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Terra na Copa

Marin confirma Bebeto e quer ex-jogador para treinar base

25 jan 2013 - 12h01
(atualizado às 12h02)
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Em entrevista exclusiva ao Terra na manhã desta sexta-feira, no Estádio do Pacaembu, José Maria Marin, presidente da CBF, confirmou que Bebeto será coordenador das Seleções de base. O cargo está vago desde a saída de Ney Franco para dirigir o São Paulo, ainda em julho. Presente à final da Copa São Paulo entre Santos e Goiás na companhia de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista e vice da CBF, Marin disse ainda que procura treinadores que tenham sido atletas para treinar as categorias Sub-20, Sub-17 e Sub-15.

Para Marin, direção da CBF não teve responsabilidade no vexame da Seleção Sub-20
Para Marin, direção da CBF não teve responsabilidade no vexame da Seleção Sub-20
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Marin abordou especialmente as categorias de base por conta da recente campanha vexatória da Seleção Brasileira Sub-20 no Sul-Americano da categoria. Pela segunda vez na história, a Seleção fica de fora do Mundial Sub-20. O presidente da CBF, entretanto, nega responsabilidade da direção da entidade para o resultado ruim. Segundo ele, só havia tempo suficiente para se dedicar à equipe principal e à substituição de Mano Menezes por Luiz Felipe Scolari. 

Bebeto é pai de Mattheus, um dos jogadores da Seleção Sub-20 de campanha recente, e divide com Marin e Ronaldo a direção executiva do Comitê Organizador Local. Bebeto e Marin estiveram juntos, durante o Sul-Americano, na penúltima partida do torneio, contra o Equador. Na sequência, ambos devem definir os nomes para as comissões técnicas que não devem ter mais Emerson Ávila, possivelmente demitido. Também já está certo que Jorginho, do Bahia, não será um dos treinadores. A direção da CBF ficou irritada com o vazamento de uma reunião entre ele e Marin, no último fim de semana. 

Terra - Qual avaliação o senhor fez sobre a eliminação da Seleção Brasileira na primeira fase do Sul-Americano Sub-20? Foi um vexame, não?

José Maria Marin - Concordo plenamente com você. Diante das conquistas do Brasil nessas categorias, o resultado realmente foi decepcionante. Não preciso nem me alongar, porque a própria imprensa se encarregou de levar ao conhecimento de todo o público esportivo brasileiro a péssima campanha realizada. Estive pessoalmente em um dos jogos, pude constatar que a equipe não correspondeu à expectativa geral e sem dúvida nenhuma foi uma página bastante triste para o futebol brasileiro. 

Terra - Quando um resultado tão ruim acontece, é difícil encontrar só um culpado. Qual a culpa da direção da CBF nesse processo?

Marin -

Nenhuma responsabilidade cabe à direção da CBF com relação à atuação dos jogadores. A CBF define prioridades. Desde que cheguei, administrar é definir prioridades. Nós tínhamos responsabilidade muito maior - não que não seja importante (a base) - com a Seleção principal. Temos pela frente a disputa da Copa das Confederações e mais adiante, o principal objetivo que é conquistar a Copa de 2014 em nosso país. Não tenho um ano de administração. Não poderíamos dar prioridade à categoria de base deixando em segundo plano a Seleção principal. Nossa preocupação desde que chegamos à CBF era atender a expectativa do povo brasileiro em geral no que diz respeito à Seleção principal. 

Terra - Agora a tendência é preencher os espaços vagos desde a saída do Ney Franco para o São Paulo?

Marin -

Cuidando a Seleção principal e concluindo com a escolha daqueles que julgamos mais preparados para dirigir no campo a Seleção Brasileira, ou seja, com a escolha de Felipe Scolari e Parreira, com a sua comissão técnica, nós agora temos que nos preocupar com as equipes de base. Muito bem. Não tínhamos tempo de cuidar das duas coisas ao mesmo tempo. Tínhamos que definir prioridades, e qual é? A Seleção principal que vai disputar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Agora, com mais urgência possível, tendo em vista o insucesso dessa disputa realizada na Argentina, vamos cuidar com toda a atenção que merece a escolha dos responsáveis das equipes de base. 

Terra - Há um prazo para definir os nomes? 

Marin -

Já estamos trabalhando ativamente nisso, não queremos cometer injustiça sobre o julgamento que já houve. É página virada do futebol brasileiro, vamos tomar com lição, não vamos ficar presos ao insucesso. Vamos procurar melhorar, consertando os erros que já pertencem ao passado e pensar no presente e no futuro

Terra - O Bebeto será o novo coordenador da Seleção?

Marin -

Estamos conversando com o Bebeto e praticamente ele será um dos membros da comissão técnica porque o Bebeto já trabalha conosco no COL (Comitê Organizador Local), é campeão mundial, exemplo como atleta, dirigente, chefe de família. Muito importante: ele já passou por essas categorias. O Bebeto teve larga experiência como jogador das mesmas categorias. É um exemplo como jogador, já ocupou função de técnico no América-RJ. Ele não vai desempenhar a função de técnico. Estamos procurando o técnico ideal, de preferência que já tenha sido jogador, para mostrar a esses meninos não só na teoria, mas também na prática, como devem se comportar dentro e fora do campo. Quero chamar atenção para esse aspecto: dentro e fora do campo!

Terra - O senhor diz em relação aos problemas com jogadores no Sul-Americano? Consta sobre indisciplina e falta de comprometimento.

Marin -

Estão chegando a meu conhecimento coisas que ainda o público esportivo e a própria imprensa desconhece. Estou de portas abertas na CBF. Quero cumprimentar o jogador que teve coragem de relatar o que aconteceu de errado, se não me engano atleta do Fluminense (Marcos Junior). Quero cumprimentar. Ele está colaborando para que haja uma melhoria, que os erros não sejam repetidos. Agradeço em nome do futebol brasileiro porque está colaborando para que os erros de dentro e fora do gramado não se repitam.

Terra - O treinador Emerson Ávila será mantido no cargo? Há essa possibilidade?

Marin -

Eu não quero crucificar ninguém. Se houver, se ele errou, não é o único culpado. Não quero que toda a responsabilidade caia sobre o treinador Emerson Ávila. De maneira nenhuma. Se houve erro, todos erraram, e de maneira nenhuma vou procurar transferir a responsabilidade para o treinador. 

Fonte: Terra
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