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Terra na Copa

No pós-Copa, SP tem taxista aliviado e alemão "orgásmico"

Fim da Copa para a capital paulista teve ainda fim do policiamento ostensivo perto de hotéis que receberam delegações e seleções, na zona sul, além de argentinos e alemães se preparando para deixar o País

14 jul 2014 - 19h25
(atualizado às 19h25)
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Taxistas aliviados, argentinos frustrados e alemães em êxtase. Ainda que o encerramento da Copa do Mundo de 2014 tenha sido nesse domingo, no Rio, foi impossível não encontrar também em São Paulo, nesta segunda-feira, resquícios de fim de festa.

A reportagem do Terra conversou com torcedores que voltavam para casa – argentinos e alemães, principalmente – e com brasileiros que, com atividade comercial na região dos hotéis que receberam delegações e seleções, não viam a hora de a dita "vida normal" ser finalmente restabelecida.

<p>Apesar do fim da Copa do Mundo, S&atilde;o Paulo ainda possui marcas da passagem do maior evento futebol&iacute;stico do planeta pelo Pa&iacute;s</p>
Apesar do fim da Copa do Mundo, São Paulo ainda possui marcas da passagem do maior evento futebolístico do planeta pelo País
Foto: Alan Morici / Terra

Nas imediações dos dois hotéis que receberam seleções nos cinco jogos sediados em São Paulo, na zona sul da cidade, o cenário desta segunda-feira era bem diferente dos dias de bloqueios de quarteirões inteiros e esquema de policiamento permanente.

“Hoje que de fato eu recomeço a trabalhar. Durante a Copa, eu e meus colegas tivemos que ser afastados quase meio quilômetro do nosso ponto por conta dos bloqueios. E agora nem polícia tem mais aqui perto – era só a maquiagem para a Copa, mesmo”, reclamou o taxista Jurandir da Silva, 50 anos, de um ponto que atende os dois hotéis da Vila Mariana que receberam as seleções e as delegações. Segundo ele, a queda no movimento foi de pelo menos 50% desde 12 de junho, abertura do Mundial.

Também taxista, Gildésio Oliveira, 38 anos, afirmou que “alívio define” o fim da Copa para a categoria. “Os poucos passageiros que pegavam táxi aqui iam para o metrô; os que estavam no hotel e não eram de seleções, usavam vans ou ônibus. Sem contar que agora mal tem PM aqui nas imediações – e somos nós que pagamos os salários deles, não os turistas. Afinal, defendem os bacanas de fora ou a população?”, questionou Oliveira.

Veja os bastidores da festa do título da seleção da Alemanha:

Vizinha a um dos hotéis, localizado na rua Sena Madureira, a comerciante Neuza Vieira, 64 anos, se disse “revoltada” pelo prejuízo que afirma ter tido durante os jogos. “Fecharam a rua aqui e não entrava, nem saía cliente. Acho isso uma safadeza”, declarou.

Funcionário de um escritório de engenharia em frente ao hotel onde seleções como as do Brasil e da Holanda ficaram hospedadas, o projetista Moacir José Gonçalves, 60 anos, lamentou a saída dos PMs, apesar da liberação das vias do bairro sem Copa. “Antes, eram vários PMs aqui. Agora, mesmo com roubo de carro aqui na rua, ao se vê uma alma nas redondezas”, definiu.

Alemães e argentinos na rodoviária

Alívio para uns, alegria para outros. No Terminal Rodoviário do Tietê, zona norte da cidade, um grupo de turistas alemães se preparava para retornar para Berlim – da rodoviária, seguiriam para o Aeroporto de Cumbica – ainda com a camisa da seleção, vestida desde a véspera no Rio, onde viram a vitória contra a Argentina no Maracanã.

“Estamos felizes, eu diria que em uma alegria ‘orgásmica’, 100% satisfeitos”, definiu Thomas Bartelheimer, 35 anos.

<p>Chileno vai encarar viagem de tr&ecirc;s dias</p>
Chileno vai encarar viagem de três dias
Foto: Alan Morici / Terra

Ainda no Tietê, um grupo de amigos argentinos lamentava a derrota, mas sem perder o espírito esportivo. “Nosso time foi muito valente em campo. E a vinda do Rio para São Paulo (eles estiveram ontem na Fan Fest) foi tranquila, com alemães no mesmo ônibus que a gente”, disse o hoteleiro Facundo Exequiel, 25 anos. Sem ouviram provocações dos alemães, a exemplo do que fizeram os brasileiros? “Imagina. Eles são de primeiro mundo, praticamente uns lords”, ironizou o jovem.

Chileno de Los Andes, Dagoberto Gomes, 21 anos, se preparava para retornar a seu país sozinho – e de ônibus, ou seja, três dias de viagem. Ele contou que assistiu no estádio à partida entre Chile e Espanha e jurou ter ficado “triste” com a derrota brasileira para a Alemanha, nas semifinais, mesmo que os brasileiros tenham desclassificado os chilenos, nos pênaltis, nas oitavas. “O Brasil me recebeu como se eu fosse um de seus filhos”, justificou. Sobre a razão de ter vindo sozinho, Gomes, que ficou na casa de uma prima em Sorocaba (interior de SP), foi direto: “É muito longa a viagem, ninguém se atreveu”.

Fonte: Terra
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