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Terra na Copa

Romário quer enquadrar Fifa: "daqui a pouco mandará mais que Dilma"

10 out 2011 - 11h51
(atualizado às 12h42)
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Rodrigo Viga
Direto do Rio de Janeiro

O ex-jogador e atual deputado federal Romário Faria (PSB- RJ), vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, afirmou nesta segunda-feira que o governo brasileiro precisa se impor diante das exigências da Fifa para que a Copa de 2014 seja benéfica para o País e seja um evento acessível a todas as classes sociais.

"Se não colocar a Fifa no seu determinado lugar, daqui a pouco ela estará mandando mais que a nossa presidente (Dilma Rousseff) e a Copa vai ser do jeito que a Fifa quer, e não como a gente tem que fazer", afirmou Romário antes de participar de uma sessão na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

O governo brasileiro e a Fifa discordam de alguns pontos presentes na Lei Geral da Copa, documento que contém as regras para a organização e a realização do evento. Um dos fatores trata da meia-entrada para estudantes e aposentados - a entidade máxima do futebol é contra esse direito nos jogos do Mundial.

Romário disse que vai fazer uma emenda parlamentar para que os idosos também se beneficiem da lei da meia entrada no Mundial de 2014 e que deficientes físicos tenham acesso livre aos jogos da Copa do Mundo. "A Lei Geral da Copa tem 46 artigos e chegou à nossa comissão na Câmara. Vou fazer algumas emendas, principalmente essas aí (para idosos e portadores de necessidade especial)", afirmou.

O ex-jogador disse ainda que a Fifa tem que fazer uma Copa no Brasil para todas as classes e, não só para a elite. Segundo o tetracampeão mundial em 1994, a entidade maior do futebol pode abrir mão de alguns milhões de dólares em nome de uma Copa "social".

"A conta feita pela Fifa é que com a lei da meia entrada eles perderiam R$ 180 milhoes, ou deixariam de ganhar. Nós não temos que pagar isso. A Fifa poderia ganhar um pouco menos para que o brasileiro possa participar. Tem que respeitar o estatuto do idoso, do torcedor e do estudante. A Fifa tem que entender que as coisas mudam e não são mais como eram na assinatura do protocolo. Agora é assim e a Fifa tem que entender", destacou o deputado federal.

No entanto, Romário apoia a intenção da Fifa de liberar a venda de bebida alcoólica nos estádios nos jogos da Copa do Mundo. Alguns estados e cidades brasileiras proíbem a comercialização deste tipo de produto nas arenas. Esse é mais um ponto de polêmica entre o governo brasileiro e a Fifa.

"Tem que ser feito como é feito lá fora. Se permite beber cerveja até um determinado momento e uma determinada quantidade. Não sou contra a isso. O pior é não poder beber no estádio e chegar lá bêbado. Temos que rever isso, mas tem que haver um controle rígido", declarou.

Atraso na mobilidade urbana

Romário ainda disse que o Brasil está muito atrasado na preparação de aeroportos e em projetos de mobilidade urbana para a Copa de 2014 devido a problemas políticos e, se nada for feito, o País fará feio no Mundial de 2014.

"Os problemas existem em todas as cidades-sede. O Brasil com certeza não vai fazer a melhor Copa de todos os tempos como dizem alguns. Não vai ser a Copa do povo brasileiro. Na minha concepção teria que ser uma Copa para as classes A, B, C, D e E. A e B não terão problemas, mas as demais classes terão problemas porque o ingresso vai custar no mínimo R$ 150", declarou Romário.

Romário quer que todas as classes sociais tenham acesso à Copa 2014
Romário quer que todas as classes sociais tenham acesso à Copa 2014
Foto: Divulgação
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