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Terra na Copa

"Maradona era mais excepcional que Messi hoje", diz Beckenbauer

11 jul 2014 - 13h14
(atualizado às 13h20)
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Campeão do mundo com a Alemanha como jogador em 1974 e como técnico em 1990, Franz Beckenbauer classificou a final da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina como "uma das melhores possíveis" e comparou Messi e Maradona, afirmando que o ex-craque "era mais excepcional".

"A comparação é muito apropriada. Mas Maradona era então um jogador mais excepcional do que hoje é Messi", disse o presidente de honra do Bayern de Munique, em entrevista publicada no site da federação alemã.

O 'Kaiser' destacou a qualidade da defesa argentina e a determinação de Messi, e ainda aproveitou para criticar o desempenho da equipe de Luiz Felipe Scolari nas semifinais do Mundial.

"A Argentina tem uma forte defesa e no ataque conta com a periculosidade de Higuaín e Messi, o jogador mais capacitado do século, capaz de resolver uma partida. Eles não vão ter uma defesa tão desastrosa como os brasileiros", advertiu Beckenbauer.

O ex-jogador considera que seleção alemã enfrentará a decisão em melhores condições tanto físicas como emocionais.

"Todas as vantagens estão do lado alemão. Um dia a mais de preparação e descanso, Argentina com prorrogação e pênaltis. Além disso, o jogo alemão do primeiro tempo diante do Brasil é difícil de melhorar. Foi quase a perfeição", se animou.

Beckanbauer garantiu que a final do próximo domingo no estádio de Maracanã é uma das melhores possíveis, embora tenha admitido que "a perfeição" seria um duelo entre os tricampeões e a seleção anfitriã.

"A Alemanha contra a Argentina também é um clássico, com um jogadores fantásticos em campo. Um alto perfil de jogo, com uma rivalidade forte, mas saudável. Fui testemunha, inclusive, nas finais da Copa Mundial em 1986 e 1990", lembrou.

O alemão, técnico da 'Nationalelf' 24 anos atrás, assumiu o favoritismo no domingo, até porque espera um ambiente favorável nas arquibancadas do Maracanã.

"Não posso imaginar que os torcedores brasileiros apoiem os argentinos. Esta é uma partida em casa, com eles unidos a nossos torcedores", disse.

Segundo o 'Kaiser', a filosofia da Argentina quase não mudou desde que jogou as finais de 1986 e 1990, por isso é necessário manter foco total no perigo que o adversário pode apresentar.

"Nada mudou. Goycoechea foi determinante nos pênaltis como Romero nesta ocasião. Burruchaga e Valdano eram atacantes igualmente perigosos como Higuaín agora. E também havia uma superestrela absoluta no ataque", lembrou Franz Beckenbauer, se referindo a Maradona.

Para frear Messi, o ex-jogador acredita que deve ser montada "uma rede para cercá-lo", talvez com Khedira, Schweinsteiger e Kroos: "Isso deve ser suficiente".

Além de achar que os alemães não encontraram a mesma facilidade que tiveram contra o Brasil, Beckenbauer garante que não haverá problema de confiança exagerada após a goleada por 7 a 1.

"Os alemães são muito rápidos, muito ágeis, com um jogo fluído. Nossa equipe está cheia de confiança, mas sem ser arrogante. Isso é também uma arte", garantiu.

Beckenbauer destacou o trabalho de Benedikt Howedes como lateral e disse que é quem mais o impressionou na seleção alemã. Além disso, aproveitou para elogiar Miroslav Klose, que se isolou no topo dos artilheiros do torneio, com 16 gols.

"Agora é o detentor do recorde como goleador de Mundiais. É um esportista incrível", garantiu.

Outro que ganhou afago do 'Kaiser' foi o técnico Joachim Löw. Segundo o ex-treinador, o trabalho feito até agora na Copa foi "ótimo", inclusive com as mexidas táticas.

"Colocar Philipp Lahm no meio era correto, porque Khedira não estava em condições em um primeiro momento. Khedira melhorou e agora há um meio com ele, Schweinsteiger e Kroos, o que não poderia ser melhor. Assim, Lahm voltou de novo à lateral", analisou.

Beckenbauer ainda lamentou não poder estar no Maracanã por causa de uma punição imposta pela Fifa, ainda mais por se tratar em um estádio por que tem grande carinho.

"O Maracanã é muito especial. Em 1968 joguei lá pela primeira vez com uma seleção mundial. Algumas semanas depois joguei com a seleção alemã em um amistoso contra o Brasil. Duas experiências fantásticas", concluiu.

EFE   
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