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Terra na Copa

Em teste popular para Mano, Seleção joga sem direito a futebol fraco

7 set 2012 - 09h31
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Diego Garcia
Fábio de Mello Castanho
Direto de São Paulo

Depois da medalha de prata em Londres e diversos amistosos fora do País, a Seleção Brasileira reencontra seu torcedor nesta sexta-feira, às 15h45 (de Brasília), no Estádio do Morumbi, em um teste de popularidade para Mano Menezes e para um grupo de jogadores que ainda tem muito a provar. Diante de um adversário fraco como a África do Sul, o time verde e amarelo entra com a necessidade não só de ganhar, mas de convencer o exigente público paulista.

Como ficou claro no treino da véspera, aberto para o público, não serão tolerados futebol ruim e vacilos. Mesmo com uma torcida de boa vontade na quinta, o apoio foi quebrado em chutes isolados por cima do travessão e passes errados. Mano chegou a ser chamado de burro por alguns torcedores. Nesta sexta, o público será bem maior e as cobranças podem ganhar maiores proporções.

Apesar da evidente pressão popular por um bom futebol de uma Seleção sem ao menos um grande resultado, Mano diz que tem recebido apoio nas ruas. Para contestar quem enxerga desaprovação dos brasileiros, ele contou que tem recebido parabéns pela medalha de prata conquistada em Londres.

"Quando fui cortar o cabelo nestes dias, as pessoas estavam me dando parabéns pelos Jogos Olímpicos. O brasileiro normal, aquele que trabalha e sabe o quanto é difícil construir algo, entende o momento da Seleção. Tenho sido respeitado por parte deles", disse.

Só que, nesta sexta, o palco do duelo é conhecido por receber a Seleção Brasileira com desconfiança. Na última vez que atuou no Morumbi, em 2007, os brasileiros foram vaiados em grande parte da vitória de virada por 2 a 1 sobre o Uruguai. Mas a cena mais célebre da Seleção no local ocorreu em 2000, quando uma chuva de bandeirinhas acompanhou o time no segundo tempo de uma sofrida vitória contra a Colômbia.

A expectativa para o duelo contra a África do Sul é de um estádio com no máximo 70% da capacidade preenchida. Com a venda de ingressos morna (40 mil até a noite de quinta), Mano coloca panos quentes na perda de identidade com torcida e diz que ela é reflexo de uma Seleção ainda em formação.

"Não sei se 32 mil ou 35 mil significa procura baixa, podemos chegar a um publico de 55 mil. Para uma seleção relativamente nova, é bom. Precisamos ter um pouco de compreensão e não vejo nada alarmante que mereça críticas de um lado ou outro. Temos um papel importante até a Copa e temos que cumpri-lo", disse.

Porém, uma intensa cobrança de arquibancada em cima do Mano aumentará a pressão para que o presidente da CBF, José Maria Marin, mude de técnico. Pessoas próximas a Marin não escondem que têm outras preferências para o cargo. Personalidades e ex-jogadores, como o deputado federal Romário, tem feito críticas fortes contra o técnico. Nas redes sociais, pedidos de demissão se alastram a cada jogo da Seleção e contrastam com o apoio que Mano diz receber nas ruas.

Na prática, Marin deu a Mano garantia de emprego após a Olimpíada de Londres. Fala em segurá-lo até pelo menos a Copa das Confederações de 2013, mas novos tropeços ou falta de futebol podem mudar o discurso. O Brasil terá na sequência mais dois jogos em casa e a pressão popular pode aumentar. Além da medalha de prata olímpica, Mano acumula um fracasso da Copa América e derrotas para grandes do futebol: Argentina (2 x), França e Alemanha.

Pelo menos nesta sexta-feira, o adversário deve oferecer pouca resistência. Com apenas uma vitória nos últimos nove jogos, na 74ª posição do ranking da Fifa e sem o seu principal jogador, Steven Pienaar, a África do Sul se juntará ao Gabão na lista de desafios mais fáceis da Seleção na era Mano. Por mais que ele e os jogadores digam que todo adversário mereça respeito. A contrapartida de ter um oponente frágil está na exigência. Uma vitória pouco importará se faltar show.

Até por isso, Mano vai colocar o time no ataque. Com apenas Rômulo como volante, a equipe terá uma formação ofensiva que contempla Ramires, Oscar, Lucas, Neymar e Leandro Damião. O são-paulino, apesar de sempre chamado por Mano, fará apenas sua 5ª partida como titular. Ele jogará no Morumbi, casa do clube pelo qual foi revelado, e já livra Mano das primeiras vaias. Lucas sempre foi o primeiro nome gritado pelos brasileiros nos jogos em que começou na reserva.

FICHA TÉCNICA

BRASIL x ÁFRICA DO SUL

Mano Menezes diz ter apoio nas ruas; jogo contra África do Sul dirá se apoio também existe nas arquibancadas
Mano Menezes diz ter apoio nas ruas; jogo contra África do Sul dirá se apoio também existe nas arquibancadas
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Data: 7 de setembro de 2012 (sexta-feira)
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Horário: 15h45 (de Brasília)

Árbitro: Nestor Pitana (ARG)
Assistentes: Diego Bonfa e Gustavo Rossi (ARG)

BRASIL: Diego Alves; Daniel Alves, Dedé, David Luiz e Marcelo; Rômulo, Ramires e Oscar; Lucas, Leandro Damião e Neymar

Técnico: Mano Menezes

ÁFRICA DO SUL: Khune; Gaxa, Khumalo, Fransman e Tshabalala; Mahlangu, Dikagcoi, Letsholonyane e Serero; Parker e Ndlovu
Técnico: Gordon Igesund

Fonte: Terra
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