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Terra na Copa

Governo brasileiro desmente uso de dinheiro público em estádios da Copa

23 jun 2013 - 18h10
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O Governo desmentiu neste domingo ter usado recursos públicos na construção e reforma dos estádios que serão utilizados na Copa do Mundo de 2014, uma das causas dos grandes protestos que ocorrem no Brasil há duas semanas.

O Ministério dos Esportes esclareceu em comunicado que os recursos públicos utilizados nas obras foram parte de empréstimos que os responsáveis por cada um dos 12 estádios terão que devolver aos cofres públicos.

Os estádios que serão usados na Copa, incluindo os seis já inaugurados para a Copa das Confederações, pertecem aos governos regionais, como o caso do Maracanã, no Rio de Janeiro, e o Mané Garrincha, em Brasília, ou a empresas privadas.

Três dos 12 estádios pertencem a clubes de futebol: o Beira-Rio (Internacional), a Arena da Baixada (Atlético-PR) e o Itaquerão (Corinthians).

"Não há nenhum centavo no orçamento da União destinado à construção e reforma dos estádios para a Copa", afirma o comunicado.

Segundo o Ministério dos Esportes, o Governo se limitou a oferecer aos construtores dos estádios uma linha de crédito, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com interesses, prazos e garantias bancárias normais.

O Governo admitiu que foram oferecidas algumas isenções fiscais para incentivar a construção e reforma dos estádios, mas que tal renúncia fiscal não pode ser considerada como uma despesa.

"As isenções fiscais não podem ser consideradas despesas porque servem para gerar empregos e incentivar o desenvolvimento econômico e social ao serem destinadas a diversos setores e projetos", afirma a nota, segundo a qual as obras com os seis estádios já concluídos geraram 24.500 empregos diretos.

Segundo o Ministério, os investimentos do Governo para a preparação do Mundial são dirigidos para obras de infraestrutura que melhorarão a vida dos moradores das cidades-sede, como sistemas de transporte, portos, aeroportos, segurança pública, energia, telecomunicações e estruturas turísticas.

O Governo acrescenta que a organização de grandes eventos esportivos constitui para o país "uma oportunidade para acelerar investimentos em infraestrutura e serviços que melhoram as cidades e a qualidade de vida da população".

Algumas das muitas manifestações que sacudiram o Brasil nas duas últimas semanas foram motivadas pelas supostas elevadas despesas do Governo na construção dos estádios.

Como foi o caso do protesto que neste domingo bloqueou um acesso ao estádio Castelão, em Fortaleza, antes da partida entre Espanha e Nigéria, e das duas que terminaram ontem em conflitos em Belo Horizonte e Salvador, onde também foram disputadas partidas pela Copa das Confederações.

Apesar de perderam intensidade desde quinta-feira, quando cerca de 1,2 milhões de brasileiros se mobilizaram, as manifestações continuam.

Nem o convite ao diálogo e a um pacto nacional para melhorar os serviços públicos feitos pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira e nem a redução das tarifas de transporte público nas maiores cidades, que era a reivindicação inicial dos manifestantes, convenceram os brasileiros a para com as manifestações.

Os protestos começaram na semana passada em São Paulo, exclusivamente contra o aumento das tarifas de transporte público, mas ganharam outras reivindicações, como maiores investimentos na saúde e a educação, e críticas contra a corrupção e as elevadas despesas do Governo para organizar eventos como o Mundial.

EFE   
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