Jefferson joga para virar "estepe número um" de Júlio César
Jefferson joga para virar "estepe número um" de Júlio César na Seleção
- Fábio de Mello Castanho
- Direto de Córdoba
A função de goleiro reserva é a mais ingrata no futebol. Com chances restritas a contusões e eventualidades com o titular, o número dois da posição costuma entrar na fogueira, em condições adversas para mostrar seu potencial. Atualmente nesta situação na Seleção Brasileira, Jefferson terá a sua primeira chance contra a Argentina, nesta quarta-feira, com a missão de mostrar que pode ser o primeiro "estepe" de Júlio César.
A participação do goleiro botafoguense como titular no chamado Superclássico das Américas (antiga Copa Roca) foi possível somente porque a convocação era restrita aos jogadores que atuam no Brasil. Júlio César tem a posição, pelo menos por enquanto, garantida a ponto de o próprio Jefferson não questionar a opção de Mano. Porém, o reserva sabe que os dois jogos contra a Argentina serão decisivos para o treinador observar se realmente o botafoguense merecer ser a primeira opção para substituir Júlio César.
"O Júlio César é o titular absoluto. Há muito o respeito pelo que ele passou aqui dentro. Cheguei aqui como quarto goleiro, e hoje tenho a oportunidade de se escalado como primeiro. Quem escala é o Mano, mas estou aqui para mostrar que também posso ser titular da seleção Brasileira", disse.
Mais tarde, em sua entrevista, Mano mostrou que a cautela de Jefferson é sensata. O técnico reafirmou que a titularidade atual é de Júlio César, mas destacou que sua intenção é dar rodagem a outros goleiros na Seleção para que, na Copa de 2014, ele possa escolher a melhor opção - Júlio terá 34 anos na ocasião.
"Goleiro é a posição que tem que ter mais cuidado para mexer. Não pode deixar oscilar tanto. Quem se afirma consegue se manter como titular. É importante ter três, quatro goleiros seguros, com rodagem, exatamente para que possamos, perto da Copa do Mundo, escolhermos aquele que estiver em melhor condição", explicou.
A escalação de Jefferson mostra que o botafoguense atualmente leva vantagem sobre os reservas da Seleção. Victor também recebeu convocações constantes, jogou nas primeiras partidas da era Mano, mas vive fase irregular no Grêmio. O santista Rafael foi chamado pela primeira vez e o cruzeirense Fábio ficou fora por contusão.
Para esse novo desafio de sua carreira, Jefferson citou quais são as suas inspirações. "Nunca escondo o potencial do Dida. Sempre me espelhei nele. Também teve o Taffarel, o Júlio César, o Marcos, e vários outros", disse o botafoguense, que ainda apontou Rogério Ceni como outro exemplo a ser seguido.
Superado
A volta de um goleiro negro à titularidade da Seleção provocou também uma pergunta relacionada a Barbosa, arqueiro na derrota brasileira para o Uruguai na Copa de 1950. Por muitos anos o Brasil conviveu com falta de jogadores negros na posição e criou-se a tese de que seria um reflexo da vitimização de Barbosa como responsável pelo vice daquela Mundial. Jefferson vê a história superada. "Isso já acabou desde que o Dida fez um grande trabalho na Seleção", resumiu.