Em campo neutro, Seleção eleva nível de testes para time sem camisa 9
- Fábio de Mello Castanho
- Direto de Wroclaw
Depois de enfrentar duas seleções que ofereceram quase nenhuma resistência, o Brasil volta a jogar nesta terça-feira, às 9h10 (de Brasília), para um teste que servirá como uma avaliação mais criteriosa do esquema sem um centroavante fixo que Mano Menezes utilizou nos duelos contra China e Iraque. O Japão, adversário do amistoso agendado para o Estádio Miejski, na cidade polonesa de Wroclaw, é presença constante em Copas do Mundo desde 1998, lidera seu grupo nas Eliminatórias e tem um time com jogadores que ganham cada vez mais espaço na elite do futebol mundial.
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Apesar de ser impossível colocar os japoneses, 23º colocados do ranking da Fifa, como uma das melhores seleções do mundo, na última sexta-feira uma vitória contra uma França com time misto, em Paris, fez Mano Menezes valorizar o adversário. O gol foi marcado por Kagawa, atualmente no Manchester United, depois de rápido contra-ataque de Nagatomo, da Inter de Milão. Contra o Brasil, o time terá a volta de Keisuke Honda, do CSKA, ausente contra os franceses.
"Os principais jogadores do Japão já jogam fora, nas ligas mais importantes, e isso reflete como evolução, maturidade, tranquilidade para jogar contra qualquer jogador do mundo sem sentir. É possível ver este tipo de comportamento. Ganhou da França assim. Não jogou muito mais para ganhar, mas soube se comportar quando a França teve volume e isso é maturidade de seleção de jogadores que estão acostumados com esse tipo de jogo", afirmou Mano.
Se representa um salto de nível em relação aos últimos adversários, o Japão ainda não tem o peso para dar ao treinador uma vitória de "lavar a alma". Apesar dos cinco jogos de invencibilidade, ainda pesam contra Mano a decepção olímpica na decisão diante do México, o fracasso na Copa América e as derrotas para Argentina (2 vezes), Alemanha e França.
Neste sentido, o jogo realizado em um campo neutro, longe da pressão da torcida brasileira, contra um adversário de nível "oitavas de final" de Copa do Mundo, tem maior validade para análise do esquema tático desenhado nos últimos dois jogos. Mais uma vez sem escalar um centroavante fixo, Neymar jogará solto no ataque, com a aproximação de Oscar, Kaká e Hulk. O Brasil marcou 14 gols contra iraquianos e chineses.
"A ideia é manutenção do posicionamento tático. Exatamente para não variar avaliações daquilo que quero. A gente vem fazendo esse posicionamento e eu preciso ver contra um adversário de qualidade mais forte. Espero um jogo mais forte em termos de experiência, e se você mexe na sistematização, perde um pouco deste parâmetro", avalia.
Mano gostaria de observar acima de tudo a movimentação da dupla de volantes formada por Ramires e Paulinho, mas pode perder o primeiro por causa de uma sinusite. A ideia do treinador é avaliar o quanto a equipe ficaria mais frágil defensivamente com uma formação que, além do quarteto ofensivo, tenha dois jogadores com melhor saída de bola do que marcação na cabeça-de-área. Sandro, o substituto em caso de veto a Ramires, ficaria mais preso por seu estilo diferente e dificultaria a avaliação.
Mano ainda não poderá contar com Marcelo, que sofreu uma fratura no pé direito durante o treino de domingo. Como também perdeu Daniel Alves e Alex Sandro depois da convocação, o treinador terá de improvisar na lateral esquerda. Leandro Castán deve jogar, apesar de Mano também ter deixado aberta a possibilidade de escalar Thiago Neves.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X JAPÃO
Local: Estádo Miejski, em Wroclaw (Polônia)
Data: 16 de outubro de 2012 (terça-feira)
Horário: 9h10 (de Brasília)
BRASIL: Diego Alves; Adriano, Thiago Silva, David Luiz e Leandro Castán; Paulinho e Ramires (Sandro); Hulk, Oscar e Kaká; Neymar
Técnico: Mano Menezes
JAPÃO: Kawashima; Sakai Hiroki, Konno, Yoshida e Nagatomo; Hasebe, Endo, Kiyotake, Keisuke Honda e Kagawa; Havenaar
Técnico: Alberto Zaccheroni
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