Sem direito a erro, França enfrenta "traumatizada" Ucrânia na repescagem
Única campeã do mundo a correr maiores riscos de ficar de fora da Copa do Mundo de 2014, a França entrará em campo nesta sexta-feira pressionada a conseguir um bom resultado no jogo de ida da repescagem das Eliminatórias europeias diante da Ucrânia, seleção que tem más recordações dessa fase da classificatória.
Com Brasil, Itália, Alemanha, Argentina e Inglaterra já garantidos no Mundial e o Uruguai muito perto disso depois de ter goleado a Jordânia por 5 a 0 na quarta-feira, os 'Bleus' podem ser os únicos a terem o título no histórico a não participar do torneio no ano que vem.
Sabendo da ameaça, a equipe encara o duelo "sem direito a erro", como disse seu principal jogador, o meia Franck Ribéry, e conta com uma estatística favorável. Desde que as Eliminatórias europeias passaram a ter repescagem, para a Copa de 1998, a Ucrânia participou desse mata-mata três vezes e foi batida em todas elas.
"Não temos o direito de perder. Temos que nos classificar. Mas para isso teremos duas partidas difíceis. Embora seja melhor enfrentar a Ucrânia que Portugal, a Ucrânia continua sendo uma boa equipe", declarou a estrela da equipe do técnico Didier Deschamps.
A França teve a chance de se classificar para o Mundial de forma direta ao empatar com a Espanha, em Madri, mas viu sua vantagem no grupo cair ao perder para a 'Fúria' em Saint-Denis com um tanto de Pedro Rodríguez. Com isso, tem que repetir a passagem pela repescagem, como em 2009, quando se classificou para o Mundial da África do Sul batendo a Irlanda com um gol polêmico de Gallas, após Henry ajeitar a bola com a mão.
Para o jogo no Estádio Olímpico de Kiev, Deschamps tem algumas dúvidas, a principal delas no ataque, setor em que tem que escolher entre Giroud, artilheiro do Arsenal e que começou jogando nas últimas quatro partidas da seleção, e Benzema, que era titular, mas vem em baixa.
Quanto ao esquema tático, o treinador deverá optar pelo 4-2-3-1, embora nos treinamentos venha usando também o 4-3-3, abandonado após a derrota para o Brasil por 3 a 0, em amistoso disputado em junho na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
Além do empenho dos jogadores, Deschamps acredita que a classificação para a Copa passa por uma perfeita harmonia entre jogadores, imprensa, torcedores e até políticos.
"Na grande família do futebol, deve haver uma união sagrada. É fundamental, precisamos dela. Se não nos classificarmos, podem vir com bazucas, mas não antes", declarou o técnico francês durante a semana.
Na Ucrânia, todos querem esquecer as derrotas em repescagens nas Eliminatórias para as Copas de 1998 (Croácia), 2002 (Alemanha) e 2010 (Grécia). Atualmente auxiliar-técnico da seleção, o ex-atacante Sergei Rebrov tentou tirar o peso das costas do elenco ao lembrar que poucos jogadores do grupo atual participaram dessas quedas.
Dada a força do adversário, é provável que o técnico Mikhail Fomenko opte por uma equipe mais experiente, abrindo espaço para o volante Anatoli Tymoschuk, que vem sendo reserva no Zenit São Petersburgo.
Independente desde 1991, a Ucrânia participou da Copa apenas uma vez, em 2006, quando saiu apenas nas quartas de final, perdendo para a campeã Itália.
Prováveis escalações:.
Ucrânia: Pyatov; Mandzyuk, Kucher, Rakitskiy e Shevchuk; Tymoschuk e Yarmolenko; Gusev e Konoplyanka e Rotan; Devic. Técnico Mykhaylo Fomenko.
França: Lloris; Debuchy, Koscielny, Abidal e Evra; Matuidi, Pogba, Nasri (Cabaye) e Ribéry; Rémy e Benzema (Giroud). Técnico: Didier Deschamps.
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia), auxiliado por seus compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.
Estádio Olímpico de Kiev.