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Terra na Copa

Operários da Copa no Catar reclamam falta de salários

29 jul 2014 - 08h33
(atualizado às 08h42)
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Sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar segue envolvido em polêmicas sobre as condições trabalhistas oferecidas àqueles que são responsáveis por tornar o país capaz de receber o principal evento futebolístico do planeta. De acordo com reportagem do jornal The Guardian, trabalhadores imigrantes que construíram escritórios de luxo de alguns dos organizadores do Mundial são submetidos a trabalho escravo e não recebem salários há mais de um ano.

Foto: Sean Gallup / Getty Images

Segundo a publicação britânica, membros do Comitê Organizador Local de 2022 estão instalados em salas do 38º e 39º andares de um dos mais famosos prédios de Doha, a Torre Bidda – conhecida como a Torre do Futebol. Eles foram desenvolvidos por trabalhadores do Nepal, Sri Lanka e Índia, que acusam os chefes de não o remunerarem há cerca de 13 meses. Neste período, de acordo com os imigrantes, o valor pago foi de somente R$ 23 reais por dia - R$ 660 mensais.

Os escritórios custam aproximadamente R$ 9,5 milhões, apresentam vidros personalizados e até mesmo um banheiro aquecido. “Nós não sabemos o quanto eles estão gastando na Copa do Mundo, mas só precisamos de nosso salário", disse um trabalhador ao The Guardian. "Nós estávamos trabalhando, mas sem receber salário. Governo e empresa: apenas forneçam o dinheiro”, acrescentou outro operário, que já deixou o emprego.

Aqueles que ainda continuam trabalhando o fazem em condições sub-humanas – segundo relatos, eles moram em casas infestadas por baratas – e recebem irrisórios R$ 1,90 por hora. Além disto, dormem em colchões finos no chão e vivem em constante medo de serem presos. Isto porque ficaram sem documentos após a falência da empresa que os contratou, a Lee Trading and Contracting, e, assim, trabalham ilegalmente.

Cinco trabalhadores chegaram a ser detidos pela polícia do Catar por não possuírem os documentos necessários para permanecer no país. A questão foi levantada pela Anistia Internacional ao primeiro-ministro do Catar, mas os estrangeiros seguem presos, já que uma ação na Justiça contra a Lee Trading and Contracting não teve sucesso. Somado a isto, os imigrantes não têm dinheiro para ir ao tribunal recorrer da decisão.

Este não é o primeiro e nem o único caso polêmico envolvendo a organização da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Nos últimos três anos, 70 trabalhadores da Índia, do Nepal e do Sri Lanka morreram por quedas em obras ou por serem atingidos por objetos de construção. Além deles, 144 morreram em acidentes de trânsito e outros 56 cometeram suicídio. 

Fonte: Terra
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