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Olimpíada 2016

Paes faz comparação com Fifa e vê COI interessado no Rio

24 abr 2014 - 21h15
(atualizado às 22h31)
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Prefeito do Rio de Janeiro minimiza cobranças do COI :

Em um hangout realizado nesta quinta-feira a respeito dos Jogos Olímpicos de 2016, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se defendeu de críticas em relação ao andamento das obras, elogiou concessões e deixou claro que o objetivo do seu governo não é arrumar a cidade para o período que a Olimpíada estiver em realização, mas utilizá-la como forma de captação para a execução de projetos relacionados ao dia a dia da população fluminense.

Um ponto destacado da conversa de Paes com cinco jornalistas foi a comparação das preocupações e comportamento do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Fifa, entidades responsáveis pelos Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, respectivamente. Para o prefeito do Rio de Janeiro, enquanto a entidade máxima do futebol só se importa com a construção de estádios, o COI espera que a cidade-sede olímpica tenha em dia as obras de infraestrutura urbana.

"O estilo do COI é diferente. Por que a gente ganhou a Olimpíada? Ganhamos porque dissemos que o impacto que vocês (COI) podem gerar com uma Olimpíada no Rio de Janeiro é muito maior do que em Madri, Tóquio e Chicago. Desde o primeiro momento, o COI não só acompanha os estádios, como acompanha as obras de infraestrutura", declarou Paes.

Eduardo Paes fez comparação entre Fifa e COI
Eduardo Paes fez comparação entre Fifa e COI
Foto: AFP

O prefeito do Rio de Janeiro explicou que esta visão ampla do COI não quer dizer que não haja cobranças, nem que todos os pedidos feitos por ele e outras federações esportivas serão acatados, citando como exemplo a pressão imposta pelo atraso nas obras do Complexo Esportivo de Deodoro. "(O Complexo) foi licitado tarde. Dá tempo, vamos fazer. Isso deixou o COI e as federações muito agitadas. Provavelmente você vai ver esses caras de federação reclamando de mim até o fim da Olimpíada. Pela primeira vez o COI não fez uma crítica às obras de infraestrutura da cidade, que eles estão acompanhando", adicionou.

Eduardo Paes também comparou a realização da Olimpíada do Rio de Janeiro com a de Londres, falando das diferenças estruturais de ambas as cidades. Para ele, o evento no Brasil terá um impacto maior, com o objetivo de mudar por completo a cidade, em vez de revitalizar apenas uma região. A referência carioca são os Jogos de Barcelona, em 1992.

"Londres já tinha tudo, o metrô de lá tem 100 anos. Aqui estamos construindo uma linha de metrô, 120 km BRT. É muito mais importante para o Rio do que para Londres", disse.

Veja outras repostas dadas por Paes no Hangout:

Mudança de nome do Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), cujo nome seria mal visto no exterior: "OJoão Havelange você tem que perguntar para duas pessoas: o César Maia, que construiu o estádio, e o Botafogo. O Engenhão foi concedido para o Botafogo. Eu não saio mudando coisas que os outros prefeitos fizeram. Essa uma decisão que compete ao concessionário, que é o Botafogo. Se dependesse de mim, eu não mudaria o nome de nada. O que eu acho que pesa para imagem do Brasil no exterior é se a gente não fizer as coisas direito, no prazo, com planejamento. O que desgasta a imagem do país é tudo menos o nome de um estádio".

Marina da Glória e poluição da Baía de Guanabara: "A Marina da Glória está em condições de receber os barcos. Ela vai receber garagens provisórias que aguentam perfeitamente. Não precisa fazer nenhuma grande obra nela. A poluição da Baía Guanabara preocupa a cidade. A questão de saneamento é uma que a gente tem que aproveitar muito no Rio. Na Baía de Guanabara eu tinha uma preocupação: fechar o Aterro de Gramacho. O problema da Baía de Guanabara é muito mais lixo do que saneamento".

Privatizações e concessões: "O negócio privado não é pecado. Porque fazemos concessões no brasil? O que traz o privado ao negócio é a possibilidade dele ganhar dinheiro, mas vai ter uma gestão melhor. Eu não tenho uma visão anti-concessão, anti público-privado. Isso permite que o governo se desonere de responsabilidades que nem são de governos, que é o caso (das estruturas esportivas)".

Legado e incentivos: "As obras da região portuária não tem nada a ver com a Olimpíada. Quando a gente diz que tem um legado grande com a Olimpíada, isso não quer dizer que é uma ação ela. O que a Olimpíada traz é a oportunidade de fazer coisas que outros prefeitos deixaram para seus sucessores fazerem, e seus sucessores também não fizeram. A Zona Portuária é isso. As obras que a gente está fazendo são obras que não servem para a Olimpíada, elas são impulsionadas por ela. Tem dois tipos de Jogos Olímpicos: os que se servem da cidade e as cidades que se servem dos Jogos. A Olimpíada serve como um catalizador".

"Eu não me preocupo com o evento. O Brasil sempre fez festa muito bem. Olimpíada e Copa do Mundo, se forem entendidos só como eventos esportivos, é de uma falta de inteligência enorme. Não só de coisas intangíveis, como a imagem do país, mas para trazer esses benefícios para a cidade. Eu tenho certeza que o carioca vai ter muito orgulho da nossa Olimpíada do Rio".

"Não estou nem aí para a Olimpíada, estou preocupado pelo cidadão carioca, como ele está hoje, como ele vai ficar amanhã. Que a gente passe para índices de violência aceitáveis. Eu não tenho preocupação nenhuma com a Ilimpíada, pro grande evento. O Brasil já mostrou saber fazer isso".

"Eu não quero saber qual a cor da pista que o Bolt vai correr, quero saber o que fica para a minha cidade. Não vamos até o fim das Olimpíada entregar estádios glamourosos para ficar com um elefante branco. O Rio não precisa de mais estádios".

Fonte: Terra
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