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Terra na Copa

Popularidade de Dilma Roussseff desaba após protestos

29 jun 2013 - 13h46
(atualizado às 13h51)
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A popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu de 57% a 30% desde a primeira semana de junho, impactada pelos grandes protestos nas ruas que exigiam melhores serviços e o combate da corrupção, segundo uma pesquisa do instituto Datafolha publicada neste sábado.

Novos protestos estão programados para domingo, dia da final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha no Rio de Janeiro.

A quantidade de entrevistados que consideram o governo de Dilma "ruim ou péssimo" aumentou de 9% a 25% desde a pesquisa de 6 e 7 de junho.

Em março, a presidente tinha popularidade de 65%.

Em junho, Dilma Rousseff perdeu mais de 20 pontos de popularidade em todas as regiões do país, segundo a pesquisa.

"É grave para o governo, que está em um contexto complexo de dificuldades com os movimentos sociais", declarou à AFP o analista político André César, da consultoria Prospectiva, com sede em Brasília.

"E isto enfraquece ainda mais a presidente, porque reforça a pressão dos aliados e também da oposição, que tentará tirar proveito. É o pior cenário possível", completa.

Os protestos explodiram há mais de duas semanas motivadas inicialmente pelo aumento dos preços das passagens dos transportes públicos, mas depois viraram um gigantesco movimento que pede serviços públicos melhores e mais investimentos em áreas como saúde e educação.

Os milhares de brasileiros que saíram às ruas de várias cidades também criticaram a corrupção dos políticos e os gastos bilionários na organização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014.

Durante os protestos de 20 de junho, mas de um milhão de brasileiros saíram às ruas. Em alguns momentos, as manifestações terminaram com confrontos com a polícia e cenas de violência.

Antes do início dos protestos, a Dilma Rousseff era considerada favorita para a reeleição nas eleições presidenciais de outubro de 2014.

A popularidade da presidente já havia registrado queda entre março e junho, de 65% a 57%, afetada pelo lento crescimento da economia e a alta da inflação (6,5% em maio, o teto da meta oficial).

O Brasil cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre de 2013 na comparação com o período anterior. Em 2012 o resultado foi de 0,9%, depois de 2,7% em 2011 e um expressivo 7,5% de 2010.

"Se a economia estivesse bem, seria diferente, mas não é o caso", disse o analista. Com os protestos e as demandas sociais sobre a mesa, "agora há um quadro radicalmente diferente que ninguém imaginava. Dilma não é mais a presidente forte de alguns meses atrás"", afirmou César.

"Dilma Rousseff tem que recuperar a governabilidade e, a partir daí, pensar na reeleição", completou.

Para a final da Copa das Confederações, domingo à noite no Maracanã, estão programados vários protestos, incluindo um que pretende se aproximar do estádio antes da partida.

A pesquisa do instituto Datafolha ouviu 4.717 pessoas em 196 municípios do país, que tem 194 milhões de habitantes. A pesquisa tem margem de erro de 2%.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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