Hulk salva, Brasil supera vaias e bate África do Sul em palco exigente
7 set2012 - 17h59
(atualizado em 8/9/2012 às 00h32)
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Diego Garcia
Fábio de Mello Castanho
Direto de São Paulo
Diante da 74ª colocada do ranking da Fifa, que tinha uma aproveitamento de uma vitória nos últimos nove jogos, a Seleção Brasileira apesentou um futebol confuso e sem inspiração, mas com um gol de Hulk aos 31min do segundo tempo venceu a África do Sul por 1 a 0, nesta sexta-feira, no Estádio do Morumbi.
O gol saiu no momento em que a torcida paulista, conhecida por sua exigência em relação ao time nacional, intensificava os protestos contra Mano Menezes e o time. De uma maneira geral, os torcedores apoiaram em alguns momentos, mas sem o time corresponder à expectativa perderam a paciência ainda no primeiro tempo e vaiaram com frequência ao longo da partida.
O resultado positivo não alivia pressão em cima do trabalho de Mano Menezes, que completou dois anos à frente da Seleção em agosto ainda sem conseguir resultados expressivos. Contabilizando um fracasso na Copa América, uma medalha de prata na Olimpíada de Londres e derrotas para os grandes Argentina (2 vezes), França e Alemanha, o treinador tem a garantia de continuidade do presidente José Maria Marin, mas a falta de um futebol convincente pode colocar seu cargo em risco.
Com a grande maioria dos jogos disputados fora do País, a Seleção voltou a jogar em casa depois de quase um ano e ouviu protestos da arquibancada ao longo do duelo. Com presença de muitos são-paulinos na arquibancada, Luís Fabiano teve o nome gritado a cada erro de Leandro Damião, e Lucas foi o mais festejado. O são-paulino não foi bem e acabou substituído por Jonas. Logo depois a torcida vaiou, e parte do estádio ensaiou um "adeus, Mano". Na sequência, Hulk marcou e deu alívio ao time brasileiro. Neymar, pouco inspirado, foi chamado de pipoqueiro,
A Seleção, na sequência, faz mais duas partidas no Brasil, contra a China na próxima segunda-feira, no Recife, e contra a Argentina, em Goiânia, no dia 19 de setembro. Até o final do ano o time nacional encara os argentinos no segundo jogo do Suerclássico das Américas, na cidade de Resistencia, o Japão na Polônia e mais um adversário não definido em Doha. Será a oportunidade de a Seleção mostrar melhor futebol e dar a Mano mais tranquilidade para 2013.
Mano optou por um time ofensivo, com inicialmente Oscar trabalhando como um segundo volante, com Ramires aberto pela esquerda, Lucas pela direita e Neymar centralizado no suporte a Leandro Damião. Se na teoria a formação encurralaria a África do Sul, na prática ela mostrou-se confusa, com os jogadores tentando a troca de posições constantemente sem resultado efetivo.
O resultado foi um primeiro tempo morno, com a pressão territorial do Brasil diante de uma África do Sul trancada, apostando em contra-ataques principalmente pela direita, nas costas de Marcelo. E foi assim que os sul-africanos quase abriram ao placar aos 12min, em uma tabela em que Gaxa saiu na cara do gol e teve o chute interceptado por Diego Alves.
Com a dificuldade do Brasil em criar, a torcida perdeu a paciência aos 21min, quando vaiou pela primeira vez o time. Antes, os torcedores tinha manifestado apoio, mas pegaram no pé em dois erros de Leandro Damião - pediram Luís Fabiano - e de Mano Menezes, bastante vaiado ao ter o nome anunciado no alto-falante.
Melhor em campo sem apresentar um futebol convincente, a Seleção foi para o intervalo com duas chances de gols claras criadas e desperdiçadas. Na primeira, aos 16min, Neymar cobrou falta na cabeça de Dedé, que concluiu forte para defesa à queima-roupa de Khune.
O goleiro voltou a trabalhar bem em chute de Neymar na grande área, já aos 42min. A torcida se animou, gritou Brasil por alguns segundos, mas voltou a cobrar melhor futebol na sequência ao gritar olé quando os sul-africanos tocavam a bola.
No segundo tempo, a África do Sul começou mais agressiva, arriscando chutes de fora da área e levando perigo ao gol de Diego Alves. O Brasil sofria com o mesmo problema da primeira etapa. Mano iniciou uma série de alterações, entre elas a entrada de Hulk no lugar do vaiado Leandro Damião. E foi o atacante que decidiu, ao chutar forte na grande área e estufar a rede aos 31min.
Mesmo com a vantagem no placar, o Brasil continuou tomando sustos. A vitória por 1 a 0 evitou o pior, mas não as vaias ao final do jogo. A Seleção venceu, mas esteve longe de dar show e não convenceu. Se quiser ter o apoio da torcida, por mais exigente e exagerada que ela possa ser, vai ter de melhorar muito.
Ficha técnica
BRASIL 1 x 0 ÁFRICA DO SUL
Gols
BRASIL: Hulk, aos 29min do 2º tempo
BRASIL: Diego Alves; Daniel Alves, Dedé, David Luiz e Marcelo (Alex Sandro); Rômulo (Paulinho), Ramires e Oscar; Lucas (Jonas), Leandro Damião (Hulk) e Neymar (Arouca)
Treinador: Mano Menezes
ÁFRICA DO SUL:Khune; Gaxa, Sangweni, Khumalu e Masenamela; Dikgacoi, Furman (Mahlangu), Tshabalala e Serero (Maluleka); Ndlovu (Benni Mccarthy depois Parker) e Chabangu (Letsholonyane)
Hulk entrou no jogo durante o segundo tempo, aproveitou sobra na área e chutou forte de esquerda para abrir o placar para o Brasil. Foi o único gol da vitória suada da equipe nacional, resultado que manteve Mano Menezes sob pressão
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Um público de mais de 50 mil pessoas finalmente aplaudiu a Seleção Brasileira depois que Hulk fez o gol da vitória
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Antes da partida começar, o ex-jogador Bebeto entrou em campo para homenagear atletas campeões pelo Brasil na Copa de 1958
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Oberdan Cattani, Dino Sani e Moacir Claudino Pinto estiveram no Morumbi para receber a homenagem. Outros ex-atletas foram lembrados pelas presenças dos parentes
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Maestro João Carlos regeu o hino brasileiro antes do jogo começar
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Em comemoração pelo Dia da Independência, a Seleção Brasileira recebeu a equipe da África do Sul para um amistoso Estádio do Morumbi, nesta sexta-feira. As principais novidades da escalação de Mano eram Dedé na defesa e Lucas no ataque
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
África do Sul veio ao Brasil apenas com um uniforme verde e amarelo, o que obrigou o Brasil a jogar de azul, mesmo em casa
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Capitão da Seleção Brasileira pela primeira vez, David Luiz surpreendentemente teve trabalho para marcar os atacantes da África do Sul
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Principal nome da Seleção Brasileira atualmente, Neymar começou o jogo pela ponta esquerda, mas tentou se movimentar para buscar o jogo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Substituto do lesionado Thiago Silva, Dedé jogou como titular pela Seleção Brasileira e também sofreu com as investidas da África do Sul
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Lucas foi substituído por Jonas no segundo tempo, e o atacante do Valencia quase marcou um gol no final do jogo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Lucas atuou pela ponta direita, mas não conseguiu dar continuidade às suas jogadas durante o primeiro tempo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Meio-campista centralizada da Seleção, Oscar sofreu para criar jogadas para a Seleção Brasileira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Anfitriã da Copa do Mundo de 2010, a seleção da África do Sul mudou durante os últimos dois anos e mostrou no amistoso que realmente voluiu
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Único volante na cabeça de área do Brasil, Rômulo chegou a dar uma solada para segurar a seleção da África do Sul
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Depois de voltar à Seleção Brasileira contra a Suécia, Ramires se firmou na equipe e voltou a ser titular contra a África do Sul. Dessa vez, porém, ele atuou mais recuado, como volante
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Brasil criou poucas chances de gol, foi surpreendido e ainda saiu vaiado pela torcida quando acabou a primeira etapa
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Artilheiro da Olimpíada de Londres, Leandro Damião está com moral na Seleção Brasileira, mas não fez um bom primeiro tempo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Quando o primeiro tempo já caminhava para acabar sem emoções, Neymar ficou de frente para o goleiro e finalizou forte, mas desperdiçou a melhor chance do Brasil no primeiro tempo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Após o intervalo, Brasil começou o segundo tempo com o mesmo time e sem mudar também a postura
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Brasil sofreu com a marcação dura da África do Sul e deixou a torcida do Brasil irritada
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Talvez incomodado por ter virado reserva da Seleção, Hulk entrou com vontade de sobra no jogo e fez a diferença para o Brasil
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Pressionada pelas vaias da torcida, a Seleção Brasileira comemorou bastante o gol de Hulk, que pelo menos trouxe alívio para o final do jogo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Após o gol, o jogo esfriou, mas a defesa do Brasil ainda teve trabalho com a África do Sul
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Neymar não conseguiu brilhar e chegou a ser chamado timidamente de "pipoqueiro" pela torcida paulista
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Marcelo jogou mal, foi criticado pela torcida e saiu substituído por Alex Sandro
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Oscar foi um dos poucos jogadores do setor ofensivo que ficou em campo até o final da partida
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Leandro Damião foi tão mal que ouviu pedidos da torcida por Luís Fabiano, centroavante do São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Seleção da África do Sul se preocupou mais em defender, mas também teve seus bons momentos no ataque
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Lucas não conseguiu confirmar as expectativas e repetir na Seleção Brasileiro o bom futebol mostrado no São Paulo
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Neymar sofreu com as entradas duras da Seleção da África do Sul, mas também exagerou nas quedas durante o jogo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Itumeleng Khune, goleiro da África do Sul, mostrou reflexos durante o jogo e só não conseguiu defender a bomba de Hulk no segundo tempo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
David Luiz e Marcelo sofreram com as investidas de Tshabalala pela ponta direita do ataque sul-africano
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Diego Alves e Dedé afastam perigo de perto do gol da Seleção Brasileira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Gordon Igesund, técnico da África do Sul, mandou um time recuado para campo e por pouco não saiu com um empate
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Hulk e Neymar se entenderam nos minutos finais do jogo e ainda proporcionaram bons lances para a torcida
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Já no final do segundo tempo Neymar foi substituído por Arouca, seu companheiro de Santos. O atacante saiu vaiado pela torcida paulista
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Mesmo com a presença das "Neymarzetes" no Morumbi, as críticas da torcida ainda foram mais altos que os aplausos no Morumbi
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Após chamar atenção por sair vaiado de campo, Neymar recebeu pelo menos o cumprimento dos seus companheiros de Seleção Brasileira