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Terra na Copa

Jefferson joga para virar "estepe número um" de Júlio César

Jefferson joga para virar "estepe número um" de Júlio César na Seleção

14 set 2011 - 16h49
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Fábio de Mello Castanho
Direto de Córdoba

A função de goleiro reserva é a mais ingrata no futebol. Com chances restritas a contusões e eventualidades com o titular, o número dois da posição costuma entrar na fogueira, em condições adversas para mostrar seu potencial. Atualmente nesta situação na Seleção Brasileira, Jefferson terá a sua primeira chance contra a Argentina, nesta quarta-feira, com a missão de mostrar que pode ser o primeiro "estepe" de Júlio César.

A participação do goleiro botafoguense como titular no chamado Superclássico das Américas (antiga Copa Roca) foi possível somente porque a convocação era restrita aos jogadores que atuam no Brasil. Júlio César tem a posição, pelo menos por enquanto, garantida a ponto de o próprio Jefferson não questionar a opção de Mano. Porém, o reserva sabe que os dois jogos contra a Argentina serão decisivos para o treinador observar se realmente o botafoguense merecer ser a primeira opção para substituir Júlio César.

"O Júlio César é o titular absoluto. Há muito o respeito pelo que ele passou aqui dentro. Cheguei aqui como quarto goleiro, e hoje tenho a oportunidade de se escalado como primeiro. Quem escala é o Mano, mas estou aqui para mostrar que também posso ser titular da seleção Brasileira", disse.

Mais tarde, em sua entrevista, Mano mostrou que a cautela de Jefferson é sensata. O técnico reafirmou que a titularidade atual é de Júlio César, mas destacou que sua intenção é dar rodagem a outros goleiros na Seleção para que, na Copa de 2014, ele possa escolher a melhor opção - Júlio terá 34 anos na ocasião.

"Goleiro é a posição que tem que ter mais cuidado para mexer. Não pode deixar oscilar tanto. Quem se afirma consegue se manter como titular. É importante ter três, quatro goleiros seguros, com rodagem, exatamente para que possamos, perto da Copa do Mundo, escolhermos aquele que estiver em melhor condição", explicou.

A escalação de Jefferson mostra que o botafoguense atualmente leva vantagem sobre os reservas da Seleção. Victor também recebeu convocações constantes, jogou nas primeiras partidas da era Mano, mas vive fase irregular no Grêmio. O santista Rafael foi chamado pela primeira vez e o cruzeirense Fábio ficou fora por contusão.

Para esse novo desafio de sua carreira, Jefferson citou quais são as suas inspirações. "Nunca escondo o potencial do Dida. Sempre me espelhei nele. Também teve o Taffarel, o Júlio César, o Marcos, e vários outros", disse o botafoguense, que ainda apontou Rogério Ceni como outro exemplo a ser seguido.

Superado

A volta de um goleiro negro à titularidade da Seleção provocou também uma pergunta relacionada a Barbosa, arqueiro na derrota brasileira para o Uruguai na Copa de 1950. Por muitos anos o Brasil conviveu com falta de jogadores negros na posição e criou-se a tese de que seria um reflexo da vitimização de Barbosa como responsável pelo vice daquela Mundial. Jefferson vê a história superada. "Isso já acabou desde que o Dida fez um grande trabalho na Seleção", resumiu.

Jefferson se inspira em Dida para tentar fazer sucesso na Seleção Brasileira
Jefferson se inspira em Dida para tentar fazer sucesso na Seleção Brasileira
Foto: AFP
Fonte: Terra
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