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Terra na Copa

Governo desculpa Fifa e confirma que Dilma receberá Blatter

8 mar 2012 - 17h30
(atualizado às 18h55)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, confirmou nesta quinta-feira que o governo brasileiro aceita os pedidos de desculpa da Fifa e do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, após o desgaste provocado pelo número dois da federação máxima do futebol.

» Confira a carta de Aldo Rebelo a Joseph Blatter

» Confira a carta de Aldo Rebelo a Jérôme Valcke

Na última semana, Valcke provocou uma onda de manifestações de repúdio do governo ao afirmar que os organizadores da Copa de 2014 precisavam de um "chute no traseiro" para conseguir viabilizar a tempo a infraestrutura para realizar o Mundial.

Em carta encaminhada nesta quinta à Fifa, Rebelo confirma ainda que a presidente Dilma Rousseff irá receber o presidente da entidade, Joseph Blatter, quando o cartola visitar o Brasil. A previsão é que o dirigente desembarque em território nacional na próxima semana.

No documento encaminhado a Blatter, Aldo Rebelo disse que declarações polêmicas como as feitas por Valcke ao cobrar agilidade das autoridades brasileiras na organização do Mundial "não podem se repetir em prol da boa preparação da Copa do Mundo no Brasil".

Nesta quinta, o ministro do Esporte também enviou carta a Jérôme Valcke, onde apenas se limitou a afirmar que aceita as desculpas do dirigente.

Entenda a polêmica

Em entrevista concedida na sexta-feira (02/03), o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que os organizadores do Mundial de 2014 precisavam de um "pontapé na bunda" para as obras da Copa do Mundo andarem no País, e afirmou que os preparativos brasileiros estão em "estado crítico".

As palavras não foram bem recebidas pelo governo brasileiro, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou no sábado (03/03) que não quer mais Valcke como interlocutor da Fifa para os assuntos relacionados à Copa de 2014. "As declarações são inaceitáveis, inadequadas para o governo brasileiro", disse Rebelo.

Não é de hoje que Valcke enfrenta rusgas com as autoridades brasileiras. Em comunicado publicado no site da Fifa, o secretário pediu rapidez com a aprovação da Lei Geral da Copa: "o texto deveria ter sido aprovado em 2007 e já estamos em 2012", declarou.

No meio do fogo cruzado, o presidente do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, manteve discurso neutro e apenas ressaltou que tudo sairá como o planejado. "Em todo processo democrático as discussões devem ser amplas e sempre levar em conta os interesses do povo", disse Teixeira na nota.

Na segunda-feira (05/03), Aldo Rebelo enviou à Suíça uma carta solicitando um novo interlocutor entre o governo brasileiro e a entidade máxima do futebol mundial. De acordo com o ministro do Esporte, "a forma e o conteúdo das declarações escapam aos padrões aceitáveis de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária como a Fifa".

No mesmo dia, Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também atacou as palavras de Valcke, chamando o secretário-geral da Fifa de "deselegante". "Foi uma declaração que merece na verdade é que a gente dê um chute daqui para lá de volta e que se repudie qualquer declaração desse nível", opinou Maia.

Posteriormente, Valcke publicou carta em que se desculpava pelo incidente que classificou como um mal entendido. Segundo o dirigente da Fifa, o que houve não passou de um erro de tradução, e o Brasil segue seguro como "única opção para sediar a Copa do Mundo".

O ministro Aldo Rebelo aceitou o pedido de desculpas da Fifa pelas declarações de Valcke
O ministro Aldo Rebelo aceitou o pedido de desculpas da Fifa pelas declarações de Valcke
Foto: Reinaldo Marques / Terra
Fonte: Terra
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