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Terra na Copa

Renegado em reta final, Götze vira herói improvável da Copa

13 jul 2014 - 18h55
(atualizado às 19h03)
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Principal promessa do futebol alemão no ciclo que antecedeu a Copa do Mundo de 2014, o meia Mario Götze vivia até os 8min do segundo tempo da prorrogação uma Copa do Mundo muito mais de baixos do que de altos. Titular da equipe nos quatro primeiros jogos do Mundial, ele foi criticado pela imprensa alemã por não desempenhar nem de perto o papel que fez principalmente no Borussia Dortmund na temporada 2012/13.

Muito disso se explica pelo posicionamento que o técnico Joachim Löw o pedia dentro de campo. Atuando pelas pontas, o baixinho meio-campista não exercia em campo na seleção a função que mais gosta: armar jogadas e funcionar como a cabeça pensante da equipe bávara. 

<p>Baixinho alemão era o herói improvável de um time que viu brilhar nomes como Neuer, Müller e Tony Kross</p>
Baixinho alemão era o herói improvável de um time que viu brilhar nomes como Neuer, Müller e Tony Kross
Foto: Dylan Martinez / Reuters

Com um gol apenas contra Gana, ele acabou sendo renegado pelo treinador na reta decisiva da Alemanha nesta Copa do Mundo. Deixou o time titular para a entrada do centroavante Miroslav Klose contra a França. Amargou o banco de reservas na goleada histórica diante do Brasil, entrando na partida apenas quando a Alemanha já era imponente e ganhava por 5 a 0.

A temporada já não tinha sido como ele planejava. Ao sair do time de Dortmund como um traidor pela apaixonada torcida por aceitar proposta do Bayern de Munique, chegou no campeão alemão com o técnico Pep Guardiola o colocando entre os reservas. Passou boa parte da temporada entrando apenas no segundo tempo, semelhante ao que aconteceu com a seleção no Mundial.

A chance do baixinho camisa 19 mostrar seu valor estava reservada para o dia 13 de julho, no Estádio do Maracanã. Entrou em um momento em que a Alemanha sofria com o domínio de meio-campo da Argentina e tinha desperdiçado grandes chances na frente de Neuer. Coube a ele ocupar o espaço que Klose fez na primeira etapa, trombando de frente com Garay e Demichellis. 

Durante a segunda etapa, teve poucas chances principalmente pelo fato de seus companheiros de equipe já estarem "pregados" em campo de tanto cansaço. Schweinsteiger tentava lançá-lo, mas dava uma pedrada. Müller não alcançaca a bola para dar o contra-ataque. Schürlle não conseguia raciocinar para fazer uma jogada rápida. 

A tensão da partida foi aumentando. Na prorrogação, os times mais se resguardavam esperando uma penalidade do que buscavam o gol. Schweinsteiger sai com um corte no rosto e cabe ao time alemão segurar a bola até a cabeça pensante do time retornar. Com o rosto cheio de pontos, ele retornou e a Argentina, que até então tinha sua defesa sólida como uma rocha, sofreu seu único e crucial momento de desatenção.

O time alemão avançou pela esquerda. A bola chegou para Schurlle, que já estava marcado por Zabaleta. Afoito, Mascherano que até então era disparado o melhor em campo, saiu para dar o combate junto com o lateral. Götze aproveitou a baixa estatura para passar despercebido por trás da zaga. Schurlle deu apenas um leve toque por cima dos marcadores para o camisa 19 dominar no peito e acertar um belo sem pulo. 

O gol serviu como uma facada no peito para os argentinos, que não conseguiram se reerguer. Para o baixinho Götze era o renascimento dentro da Copa do Mundo. Com o apito final, o alemão foi às lágrimas e foi esmagado pelos companheiros de tantos abraços. Sem acreditar, olhava para o céu, incrédulo com o feito.

Em uma Copa do Mundo marcada por defesas incríveis de Neuer, vários gols marcados por Thomas Müller e partidas exuberantes de Tony Kroos, o herói improvável do título acabou sendo o camisa 19. A coroação foi o prêmio de melhor da final do Mundial e a esperança para a Alemanha de mais uma geração vencedora daqui a quatro anos na Rússia.

Fonte: Terra
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