Fifa pode admitir Engenhão como alternativa ao Maracanã nas Confederações
O maior problema da Fifa para a Copa das Confederações já tem solução: o Estádio Olímpico João Havelange está pronto para receber os jogos da competição, caso o Maracanã não fique pronto na enésima data estipulada pelo Governo do Rio de Janeiro para concluir as obras: 27 de abril, menos de dois meses antes do primeiro jogo oficial no estádio, entre Itália e México.
“A Fifa já vistoriou o Engenhão ano passado e dado o aval para a troca, até para que o Maracanã tivesse mais tempo para ficar pronto”, confirmou ao Terra uma fonte ligada ao Botafogo, que é quem administra o estádio. “Tanto Fifa quanto Comitê Organizador já tinha decidido usar o Engenhão, que está pronto. É só entrar em usar”, afirmou.
A resistência à utilização do Engenhão foi toda por parte do Governo do Rio de Janeiro, já que a ausência do Maracanã da Copa das Confederações poderia ser um grande revés para as aspirações do vice-governador Luiz Fernando Pezão de ser candidato ao governo do Estado em 2014.
Pezão é coordenador de infraestruturas do Estado, o que nada mais é uma manobra para tê-lo sempre na mídia para a sucessão de Sérgio Cabral. O recém empossado secretário de Esporte do Rio, o deputado estadual André Lazaroni afirma que não existe a menor possibilidade de o Engenhão substituir o Maracanã.
“Já temos até dois jogos-teste agendados para depois da entrega do estádio. Os planos B, C e D do Maracanã é o Maracanã” garantiu o secretário, que assumiu há uma semana o cargo, mas que sequer foi convidado para a reunião decisiva entre Fifa, Comitê Organizador Local (COL) e governo do Estado na semana passada, no Palácio Guanabara.
A mesma fonte que disse ao Terra que o Engenhão é uma alternativa viável ao Maracanã para a Copa das Confederações afirmou que a Fifa já tinha até batido o martelo e estava pronta para anunciar a mudança, quando Ricardo Teixeira pediu demissão da CBF e os planos ficaram parados por um tempo.
“As obras estão na parte fina, o gramado começou a ser plantado e estamos cumprindo o cronograma de acordo com o que dissemos à Fifa”, disse Lazaroni, afirmando que o Rio de Janeiro está sendo transparente o tempo todo com a Fifa, mesmo já tendo trocado a data de entrega do estádio por três vezes.
“O governador me pediu parea dormir dentro do Maracanã para que tudo saia como previsto”, metaforizou. Mas já há quem diga, dentro do próprio governo, que, ao final da Copa das Confederações, o estádio será novamente fechado para que as obras sejam finalmente terminadas. E que o orçamento deve ultrapassar - e muito - o R$ 1 bilhão, embora o governo reitere que os custos não passarão dos R$ 900 milhões.
Um grande problema para a troca de estádios é que os ingressos já começaram a ser vendidos com a capacidade total do novo Maracanã, que será de 72 mil torcedores. Mas isso poderia ser resolvido, segundo a fonte consultada pelo Terra, com arquibancadas provisórias, que estão previstas no projeto olímpico do Engenhão.
“Podemos alcançar essa capacidade sem problemas. Temos tempo”, afirmou. Hoje, o Engenhão tem capacidade para 46.931 torcedores, mas poderia chegar a 62 mil. Dez mil a menos, mas com garantias de que tudo correria bem, sem grandes sustos.
