Organização critica agressões a 38 jornalistas durante Copa
A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) expressou nesta sexta-feira seu protesto contra as agressões sofridas tanto nas mãos da polícia como em grupos de manifestantes por 38 jornalistas durante a Copa do Mundo no Brasil.
"Apesar das promessas do governo, os jornalistas no Brasil continuam sem poder contar com a proteção garantida pelo Estado através de um mecanismo nacional em tal sentido", disse em comunicado a responsável para América da RSF, Camille Soulier.
O número de agressões contra jornalistas chegou ao máximo no dia da final da Copa, no último dia 13, "um nível esmagador", segundo RSF, que fixou em 15 o número de profissionais da imprensa que foram atacados no dia.
Entre os jornalistas agredidos está o fotógrafo independente canadense Jason o'Hara, que recebeu um chute na cara de um agente da Polícia Militar brasileira quando fazia fotos de uma manifestação contra a Fifa.
Na mesma operação, a fotógrafa da agência Reuters Ana Carolina Fernandes, foi atacada com gás lacrimogêneo e Felipe Peçanha, do grupo Mídia Ninja, foi "espancado".
O comunicado relata que o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, esteve no Brasil entre 10 e 17 de julho e se reuniu com porta-vozes da presidência brasileira, que afirmaram que a Polícia Militar recebe formação para agir em manifestações não violentas, mas especificaram que a corporação não depende do Executivo.
A RSF lamentou que por enquanto não tenha sido ativado o observatório de violência contra os jornalistas que a presidência disse que formaria.
Dois jornalistas do Terra também sofreram agrassões durante a Copa do Mundo. Na manifestação que ocorreu antes da final, o fotógrafo Mauro Pimentel foi atingido por um cacetete. Em Porto Alegre, antes da partida entre Holanda e Austrália, ainda na primeira fase, o repórter Daniel Favero foi atingido por estilhaços de bombas arremessadas a curta distância por PMs durante protesto.