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Terra na Copa

"Maldição" atinge C. Ronaldo e faz 20 anos; craques brilham

27 jun 2014 - 11h01
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<p>Cristiano Ronaldo aumentou jejum histórico de jogadores eleitos pela Fifa no ano anterior a Copas</p>
Cristiano Ronaldo aumentou jejum histórico de jogadores eleitos pela Fifa no ano anterior a Copas
Foto: Christopher Simon / AFP

A “Copa dos Craques” viu a primeira fase terminar com brilho de quase todas as grandes estrelas que desfilam pelos gramados do Brasil, ao contrário do observado nos dois últimos Mundiais, nos quais os principais jogadores decepcionaram. Contudo, o maior dos astros não conseguiu conquistar o que imaginava: Cristiano Ronaldo, considerado o melhor jogador do mundo pela Fifa no último ano, se despediu do torneio logo na primeira fase e manteve tabu histórico.

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Com a eliminação precoce, o português mantém o jejum de nunca um atleta eleito o melhor do mundo pela principal entidade do futebol mundial se sagrar campeão da Copa do Mundo no ano seguinte. A “maldição” teve início no ano de 1994 e, com o fracasso de Portugal em 2014, completou 20 anos.

O responsável por iniciar a histórica lista foi Roberto Baggio, vice-campeão em 1994 com a seleção italiana. Somaram à maldição Ronaldo, Luis Figo, Ronaldinho e Lionel Messi (vide quadro abaixo).

Ano da Copa Melhor do mundo no ano anterior O que fez na Copa do Mundo
1994 Roberto Baggio Errou pênalti decisivo que culminou no vice da Itália
1998 Ronaldo Passou mal antes da final contra a França e teve atuação ruim na decisão
2002 Luís Figo Eliminado na primeira fase com Portugal, sequer fez gols
2006 Ronaldinho Grande esperança do Brasil, não teve atuação boa na competição em que a Seleção foi eliminada nas quartas
2010 Lionel Messi Não fez nenhum gol no Mundial e a Argentina foi eliminada nas quartas de final

Em 2014, Cristiano Ronaldo chegou à Copa do Mundo envolto em problemas físicos – foi, inclusive, dúvida para o Mundial. Problemas no joelho atrapalharam o craque, que não conseguiu guiar nas costas a pouco brilhante seleção portuguesa. Portugal ainda perdeu atletas por lesão ao longo do torneio e ficou ainda mais longe de um avanço.

A primeira partida do jogador do Real Madrid foi a mais discreta – apagado contra a Alemanha, não conseguiu acertar nem mesmo cobranças de falta. No duelo contra os Estados Unidos, foi bastante ativo e salvou a desclassificação portuguesa com cruzamento perfeito para gol nos últimos segundos do jogo. Contra Gana, esteve bem em campo e fez o gol da vitória, mas desperdiçou várias chances de marcar no jogo que rendeu a desclassificação lusitana – Cristiano

Ronaldo deixa a primeira fase, inclusive, como o jogador que mais chutou, com 23 finalizações.

Por outro lado, a Copa do Mundo vê a maioria dos grandes astros brilhares nos gramados nacionais. Neymar, Messi, Müller e Robben, principalmente, têm chamado a responsabilidade com gols e assistências, decidindo partidas a favor de suas respectivas seleções.

<p>Neymar foi decisivo nas duas vitórias brasileiras</p>
Neymar foi decisivo nas duas vitórias brasileiras
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Veja abaixo o desempenho de craques na Copa:  

Neymar: 4 gols

A primeira partida de Neymar pela Seleção Brasileira em Copas do Mundo foi inesquecível. Com dois gols, comandou a virada brasileira sobre a Croácia, por 3 a 1, na Arena Corinthians. Na segunda partida, contra o México, foi bem marcado e não repetiu a grande atuação, apesar de tentar chamar o jogo. No complicado duelo contra Camarões, voltou a assumir o papel de astro que se espera e, com dois gols, foi decisivo para a vitória nacional. É artilheiro da Copa, ao lado de Messi.

Thiago Silva: 16 roubadas de bola e apenas 1 falta cometida

Líder da defesa brasileira e um dos zagueiros mais caros do planeta, Thiago Silva manteve o bom nível nos três primeiros jogos da Copa do Mundo. O defensor deu segurança à defesa brasileira e, segundo dados da própria Fifa, nos três duelos fez 16 roubadas de bola e cometeu apenas uma falta - contra o México, em lance para parar uma jogada que rendeu um cartão amarelo ao zagueiro.

Lionel Messi: 4 gols

Nos dois primeiros jogos, contra Bósnia e Irã, Messi não fez as partidas exuberantes que se esperam do quatro vezes eleito melhor do mundo. Mas fez o que não conseguiu em dois Mundiais: foi decisivo a favor da Argentina e, com dois gols em momentos-chave de brilho individual, garantiu vitórias para os argentinos. Na terceira partida, finalmente teve grande atuação e mostrou ao mundo que pode liderar a Argentina: com mais dois gols e ótima movimentação, foi vital na vitória contra a Nigéria

Edinson Cavani: 1 gol e 1 assistência

Também sem fazer um grande Mundial, Cavani apareceu bem em alguns momentos dos dois primeiros jogos do Uruguai no torneio. Na estreia, contra a Costa Rica, fez de pênalti o gol da vitória, apesar de ter errado finalização fácil durante o duelo. Já contra a Inglaterra, com o parceiro Luís Suárez no ataque, deu passe espetacular para o companheiro fazer o primeiro gol uruguaio da partida. Se movimentou bem contra a Itália, mas não conseguiu ser decisivo.

Thomas Müller: 4 gols e 1 assistência

Com uma estreia arrasadora contra Portugal com três gols, o alemão Thomas Müller mostrou a que veio na Copa do Mundo de 2014. Um dos grandes nomes da seleção alemã, o jogador do Bayern de Munique tem sido bastante acionado. Contra Gana, teve boa atuação, apesar de não repetir o grande desempenho da estreia. Já no último jogo da primeira fase, contra os Estados Unidos, foi decisivo novamente: esteve na hora e no local certo para acertar belo chute em rebote do goleiro americano e dar a vitória aos alemães.

Wayne Rooney: 1 gol e 1 assistência

Grande estrela inglesa, o atacante Wayne Rooney chegou ao Mundial de 2014 com uma marca incômoda: nunca havia feito um gol em Copas do Mundo. Com uma equipe não tão grandiosa quanto se espera da Inglaterra, o jogador do Manchester United fez o possível para se destacar e tentou chamar a responsabilidade até atuando como armador do ataque. Na estreia, deu uma assistência para gol e no segundo jogo conseguiu findar o jejum para marcar o único gol inglês na derrota para o Uruguai por 2 a 1. Com a Inglaterra eliminada, entrou no segundo tempo e fez pouco contra a Costa Rica.

Andrea Pirlo: comandante do meio-campo italiano

O veterano Pirlo, que disputa sua última Copa do Mundo, mantém, nas devidas proporções, seu brilho e é o comandante do meio-campo italiano. Terceiro jogador a dar mais passes no Mundial - com aproveitamento de 92% -, tem feito o que se espera: deu lançamentos decisivos e levou perigo em cobranças de falta. Na estreia contra a Inglaterra, foi responsável por lance genial ao dar corta-luz e enganar adversários, em jogada que culminou com o primeiro gol da Itália. Contra a Costa Rica, teve lampejos em bons lançamentos, mas esteve abaixo da média, como toda a equipe – repetiu o desempenho contra o Uruguai, dia da eliminação da seleção europeia.

Gianlugi Buffon: grande atuação contra Uruguai

Veterano goleiro, Buffon ficou fora do primeiro jogo da Copa do Mundo, contra a Inglaterra, por lesão. Já em sua estreia contra a Costa Rica não teve culpa no único gol sofrido. No duelo decisivo pela terceira rodada em Salvador, teve brilho para evitar, com grandes defesas, quatro gols do Uruguai, mas acabou vazado no fim do jogo e eliminado do Mundial.

Arjen Robben: 3 gols e 1 assistência

Um dos grandes destaques da Holanda, Arjen Robben assumiu em 2014 a responsabilidade, após ter falhado na final da Copa do Mundo de 2010 e perdido chance clara no duelo que culminou com o vice-campeonato para a Espanha. Nos dois primeiros jogos da seleção holandesa, foi um dos melhores em campo e já tem três gols no Mundial de 2014. Apesar do fim da temporada europeia, tem mostrado vigor exuberante e liderado contra-ataques da Holanda. Contra o Chile, na última rodada da fase de grupos, puxou ataque aos 46min do segundo tempo para dar assistência no segundo gol holandês.

Robin van Persie: 3 gols

Atacante do Manchester United, Robin van Persie tem feito o que dele se espera: gols. Nas duas primeiras partidas, fez logo três. Um deles com certeza entrará na lista dos mais bonitos da Copa do Mundo de 2014: contra a Espanha, deu "peixinho" para encobrir de cabeça o goleiro Iker Casillas e iniciar a virada sobre os espanhóis. Suspenso, ficou fora da terceira partida.

<p>Karim Benzema finalizou a gol 20 vezes em três partidas na Copa do Mundo</p>
Karim Benzema finalizou a gol 20 vezes em três partidas na Copa do Mundo
Foto: Getty Images

Karin Benzema: 3 gols e 2 assistências

Grande nome do ataque da França, Karim Benzema tem feito uma excelente Copa do Mundo. Marcou três gols nos dois primeiros jogos da seleção francesa e foi um dos mais regulares do time, com boas atuações. Conseguiu também se destacar com duas assistências e pinta como grande esperança francesa para um bom desempenho no Mundial. Criou bons lances contra Equador, mas não conseguiu marcar. É o segundo jogador com mais finalizações na Copa, atrás apenas de Cristiano Ronaldo.

Alexis Sánchez: 1 gol e 1 assistência

O jogador do Barcelona Alexis Sánchez tem sido importante para o grande desempenho do Chile na Copa do Mundo de 2014. A já classificada seleção sul-americana, que eliminou a campeã Espanha na segunda rodada, contou com um gol e uma assistência do seu principal jogador para ter o bom desempenho no Mundial. No difícil duelo contra a Holanda, usou do talento driblador para criar uma das melhores oportunidades chilenas, mas falhou em marcar.

Eden Hazard: 2 assistências

A Bélgica não tem feito a grande Copa do Mundo que se esperava. Nos dois primeiros duelos, saiu vitoriosa, mas pouco encantou com um futebol apático. O meia do Chelsea Eden Hazard tem estado abaixo do esperado, mas ao menos compensou decisivamente: deu duas assistências para dois dos três gols dos belgas.

Veja alguns craques que decepcionaram até aqui em 2014:

Geração espanhola

Campeã em 2010, a seleção da Espanha chegou à Copa do Mundo de 2014 como uma das grandes seleções a serem batidas. Considerados um dos favoritos ao título, os espanhóis, no entanto, foram humilhados. Com duas derrotas nos dois primeiros jogos, sendo uma delas por goleada, Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Xabi Alonso, Xavi, Iniesta, Diego Costa e companhia não fizeram nem próximo do que era esperado. Teve despedida ao menos “honrosa” com vitória sobre a Austrália.

Steven Gerrard

Ídolo do Liverpool, o meio-campista Steven Gerrard não faz uma grande Copa do Mundo em 2014. Uma das referências da Inglaterra, o veterano não contribuiu muito nas três partidas da equipe. De fato, foi responsável direto pela eliminação inglesa: na partida contra o Uruguai, errou tempo de bola e deu cabeceada para trás, que culminou no segundo gol de Suárez para os uruguaios. Contra a Costa Rica, entrou apenas no fim do segundo tempo.

<p>Suárez teve brilho em campo, mas psicólogico apagou todo o destaque do uruguaio</p>
Suárez teve brilho em campo, mas psicólogico apagou todo o destaque do uruguaio
Foto: Getty Images

Luís Suárez: 2 gols

Com a bola no pé, brilhante. Com a cabeça, saiu da Copa com a maior punição já vista em im Mundiais. Fora da primeira partida uruguaia na Copa do Mundo - derrota por 3 a 1 para a Costa Rica -, o atacante Luís Suárez mostrou, em sua estreia no Mundial de 2014, que poderia ser capaz de levar nas costas o Uruguai a grandes voos na Copa do Mundo. Contra a Inglaterra, a vitória sul-americana pode ser colocada sob sua inteira responsabilidade. Mesmo sem estar com o ritmo de jogo completo, fez os dois gols da vitória e foi decisivo quando necessário. Envolveu-se em polêmica no duelo seguinte, contra a Itália, e apagou todo o brilho: por morder Giorgio Chiellini, foi suspenso por 9 jogos internacionais e banido do futebol por 4 meses, tendo que voltar para casa.

Mario Balotelli: 1 gol

Polêmico e irreverente, o atacante italiano Mario Balotelli brilhou na estreia na Copa do Mundo e parecia que poderia ser decisivo na Copa. Contra a Inglaterra, teve ótimo senso de posicionamento para decidir o jogo com cabeceada e dar a vitória para a Itália. Na mesma partida, fez linda finalização por cobertura, tirada em cima da linha pela defesa adversária. O jogador do Milan, no entanto, deixou a desejar contra a Costa Rica: perdeu gol claro e abusou dos impedimentos na derrota. Contra o Uruguai, esteve ainda pior: com atuação ruim e cartão amarelo recebido no primeiro tempo, foi substituído logo no intervalo.

Samuel Eto'o

O veterano atacante Samuel Eto'o pouco fez em sua Copa do Mundo. No único duelo em que atuou por Camarões, o máximo que conseguiu foi uma bola na trave. Lesionou-se na sequência e ficou de fora contra a Croácia e Brasil.

Yaya Touré e Drogba

A Costa do Marfim não pode contar como imaginava com seus dois pilares. Um dos principais jogadores do Manchester City, Yaya Touré pouco apareceu na Copa do Mundo e não conseguiu ser decisivo. Já Drogba foi preterido nos dois primeiros jogos pelo treinador e amargou o banco de reservas da seleção africana – em ambas as partidas, a equipe melhorou após a entrada do atacante. Já com Drogba titular, a dupla voltou a fazer pouco no decisivo jogo contra a Grécia e viu a seleção africana amargar eliminação com gol grego aos 47min do segundo tempo. 

Fonte: Terra
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