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Terra na Copa

Seleção ganha "cara de Mano" e deve ter fim de testes e incertezas

17 out 2012 - 07h46
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Fábio de Mello Castanho
Direto de Wroclaw (Polônia)

A falta de sequência de um mesmo time titular está com os dias contados na Seleção Brasileira. Marcado nestes dois primeiro anos de trabalho pelas alterações constantes em escalações por causa de lesões e opções táticas, o técnico Mano Menezes deve promover o fim de testes de jogadores e posicionamento e focalizar a evolução do time para a Copa das Confederações em cima do que foi apresentado contra Iraque e Japão.

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Com um quarteto ofensivo com liberdade de movimentação e sem a presença de um camisa nove, Mano ainda optou por uma dupla de volantes com melhor saída de jogo do que marcação e uma linha de quatro na defesa. O goleiro Diego Alves já enxerga um time à feição do treinador.

"Acho que nesses jogos ganhamos um pouco mais a cara do Mano. Ele vem trabalhando durante vários amistosos e estamos tentando entender o que ele quer. O time vai ganhando confiança. Era um Japão que vinha de vitória sobre a França e conseguimos impor nosso jogo", disse.

Desta forma, a tendência é que grande parte do grupo que viajou para a Polônia esteja na Copa das Confederações. Antes de enfrentar a China, Mano disse que a porcentagem era de que o time estava 70% ponto. Na terça, ele preferiu não quantificar, mas avaliou o processo como acelerado.

"Não vou falar em números, porque se falar que é 80% e depois ter de mudar, vão falar que eu voltei atrás do que disse. Como mostrei, não tenho dificuldade nenhuma em reconsiderar pensamentos. Só os grandes têm essa capacidade. Sempre dissemos como seria essa primeira etapa. Estamos vivendo um aceleramento exatamente porque as coisas dentro do campo estão funcionando melhor", argumentou.

Mano, porém, terá problemas para escalar a equipe no próximo jogo, dia 14 de novembro, contra a Colômbia, em New Jersey. Daniel Alves volta para a lateral direita, mas Marcelo está fora por fratura pela esquerda. O técnico já indicou Alex Sandro como substituto e não conseguirá repetir a escalação, o que aconteceu apenas duas vezes em 38 jogos.

Mano não está preocupado. "A Seleção passa por uma fase em que a saída de jogador e entrada de outro não muda tanto a produção. Foi possível ver isso com a saída de Marcelo. A sistematização ficou firme e consistente, de como fazer e precisa fazer, obviamente que ficamos seguros para escolher esse ou aquele jogador. É isso que vamos fazer a partir de agora. Aumentar a confiança interna, acreditando muito na sua capacidade. A tendência é crescer muito", disse.

Se aprovado em um primeiro momento, o novo esquema sem centroavante fixo ainda precisa de testes mais conclusivos. A proposta de jogo do Japão, ofensiva e com espaços, caiu com uma luva para os contra-ataques em velocidade com Kaká, Hulk e Neymar. Não à toa, Oscar, o jogador que mais cadencia o meio de campo brasileiro, esteve apagado.

Neste cenário, o duelo entre Brasil e Inglaterra, marcado para fevereiro de 2013 em Wembley, surge como definitivo. Na nova fase com Roy Hodgson, os ingleses têm atuado com um sistema voltado para a defesa, à espera de contra-ataques. Desde a era Dunga, a Seleção e seus jogadores de velocidade sofrem contra adversários de nível que jogam trancados.

Novo time-base de Mano:

Diego Alves: Ainda sem levar gols pela Seleção, é o goleiro escolhido por Mano

Daniel Alves: Tem vaga garantida quando voltar de lesão. Adriano foi seu substituto contra Iraque e Japão.

Thiago Silva e David Luiz: Dupla de confiança de Mano para a zaga brasileira, precisa de mais testes contra ataques fortes.

Marcelo: A fratura vai tirá-lo do próximo jogo da Seleção, mas tem volta garantida. Improvisado, o zagueiro Castán teve bom desempenho contra o Japão e será opção para compor o setor quando Mano sentir necessidade de barrar jogadas laterais dos adversários.

Ramires e Paulinho: Ponto-chave para o sucesso do esquema desenhado por Mano Menezes, a dupla de volante mostrou contra equipes frágeis e Japão bom entendimento e melhora na sincronia de revezamento na hora de atacar e defender.

Oscar: Será importante principalmente em partidas contra adversários mais fechados.

Hulk: Convenceu Mano Menezes e tem combinado velocidade e presença ofensiva, mas terá de conviver com a sombra do queridinho da torcida Lucas.

Kaká: Voltou para ficar. Segundo Mano, deu personalidade ao time.

Neymar: Funcionou bem como falso centroavante, flutuando e com liberdade de jogar em todos os setores do ataque. Ainda conseguiu abrir espaço para os companheiros.

Seleção Brasileira vai ganhando a cara que Mano Menezes quer para ela
Seleção Brasileira vai ganhando a cara que Mano Menezes quer para ela
Foto: Reuters
Fonte: Terra
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