Presidente da Câmara admite "confusão" sobre venda de cerveja em 2014
15 mar2012 - 14h35
(atualizado às 14h46)
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O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, admitiu nesta quinta-feira que há "uma grande confusão" nas negociações entre os parlamentares sobre a autorização da venda de cerveja nos estádios da Copa do Mundo de 2014, como exige a Fifa.
"Há uma grande confusão", declarou Maia um dia depois que a Câmara decidiu adiar até a próxima semana a votação da lei que regulará todas as questões relativas ao torneio que será disputado no Brasil.
Maia admitiu que a venda de cerveja nos estádios, que é proibida por lei no País, é o ponto de maior conflito na Câmara dos Deputados, visto que um grande número de parlamentares se opõe a liberar o consumo durante a Copa por considerar que representaria uma "entrega" da soberania nacional.
O líder descartou que o atraso do debate parlamentar possa piorar ainda mais o clima com a Fifa, cujo mandatário, Joseph Blatter, será recebido nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff.
Maia também ressaltou que os deputados votarão "de forma independente", em função do debate realizado no Congresso de todas as questões relativas à Copa.
Nesta quarta-feira, quando foi decidido adiar a votação até a próxima semana, a bancada governista levantou a hipótese de que o artigo referente à cerveja nos estádios seja retirado do texto, de modo a facilitar sua aprovação.
"Se não for incluída no texto a liberação expressa da venda de bebidas, os entes federados (os Estados) poderão fazer negociações próprias para definir no âmbito estadual se haverá ou não a venda", indicou o chefe da bancada governista na Câmara, Arlindo Chinaglia.
No entanto, o próprio governo descartou essa proposta e ressaltou, por meio de uma nota oficial divulgada pelo Ministério do Esporte, que a venda de cerveja nos estádios faz parte dos compromissos que o País assumiu com a Fifa quando aceitou organizar a Copa.
Segundo a imprensa, que cita fontes da Fifa, os atrasos na aprovação da lei e em muitas obras, assim como o debate em torno da venda de cerveja nos estádios, serão tratados nesta sexta-feira por Blatter na reunião que manterá com Dilma.
Esse encontro será o primeiro entre autoridades do País e da entidade desde a polêmica gerada por declarações do vice-presidente da Fifa, Jérôme Valcke, que afirmou que os organizadores da Copa mereciam um "chute no traseiro" por seus atrasos em obras e na aprovação da lei.
A renúncia de Ricardo Teixeira do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no início da tarde desta segunda-feira teve enorme repercussão. Após 23 anos no poder da entidade, ele deixou José Maria Marin, vice-presidente com mais idade da CBF, como novo mandatário até abril de 2015. Confira, a seguir, as principais frases ditas por personalidades sobre a troca de comando na CBF
Romário; ex-atacante e deputado federal, no FacebookHoje podemos comemorar. Exterminamos um câncer do futebol brasileiro. Finalmente, Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF. Espero que o novo presidente, João Maria Marin (sic), o que furtou a medalha do jogador do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores, não faça daquele ato uma constante na Confederação. Senão, teremos que exterminar a AIDS também.
Foto: Getty Images
Andrew Jennings; jornalista britânico que denunciou casos de corrupção da Fifa, no TwitterHavelange em dezembro, Teixeira hoje e Blatter em breve. Foi um trabalho duro, muito obrigado às minhas fontes anônimas
Foto: AFP
Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em nota oficialDiante do anúncio da nova liderança do Comitê Organizador Local (COL) para a Copa do Mundo de 2014, o Ministério do Esporte reafirma sua determinação de continuar cooperando com a entidade responsável pela organização do Mundial. Seguiremos trabalhando em harmonia para o êxito das tarefas comuns necessárias ao sucesso do evento.
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Dunga; ex-técnico da Seleção Brasileira e capitão do tetra em 1994, em entrevista ao Terra Eu não gostaria de falar muito a respeito. Não estava acompanhando, viajei muito nos últimos dias. Agora é esperar para ver o que vai acontecer, mas não lembro de já ter falado com o José Maria Marín.
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Marcelo Tas; jornalista, apresentador e blogueiro do Terra, no TwitterAcusado por evasão de $, Ricardo Teixeira deixa CBF e vai morar em Boca Ratón, EUA. A realidade sempre supera a ficção.
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Carlos Alberto Parreira; ex-técnico da Seleção Brasileira, em entrevista ao SporTVO Ricardo Teixeira é um amigo. O trabalho fica marcado pelos fatos positivos, vitórias, e também algumas coisas conturbadas contra ele. Havia muita pressão e prevaleceu o lado humano do Ricardo. É um homem pai de família, marido, avô e que agora está com um problema de saúde. As pressões eram enormes e ele resolveu dar fim a isso tudo, descansar e cuidar da vida pessoal.
Foto: Getty Images
Paulo André; zagueiro do Corinthians, no TwitterRicardo Teixeira renuncia à CBF e ao comitê da Copa. Marin assume... Começamos bem a semana! Mas não adianta mudar a presidência e não alterar a mentalidade e o modelo de gestão aplicado pela CBF. Novas ideias são bem vindas, espero. Que sejam boas... Me coloco a disposição para ajudar!
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
William; ex-zagueiro do Corinthians, no TwitterEu também estou à disposição. Toda crise é uma oportunidade de mudança.
Foto: Alan Morici / Futura Press
Falcão; cantor, no TwitterSai Ricardo Teixeira e entra Marin: é o mesmo que defecar limpar o fiofó com doce de leite.
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Bebeto; ex-atacante e integrante do COL, em entrevista ao SporTVFui pego de surpresa. Quando recebi convite do COL e do presidente, ele parecia bem contente. É um problema pessoal, não podemos nos esquecer do trabalho feito na Seleção. Ele foi o homem forte que trouxe a Copa para o Brasil. Agora vamos continuar o trabalho e fazer o melhor para o nosso povo e nosso País para uma das melhores Copas da história.
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Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, em entrevistaEle vai dar continuidade administrativa e quando isso acontece não há muito o que fazer. Se deve haver revezamento ou não, cabe ao presidente decidir. Na Federação Paulista eu faço um revezamento de poder. O Ricardo Teixeira ficou muitos anos e, quando tinha que se ausentar colocava o Nabi Abi Chedid, depois do José Maria Marin. São maneiras de administrar.
Foto: Getty Images
Belletti; ex-lateral, no TwitterComandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. A CBF deveria reunir atletas, dirigentes e empresas para um debate sobre como melhorar o futebol no país. Toda ideia deve ser discutida.
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Juvenal Juvêncio; presidente do São Paulo, em nota oficialO Dr. Marin é um advogado ilustre, com uma trajetória importante no futebol. Inclusive com experiência dentro do campo. Temos plena confiança de que ele vai trazer um novo momento para o futebol brasileiro. Desejamos a ele toda sorte e apoio neste momento.
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Casagrande; ex-jogador e comentarista, ao SporTVÉ o final de uma ditadura no futebol brasileiro. Sou contra mandatos longos de qualquer tipo que seja, em qualquer cargo, pois começa a se formar uma máfia no que se está presidindo. Acho que vai ser o bem para o futebol brasileiro. Se ele fez o bem para o futebol brasileiro e construiu coisas boas durante o mandato, houve coisas ruins também. Estava na hora, até para dar uma revigorada. Era necessário respirar novos res.
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Diogo Silva; lutador de taekwondo, pelo TwitterPutz, o cara que vai entrar no lugar do Ricardo Teixeira é o mesmo que colocou a medalha no bolso. Aí não, que país é esse.
Foto: Leandro Miranda / Terra
Emerson Leão; técnico do São Paulo e ex-Seleção Brasileira, em entrevista ao TerraNão tenho nada a falar sobre ele, o que tinha já disse há muitos anos e hoje não falo mais. Sobre o Marin, eu o conheço pessoalmente, há mais de 40 anos. Desejo a felicidade e êxito de que a CBF precisa. Ele vai fazer o seu melhor para organizar a Copa do Mundo.