudei a construir”.
No primeiro jogo realizado na Arena, dia 2 de abril, alguns deles receberam ingressos para assistir à disputa com a família, porém na parte superior da arquibancada onde ainda não tinha cadeira. O fato causou mal estar e comentários na imprensa e na cidade.
Um dos operários convidados para receber Dilma, Luiz Felipe, da Kango, ao sair da Arena, disse que, em quase seis meses de casa, já está acostumado às autoridades. “Já vimos muita gente famosa aqui, virou rotina”, brincou.
Outro operário, Júlio Lopes, da ETE, conta que veio do Nordeste para trabalhar na construção do estádio em Cuiabá, onde atua há mais de um ano. “Para mim foi muito bom ter ajudado a construir o prédio. Trabalhei bastante”, disse ele. Quanto à visita da presidenta, resumiu: “Não tenho nada que reclamar”. Alguns dos operários confirmaram que estavam orientados a não falar com a imprensa.
Dilma fez fotos com os convidados e conversou rapidamente com alguns deles. Depois seguiu para a última pauta na cidade no helicóptero presidencial, que veio de Brasília a Cuiabá somente para atender a comitiva dela e evitar que ficassem presos em congestionamentos, muitos deles causados pelas obras da Copa.
Do lado de fora da Arena, dois manifestantes levaram uma faixa. “Dilma, por que não veio de VLT?” – referindo-se ao sistema de transporte escolhido para melhorar a mobilidade urbana de Cuiabá para a Copa, mas que não será entregue a tempo. A foto foi disseminada no Facebook.
Policiais Militares também montaram um stand em frente à Arena. A categoria ameaça com aquartelamento durante a Copa caso não seja atendida a pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano.
Em Cuiabá, além de conhecer a Arena Pantanal, a presidenta entregou 638 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida e também participou da formatura de 1.200 alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
