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No único trabalho fora Seleção, Dunga deixou título e brigas

23 jul 2014 - 07h48
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<p>Dunga com o agasalho do Inter em 2013: título gaúcho, conflitos internos e demissão em outubro</p>
Dunga com o agasalho do Inter em 2013: título gaúcho, conflitos internos e demissão em outubro
Foto: Edu Andrade/Fatopress / Gazeta Press

Confirmado nesta terça-feira como novo técnico da Seleção Brasileira, Dunga está sem trabalhar desde que foi demitido do Internacional em outubro do ano passado. A relação entre o clube e o ex-volante vem de longa data: formado nas categorias de base coloradas, ele sempre se destacou pela liderança que exercia dentro do vestiário. Como jogador do Inter, Dunga teve duas passagens - a primeira vez na década de 80, quando ajudou o clube a conquistar os estaduais de 82 e 83, e depois no final da década de 90, quando retornou do futebol japonês para encerrar a carreira.

Foi nesta segunda passagem pelo Inter que Dunga marcou o gol mais importante com a camisa colorada. Foi diante do Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro de 1999: um gol de cabeça que decretou a vitória colorada por 1 a 0 e salvou o Inter do rebaixamento para a segunda divisão. Na época, o Palmeiras era treinado por Luiz Felipe Scolari, treinador que acaba de ser substituído por Dunga na Seleção.

Ainda houve uma terceira passagem de Dunga pelo Inter em 2013, mas desta vez como treinador. O time gaúcho foi a primeira experiência do ex-atleta como técnico em um clube de futebol - até então, seu único trabalho havia sido na Seleção Brasileira.

A contratação de Dunga por parte do Inter foi uma aposta do presidente Giovanni Luigi para tentar colocar ordem em um vestiário que estava bagunçado e completamente sem comando. Ele assumiu no início de 2013, ano difícil para o clube, pois devido à reforma para a Copa do Mundo, o clube não poderia atuar no Estádio Beira-Rio. O primeiro semestre foi de resultados consistentes: título do Campeonato Gaúcho, boa arrancada na Copa do Brasil e início promissor no Brasileiro. Mais do que isto, um grupo blindado e com total confiança no treinador.

Mas o segundo semestre chegou, e as lesões e negociações acabaram atrapalhando a vida do treinador. Como se não bastasse, Dunga também começou a arrumar inimigos dentro do próprio clube. A primeira briga foi com o executivo de futebol Newton Drumonnd - o motivo, ninguém sabe ao certo, mas o fato é que os dois ficaram um longo tempo sem se falar.

Dunga alfineta canal de TV e garante: "não mudarei essência":

Osmar Loss, treinador do time Sub-20 do Inter, e José Evaristo Villa-Lobos, assessor de imprensa, também tiveram atritos com Dunga e acabaram deixando o Inter. O técnico era criticado internamente por se intrometer demais em outras áreas, como nutrição, comunicação e até na área jurídica. "Se estivesse tudo certo, não seria preciso mudar. Se estivesse tudo bem, não precisava ter me contratado então", rebatia Dunga, quando era questionado sobre a intromissão em outras áreas do clube.

O desgaste na relação com alguns jogadores, dirigentes e funcionários, além da sequência de resultados ruins na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, anteciparam a saída de Dunga do comando técnico do Inter. O treinador foi demitido no inicio do mês de outubro, no Rio de Janeiro, após ser derrotado por 3 a 1 pelo Vasco - era a quarta derrota seguida do Inter. Ao todo, Dunga comandou o time colorado em 52 jogos, com 25 vitórias, 18 empates e nove derrotas.

Além do título de campeão gaúcho, Dunga também vai levar a marca de ter sido o único treinador do Inter que nunca comandou o time dentro do Beira-Rio. Como o estádio estava fechado para reforma, o Inter mandava as suas partidas em Caxias do Sul e Novo Hamburgo.

Fonte: Cristiano Leonardo S. da Silva Jornalismo - Especial para o Terra Cristiano Leonardo S. da Silva Jornalismo - Especial para o Terra
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